Terça-feira, 30 de Junho de 2009
PEDREGULHO OU DE COMO UMA desGRAÇA NUNCA VEM SÓ
O Arqto António Castelbranco, filho, cede à ânimo o artigo que enviou para os nossos amigos do semanário Primeira Linha, de Abrantes, a quem agradecemos, igualmente, a cedência da respectiva  foto. Antes de o publicar, gostava de deixar muito claro que o meu amor por Abrantes é antigo e enquanto pude, enquanto nela estive, sempre defendi o seu bom nome por muito que algumas das memórias de alguns dos actuais protagonistas do facto já se tenham esquecido. A luta pela legalização das rádios livres fez de Abrantes uma pátria de todos os debates. Foi, também , com a minha colaboração, com a minha palavra, que a Central Termoelétrioca do Pego, a sua localização, então envolta numa polémica  - que só não conheceu os contornos de hoje porque ainda não tínhamos televisões, telemóveis, twiters, blogs... - pode ser debatida e discutida na rádio que, então, dava os primeiros passos. Fui eu quem coordenou, dentro e fora da rádio, os acalorados debates que então se realizaram. Fui eu quem no seio da rádio garantiu que por ali passariam todas as vozes, a favor e contra! Os abrantinos puderam dizer de sua justiça! Foi graças a um homem de que só recordo o primeiro nome, Eng Garcia, militante comunista, com uma poderosa, persuasiva e esclarecida capacidade de a todos nos esclarecer/convencer que a EDP está hoje no Pego!

Pois bem, o pedregulho que se aproxima vertiginosamente de Abrantes, não me parece ter percorrido todos os caminhos de um, ou mais  DEBATES abertos, sérios e AMIGOS DE ABRANTES!

Deixo-vos, colhidas este fim de semana, duas ou três imagens da Abrantes que eu gosto. Sem pedregulhos a ferir-nos os olhos e com as nuvens por companheiras, inteiras. Sem sombra de qualquer projectada sombra pedregúlhica!

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1.E agora o texto do Arquitecto António Castelbranco. Ah, não deixem de passar pelos Comentários.Para aqueles que só agora aqui chegaram, têm esta petição ao vosso dispor. Sirvam-se, quer dizer, assinem!

2.O título deste post é da inteira responsabilidade do animador de serviço.

antónio colaço

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Foto: Arqto Castelbranco (Primeira Linha)

No passado dia 25 de Junho, tivemos na Igreja de Santa Maria do Castelo a apresentação do projecto para o Museu Ibérico. Fiquei satisfeito por ver que houve interesse por parte dos abrantinos em assistirem a esta apresentação.

Os desenhos e as maquetas são de grande qualidade apesar das fotomontagens não representarem correctamente o volume que se pretende construir, que afinal não é de 30 metros de altura mas sim de 45 metros de altura (ou seja uma torre de 15 andares).

O arquitecto apresentou o projecto e falou bem, todavia, nem eu nem a audiência ficámos convencidos, o que de resto valeu um reparo de desespero por parte  do projectista, Carrilho da Graça, que perguntou se “na sala não há ninguém que goste do projecto?”.  Com efeito “as primeiras críticas de quantos encheram a Igreja de Santa Maria, no castelo, foram de tal modo corrosivas” que o autor do projecto procurou o apoio de alguém mas a audiência deixou claro que este projecto tal como está não se enquadra, não cabe e não fica bem no meio do centro histórico da nossa cidade.

Neste sentido, está a decorrer uma petição on-line - http://www.gopetition.com/online/28923.html -  que já conta com mais de 325 assinaturas (em menos de 3 dias) a pedir para que o projecto seja repensado.

Da conversa do projectista ficaram-me 3 argumentos:

1-       O projecto  respeita a beleza da paisagem de Abrantes e envolvente

2-      O projecto  respeita o delicado convento e o seu claustro

3-      O projecto  respeita tem um  diálogo entre a cidade e o museu

Quanto a mim, penso e disse que:

1-   O projecto não respeita paisagem nenhuma, impõe-se à paisagem
2-  Pelo seu tamanho (torre de 45 metros) o projecto não respeita o convento e muito menos a linguagem arquitectónica delicada do seu claustro
3- O projecto  não tem qualquer diálogo com cidade, terá um eventual  monologo, mas um diálogo NUNCA!
… e foi justamente isto que foi publicado no Público de Sábado: "Eu só vejo um monólogo - o projecto fala e a cidade ouve!"

Em todo o caso, deixo-vos algumas opiniões que foram emitidas pelas pessoas que votaram na petição on-line, e sugiro que vão ver o que Portugal (porque não é só Abrantes que tem votado) tem a dizer sobre este projecto.

- Para aberrações já bastam as que se estão a construir na Encosta Sul
- Estou farto de "caixotes", perante os quais devemos fazer mesuras e exclamações de admiração bacoca!
- Não é possível uma absurdidade como esta !
- Acho que se devem de pronunciar os abrantinos sobre um empenho deste calibre.
Obrigado

- Isto e' uma monstruosidade que só' cabe na cabeça do presidente
- Basta à ditadura dos arquitectos sobre o património e sobre a ignorância dos decisores políticos!
-Continuará este a ser um "Portugal dos Pequeninos" ? Haja visão de futuro e enquadramento paisagístico.
Basta de mamarrachos como o de Sagres!!!

- O País vai estando saturado de "mamarrachos". Em Abrantes, mais um, não!!
- O museu parece-me bem, mas não neste local. Com ou sem eleições, a localização deve ser discutida
-Por favor, deixem de desequilibrar as harmonias arquitectónicas tradicionais, em pseudo-criações (que são mais imitações) post-modernistas ou minimalistas, descontextualizadas e infectadas pelas megalomanias político-construtivas...
-Mais um tenebroso atentado urbanístico na nossa martirizada Cidade. Esta velha e florida urbe não merecia este funesto destino. Se é para "dar nas vistas", encham este -paralelepípedo estanque com terra e prantem-lhe por riba uma frondosa araucária!!!
- Basta de mamarrachos. Mandem os arquitectos fazer os seus delírios fora dos centros históricos
- Um edifício com a volumetria proposta e o impacto visual que promete causar, merece amplo debate e o consenso da população, que deve ser auscultada. Por isso assino pela suspensão do avanço da obra, já que está provado que a mesma não tem ainda consenso
Arqº António Castelbranco


publicado por animo às 17:18
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Segunda-feira, 29 de Junho de 2009
PEDREGULHO?NÂO!OBRIGADO!!! (2)
 

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A Câmara de Abrantes decidiu construir um paralelípipedo no centro histórico. Uma obra intelectual, imponente, polémica, horrenda, mas como tem a assinatura do arquitecto Carrilho da Graça, a coisa está assegurada. É cultura, meus!

O crime foi-me dado a conhecer pelo blogue Animo do meu querido amigo António Colaço. E depois de ver a estupidez não queria acreditar.

Entretanto li não sei onde, o meu colega arquitecto a justificar por palavras o que a vista não consegue digerir. É um argumento, ou uma ferramenta, que os artistas costumam usar quando o que desenham é uma bosta. Já vi paginadores de jornais (que não são sequer artistas nem jornalistas) a justificarem com teorias delirantes o facto óbvio de a paginação de uma reportagem estar uma simples...merda. Julgam sempre que uma tretas podem salvar uma solução de jerico, desde que falem baixo, pausadamente.

Estou-me nas tintas para o meu colega Carrilho da Graça e para os seus prémios. Até gosto de peças suas, embora ache sempre que são mais esculturas para o utilizador servir, do que para servirem o utilizador. O pior que a arquitectura pode ter é esse conceito do bonitinho e do artístico. O sonho tem de vir depois da função. E é a função que "genializa" a forma. Se é funcional é bonito, se é bonito pode ser uma inutilidade e o tempo se encarregará de liquidar a proeza.

Não percebo porque tem Abrantes de levar com um caixote para a vida e não percebo que direito tem um arquitecto de incomodar toda uma população com ruído visual. Não percebo. Mas Carrilho dirá de sua graça com mais uma tirada teórica. Faz-me lembrar o arquitecto Braizinha que tive no último ano de arquitectura. Desprovido de talento, passava as aulas a gabar as virtudes dos bairros clandestinos à volta de Lisboa, enquanto ia citando umas frases de algibeira. Eles intelectualizam nós temos de levar com os mastodontes.

Luiz Carvalho, In Istante Fatal
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Carissimo ABrantino ( com "A"grande!)

Imagine que só agora vi a sua resposta à minha mensagem.

 Pois é tenho desde essa altura feito uma cruzada bastante sózinho para chamar a atenção da malta, porque o que faz falta é avisar a malta (como dizia o outro!) Em todo o caso está decorrer uma petição on-line para repensar este "pedragulho" por favor mande para os seus contactos.

 António Castelbranco
 
NR
Duas reacções de peso e ambas de arquitectos! Na primeira, o meu querido amigo Luiz Carvalho, arquitecto de instantes .... fatais,na segunda António Castelbranco,  que ainda não tropeçou na ânimo e sim no Adufe! A ambos, Abrantes agradece.


publicado por animo às 15:15
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Sábado, 27 de Junho de 2009
MATINAS/WEBANGELHO
Obrigado, Senhor, por este nascer do sol de mil Palavras radiosas feito. Depois da multiplicação do Pão, a Multiplicação da Palavra. Ambas para nos saciar a fome e sede de Eternidade. ac

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Pe Anselmo Borges
Imagem de Deus e do Homem
I ndependentemente do que se pense sobre a concepção de Deus como mera projecção do Homem, penso que mesmo os crentes não terão dúvidas de que a imagem de Deus será decisiva para a imagem que têm de si mesmos, do Homem e do mundo.

Talvez nada possa prejudicar tanto o ser humano como uma imagem malsã de Deus. Por isso, nunca se agradecerá suficientemente àqueles e àquelas, crentes e ateus, que ousaram, até ao sacrifício da própria vida, purificar a imagem de Deus. De facto, é preferível ser ateu a acreditar num deus que humilha o Homem, o escraviza ou diminui aos seus próprios olhos. Uma imagem malsã de Deus envenena a imagem do Homem e vice-versa.

Cá está! Durante séculos, foi pregado um deus irado e mesquinho. Era tal a sua ira que precisou da morte do Filho para ser aplacado e reconciliar-se com a Humanidade. E, devido ao pecado cometido por Adão e Eva, mandou todos os males ao mundo, incluindo a morte. Durante quanto tempo se pregou que foi por causa de terem comido o fruto proibido - uma maçã, segundo a imaginação popular?

Perante a arbitrariedade de um deus assim, o que podia esperar-se senão ateísmo? Não se tratava de um deus mesquinho e invejoso da alegria dos seres humanos? E não criou esta ideia personalidades atormentadas, torturadas, com a obsessão de não ofenderem um deus que tudo proibia? Ainda recentemente, uma jovem estudante me atirou: "quando penso na Igreja, só vejo proibições, como se a alegria estivesse envenenada".

Mas, depois, foi-se para um outro extremo, não menos pernicioso. Começou-se a pregar um Deus que é amor, mas sem se perceber o que é o amor. Prega-se então um deus "bonzinho", que nada exige, que não impõe regras nem limites, que permite tudo.

No fundo, um deus que não é nada. De facto, um deus que tudo permite e nada exige ainda ama? Sabemos o que acontece aos filhos com a imagem de pais irados. E que lhes acontece, quando os pais tudo permitem e nada exigem? Quando os pais não impõem regras nem limites, os filhos ainda acreditam que lhes têm amor de verdade?

Afinal, onde reside o equívoco? A imagem de um deus irado estará na base de personalidades torturadas, azedas e violentas; a imagem do deus "bonzinho" estará na base de personalidades anárquicas, desestruturadas, sem auto-estima e igualmente destruidoras.

Assim, o que é preciso compreender é que Deus não impõe mandamentos arbitrários, pelo culto de si e para ser tiranicamente obedecido. É igualmente um erro pensar que os homens e as mulheres ofendem Deus directamente. Como pode um ser finito ofender Deus? Pelo menos segundo a compreensão do cristianismo, Deus não se revelou por causa dele e da sua glória, mas por causa dos seres humanos e da sua felicidade, de tal modo que só o que ofende os homens e as mulheres o pode ofender a ele.

O que Deus exige é por causa do Homem. O único interesse de Deus é o Homem. Como escreveu Santo Ireneu, "a glória de Deus é o Homem vivo", isto é, o Homem plenamente realizado em todas as dimensões. De tal modo Deus ama o Homem que quer que tenha um desenvolvimento íntegro de toda a sua pessoa. Não pode desenvolver-se apenas numa dimensão, pois precisa de um crescimento holístico. Deus quer que o Homem vá tão longe no seu ser quanto pode ser.

É necessário sublinhar este desenvolvimento harmónico da pessoa toda, que é o que Deus quer.

A pessoa deve desenvolver-se no seu ser físico - também é preciso cuidar da saúde, por exemplo -, no seu ser intelectual - é preciso esforçar-se por entender a realidade, entender-se a si mesmo e a sociedade -, no seu ser emocional - cada vez estamos mais despertos para a importância das emoções positivas e negativas na existência humana -, no seu ser social - os outros também existem e sem tu não há eu -, no seu ser artístico - sem beleza, não há salvação -, no seu ser moral - é preciso aprender a distinguir entre bem e mal e a saber julgar do bem e do mal - no seu ser espiritual - não é o Homem, constitutivamente, o ser do transcendimento sem fim, até ao Infinito?

 

In Diário de Notícias, hoje.


publicado por animo às 08:51
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Sexta-feira, 26 de Junho de 2009
CUIDADO! O PEDREGULHO VEM AÍ!HÁ QUE PARÁ-LO!
o pedregulho
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Olá a todos

Para quem não saiba, a Câmara Municipal de Abrantes prepara-se
para construir, sem a adequada discussão pública e em vésperas de eleições, um paralelepípedo
em betão com a altura de 10 andares no Convento de São Domingos em Abrantes.O edifício vai albergar o novo Museu Ibérico de Arqueologia
e também ter as colecções pessoais de Maria Lucília Moita e de Charters de
Almeida.O interesse do museu não está, de todo, em causa, mas o edifício,
apesar de ser do Arquitecto Carrilho da Graça, é um enorme mastodonte que vai transformar irreversivelmente o centro histórico de Abrantes, conforme se pode ver nas imagens anexas, de uma maquete e de uma simulação sobre fotografia.

Está a circular esta Petição:
http://www.gopetition.com/online/28923.html
para que o projecto seja, no mínimo, adequadamente discutido
e ponderado.Vejam e, caso concordem, assinem e divulguem a quem
entenderem.Cada vez mais são estas iniciativas desinteressadas de cidadãos
que conseguem travar os disparates que nos tentam impor.

 

João Albuquerque Carreiras
NR -Mão amiga fez-nos chegar este texto. No segundo seguinte, Zás!Assinatura com ele!

Na ânimo, preservamos as serenas colinas de Abrantes, apesar da meia dúzia de atentados, ou não tenha sido o animador de serviço o autor do slogan "POR ABRANTES, QUANTO ANTES!" que serviu de apoio à candidatura de quem, agora, sanciona o pedregulho!

Por ABRANTES, ASSINE QUANTO ANTES!!!

antónio colaço


publicado por animo às 12:30
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Quinta-feira, 25 de Junho de 2009
DESLUMBRAMENTOS
Nova imagem (99)A
 

 

 

 

 

 

 

O pedregulho de Carrilho da Graça avança sobre as  outrora serenas colinas de Abrantes, dia a dia, mais descaracterizadas.

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Mais acima, num ininterrupto deslumbramento outro, as imagens de um Mação a cair aos bocados, dia a dia, cada vez mais rupestrizado, imagens que  nunca serão mostradas por televisões de trazer por casa, televisões faz-de-conta, para quem Mação e as suas gentes não contam, pura e simplesmente são metidos ...na arca de todos os esquecimentos.

antónio colaço


publicado por animo às 13:29
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Terça-feira, 23 de Junho de 2009
MATINAS
21062009023
Pelas irmãs hortênsias que são belas e puras e que nos tornam os dias menos tensos e as horas menos duras, Louvado sejas, oh, meu Senhor.

antónio colaço


publicado por animo às 07:54
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Segunda-feira, 22 de Junho de 2009
ELE HÁ "GENTE"....CAPAZ DE TUDO

Expresso Primeiro Caderno20 Jun 2009


publicado por animo às 17:12
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PERTO DO PRINCÍPIO.TOMAI E...VÍDEO!RTP1
 

O pretexto foi falar da Exposição "Perto do Princípio", patente na Galeria da Biblioteca Municipal de Aljustrel até dia 8 de Agosto. Dirás para ti próprio, "António, pois, querias dar bordoada no Julião Sarmento e mais aquela da arte só para as elites, na Joana Vasconcelos e mais a sua grande tirada "só existe quem vende" ou,mesmo, no Leonel Moura e os seus robotários tão queridos, tão afectivos, tão cheios de mil bytes emocionais ou não te tivesse o Leonel acusado de subjectivista...pois é!!! Há quanto tempo sonhas com as recensões no JL, no suplemento Actual, do Expresso, ou aspiras a uma qualquer converseta com o Alexandre Pomar, o Alexandre Melo ou mesmo o João Pinharanda, hein?!...desanda daí, meu, vai lá falar com o outro João, acalma-o e verás que fazes mais pela arte, pela tal arte que proclamas não se esgotar nem nas galerias e muito menos nos artistas.- Por uns instantes que sejam, sê coerente!!!!"

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=ZkoO_UoVvcs]

antónio colaço


publicado por animo às 12:39
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E O LOUSAL AQUI TÃO PERTO
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Quando enviei esta imagem ao meu querido amigo Carlos Júlio, da TSFÉvora e um dos responsáveis máximos pela deslocação da Exposição Perto do Princípio para Aljustrel e Messejana, disse-me simplesmente que parecia o Fittipaldi Mineiro!!!É aos comandos desta pequena locomotiva mineira que vos convido para uma breve viagem pelo complexo turístico das Minas do Lousal onde tive o privilégio de assentar arraiais por algumas horas aquando da montagem da referida Exposição.

A minha homenagem, assim, antes de tudo o mais, aos mineiros do Lousal!

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Dificuldades várias impediram a atempada e prometida edição desta pequena reportagem mas o comentário aqui caído, e que recuperámos como texto principal, obriga a que não se demore mais tempo! E começamos já por destacar a D.Fernanda Calado como uma das responsáveis pelo coração gastronómico do Complexo da Mina do Saber, ou, melhor, da Mina do Sabor, tamanha a qualidade quer da gastronomia quer da animação cultural que ela proporciona a quem visita a unidade. Infelizmente não temos imagem da Dª Fernanda só nos restando aconselhar aos nosso amigos que comprovem o que dizemos visitando! lousal12
 

 

 

 

 

 

 

 

 

A palavra à Dª Fernanda, que teve a amabilidade de ver a nossa despretensiosa prestação televisiva, e a quem, desde já, agradecemos a atenção:

Pela Terra Mineira do Lousal passou um casal muito interessante, a conversa trocada, entre nós, aparentemente superficial conteve de certa forma algo de inspirador, afinal o homem era um artista !!! Um laço foi criado por um simples e valioso anel de sentimentos que entre Saberes e Sabores foi descoberto .Afinal o homem dá “ânimo” às gentes e terras de autenticidade. Um bem haja por existir e distribuir bons valores. Como alguém já disse: Não vivo para “comentar” Mas “comento” porque vivo. E assim roda o mundo… infelizmente é o que não deve ser… basta, no entanto, mais arte de viver! Obrigado, António Colaço. Por acaso gostei da sua gravata mas a sua postura contributiva foi muito mais interessante. M.Fernanda Calado Lousal /Grândola Pela Terra Mineira do Lousal passou um casal muito interessante, a conversa trocada, entre nós, aparentemente superficial conteve de certa forma algo de inspirador, afinal o homem era um artista !!! Um laço foi criado por um simples e valioso anel de sentimentos que entre Saberes e Sabores foi descoberto .Afinal o homem dá “ânimo” às gentes e terras de autenticidade. Um bem haja por existir e distribuir bons valores. Como alguém já disse: Não vivo para “comentar” Mas “comento” porque vivo. E assim roda o mundo… infelizmente é o que não deve ser… basta, no entanto, mais arte de viver!
Obrigado, António Colaço. Por acaso gostei da sua gravata mas a sua postura contributiva foi muito mais interessante.
M.Fernanda Calado
Lousal . Grandola

E pronto, é altura de Saborearmos o Saber da Mina. A viagem passa pelo "Jantarinho", delicioso manjar de grão, enchidos, um tinto de Pias, sericaia e, sobretudo, a sentida animação do Coro dos antigos minieros do Lousal. Depois, para fazer a digestão, damos uma volta pelo Centro de Artesanato e do que resta das minas propiamente ditas!

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Os mineiros do Lousal, numa original encenação - eles são,afinal, comensais como nós, só que ....comem e...cantam!Simplemente fabulosos! - acrescentam mais sabor ao tempero dos pratos que se acercam das mesas.

Depois podemos subir ao primeiro andar e deliciar-nos com as telas, mas, sobretudo, a cerâmica de Paula Lança e a arte popular-mitológica, mais arrojada, de João Água Morna. A não perder.

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Já no exterior, uma breve ronda pela rota das pirites!

 

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Em pleno Centro de Artesanato, ocasião para descobrir outros licorosos sabores - Licor de Coentro, imaginem só - e perdermo-nos nos aturados trabalhos de Paula Lança - uma novidade, sem dúvida, na exímia forma como transporta para o barro o rendilhado dos mais diversos bordados. A seu lado Idalina Matos, uma outra bordadeira de reconhecidos méritos patentes nas diversas condecorações de que já foi alvo por parte de diversas entidades.Uma verdadeira Mina do Saber mas .... à superfície!

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E pronto, meu caro Carlos Júlio, esta descida à Mina do Saber só podia mesmo terminar com este meu público OBRIGADO ao teu empenhamento, mas, sobretudo, à tua grande amizade, à tua, como dizer, à nossa grande inquietação!.Tardio ( não, não vou meter-me connosco, alentejanos!!!) mas garantido! A todos, muito obrigado por esta alentejana reconfirmação!

antónio colaço


publicado por animo às 12:28
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Sábado, 20 de Junho de 2009
WEBANGELHO.QUE NOS ESPERA?
nota
 É isto que me fascina em Anselmo:a sua Palavra faz com que as nossas palavras, por vezes, as nossas palavrinhas de ocasião, percam a importância que  do alto da nossa presumida cátedra lhes atribuímos! Não é falta de auto-estima, não,é humildade ( da genuína, claro!) para parar por uns instantes, interiorizar, apreender toda a riqueza e...sentir-se Outro, porque esta Palavra só pode ser inspirada pelo Espírito!

Por isso, aqui neste sítio, pare tudo - voltaremos à edição PARA COMPLETAR A REPORTAGEM NO LOUSAL , mais tarde - a Palavra a Anselmo, sem deslumbramentos-outros, sim, mas completamente abertos à privilegiada Iluminação de o termos como Amigo, Companheiro de Jornada!

Obrigado, Pe Anselmo Borges!

ac

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anselmoborges_deus2
Mesmo os mais distraídos colocar-se-ão, nas situações-limite, as velhas perguntas: donde vimos?, para onde vamos?, quem somos? Porque a realidade nos aparece por vezes exultante e, outras, horrorosa, e morreremos, perguntamos: o que é verdadeiramente?, qual o sentido da existência?, que andamos cá a fazer?, que nos espera?

Cada um de nós vivencia-se a si mesmo como presença de si a si mesmo: sou eu e não outro. Coincidimos, portanto, connosco mesmos. Mas, por outro lado, experienciamo-nos como não plena e totalmente idênticos. Somos nós mesmos e chamados a sermos nós mesmos, pois estamos ainda a caminho de nos tornarmos nós mesmos.

Precisamente deste paradoxo de sermos e ainda não sermos adequada e plenamente surge a nossa inquietação radical e a pergunta que nos constitui: afinal, o que somos?, quem somos?

Eu sou eu, mas ainda não sou o que serei. Cá está, portanto, a pergunta ineliminável: então, o que sou e quem sou? E que devo fazer para ser finalmente eu?

É assim que a pergunta pelo sentido não é uma questão adjacente, que pode colocar-se ou não. Ela é constitutiva do ser humano enquanto tal, questão fundamental da Filosofia, como viu A. Camus.

Sentido tem a ver com caminho, viagem e direcção - nas estradas, por exemplo, encontramos placas em seta a indicar o caminho e a direcção para alcançar uma meta, um objectivo, um destino. Qual é então o caminho e o sentido da existência humana? O que move a minha vida?

O Homem vem ao mundo por fazer e quer queira quer não tem essa tarefa constitutiva: fazer-se a si mesmo. E tanto podemos fazer de nós uma obra de arte como fracassar.

Einstein constatou que quem sente a vida vazia de sentido não é feliz e sobrevive mal. O Homem não pode viver sem sentido. Aliás, a existência humana está baseada na convicção do sentido. A sua própria negação ainda o afirma. No limite, não é possível o "suicídio lógico", pois quem pegasse numa arma para suicidar-se, porque tudo é absurdo, negaria o absurdo e afirmaria o sentido.

O famoso psiquiatra Viktor Frankl, fundador da logoterapia, mostrou, a partir dos estudos que realizou com base na sua terrível experiência nos campos de concentração nazis, que a exigência mais radical do ser humano é o sentido, razões para viver. Contra Freud e Adler, no mais fundo de nós, mais do que a exigência de prazer e de poder está a vontade de sentido.

Nos campos de concentração, verificou que sobreviviam mais aqueles que ainda tinham um sentido para a existência: reencontrar a família, realizar uma obra, lutar para que nunca mais acontecesse o intolerável. O que significa que o sentido não está em nós, mas fora. Se estivesse em nós, não se colocaria a questão, pois estaria sempre presente. O sentido está no encontro com o mundo e com os outros: é saindo de si que o Homem vem a si. Dá um exemplo: quando se começa a ver pequenas manchas à frente do olho, é bom ir ao médico, pois está doente: o olho é intencional, isto é, não foi feito para se ver a si mesmo, mas o que não é ele. Paradoxalmente, só saindo de si é que o Homem encontra sentido. É o amor que dá sentido. Por isso, sente a vida como tendo sentido quem vê a sua existência reconhecida. A nossa vida não tem sentido, quando não vale para ninguém.

A existência caminha de sentido em sentido - o que vamos realizando. Mas, um dia, somos confrontados com a pergunta: qual é o sentido de todos os sentidos? Este é o núcleo da questão religiosa: o quê ou quem dá sentido último à existência, para que não fique na situação da ponte que não encontra o outro lado, a outra margem? Porque, sem o Sentido último, os caminhos de sentido não vão dar a lado nenhum.

"Conhecer Deus" era a maior esperança para João Bénard da Costa, que, por isso, podia dizer: "Acredito que esta vida não pode acabar aqui: nada faria sentido, para mim, se assim fosse". C

In Diário de Notícias, hoje


publicado por animo às 10:01
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Quarta-feira, 17 de Junho de 2009
PERTO DO PRINCÍPIO.DENTRO DA RTP1
Nova imagem (96)
Nova imagem (94)
Nova imagem (93)
Invejei a tua gravata,
Congratulei-me ao ouvir-te dizer tanto em tão pouco tempo,
Admirei-me com o teu gesto solidário,
Aprendi uma nova refutação (simples e eficaz) da «arte pela arte»,
E, mais uma vez, a tua polivalência ficou bem patente.
Parabéns e um abraço do
Mário Pissarra
NOTA
Obrigado, Mário.Fica sempre a sensação do muito que ficou por dizer. Mas, como diz o ditado, melhor que nada e sempre deu para saltar entre o Alentejo e África. Não é facil. Entre a homenagem ao Pai, (passado), e a vertigem da dolorosa realidade africana (presente), esta frustada gana de saber que, por instantes, podes dominar um meio audiovisual que muito nos ajudaria a pôr o Mundo numa outra ordem. Também queria debater alguns dos caminhos da arte, mas, foi praticamente impossível. Mal regressei ao trabalho tropeço em declarações de Cruzeiro Seixas à Lusa, que, muito melhor do que eu, avança só com isto:

"As coisas interessam-me na medida em que são a vida de um homem, são um testmunho, elas são muito mais um testemunho do que uma obra de arte. O que pretendo fazer é testemunhos, é o meu testemunho, se é obra de arte ou não isso já não me interessa. Nao me interessa muito, pelo menos".

Obrigado, na mesma.

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José Carlos Albino, Messejana

Boa prestação Televisiva, com Messejana bem referida e 15 da Agosto, Festas Sta. Maria! Como Messejanense Activo, Obrigado!

ZCA
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Colaço no coração de Portugal. Muito bem.

Um abraço

pfm
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A todos muito obrigado!

antónio colaço


publicado por animo às 19:42
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Terça-feira, 16 de Junho de 2009
AMANHÃ, QUARTA FEIRA, RTP1 16.30H....
RTP1-2009-06-16_17-26-16h 1
 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Amanhã, quarta-feira, na RTP1, a partir das 16.30 e até às 18h - não sabemos ainda a hora certa - estaremos no programa "Portugal No Coração" - para falar da Exposição Perto do Princípio, patente ao público na Galeria da Biblioteca Municipal de Aljustrel, até ao dia 8 de Agosto e que seguirá para Messejana a partir de 15 de Agosto.

Ponto final.

antónio colaço


publicado por animo às 16:45
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Domingo, 14 de Junho de 2009
WEBANGELHO
anselmoborges_deus2
 

Pe Anselmo Borges

Quanto ao celibato, o Cardeal Martini afirma que é preciso caminhar no sentido da opção livre

 

Lembro-me de há anos um professor de Teologia, em Tubinga - encontrava-me lá na altura -, aquando da proibição pelo Vaticano de homilias feitas na Missa por leigos e leigas, ter feito apelo à greve às Missas no Domingo seguinte. Aquando da expulsão do bispo de Nampula, em 1974, os padres, porque a Diocese estava de luto, fizeram greve às celebrações litúrgicas da Semana Santa. Agora, foram padres da República Centro-Africana que anunciaram - depois, fizeram marcha atrás - que, como sinal de respeito e carinho para com o arcebispo de Bangui, P. Pomodino, destituído pelo Vaticano, bem como Fr.-X. Yombandje, Presidente da Conferência Episcopal, por terem mulher e filhos, não celebrariam sacramento algum.

Entretanto, a Cúria Romana apressa-se a estabelecer penas mais severas para os padres que violem a promessa de castidade ou a doutrina oficial.

Independentemente da questão da greve religiosa, é-se hoje convocado para alguns problemas complexos da Igreja institucional, que exigem debate livre, plural e responsável. Entre eles, a questão da democracia interna, da igualdade das mulheres, da sexualidade e, neste domínio, concretamente, da lei do celibato obrigatório para os padres.

Neste contexto, evoco o Cardeal Carlo Martini, biblista eminente, antigo arcebispo de Milão, apontado por muitos como "papabile", no seu último livro. O padre Luigi Verzé encontrou-se com ele de Fevereiro a Abril deste ano, e, das suas conversas, nasceu o livro Siamo tutti nella stessa barca (Estamos todos no mesmo barco), que acaba de ser publicado.

Martini começa por confessar o sofrimento que lhe causa "o facto de ver que a cultura do mundo avança com um passo mais veloz do que o da Igreja oficial". Exemplificando com a biologia, depois de afirmar que o embrião não pode ser considerado "de modo puramente instrumental", também diz que compreende que "se ponha hoje o problema de tantos embriões destinados um dia a morrer congelados e que poderiam ser utilizados para a investigação".

Precisamente quanto ao celibato, reconhecendo que é "uma questão delicadíssima", afirma que é preciso caminhar no sentido da opção livre: "Creio que o celibato é um grande valor, que permanecerá sempre na Igreja: é um sinal evangélico. Mas isto não significa que seja necessário impô-lo a todos. Aliás, nas Igrejas orientais católicas já não é exigido a todos os sacerdotes". Alguns bispos propõem ordenar homens casados com experiência e maturidade. Martini chama a atenção para o perigo do clericalismo, acrescentando: "Estou certo de que haverá sempre muitos que optarão pela via celibatária. Porque os jovens são idealistas e generosos. Mas há no mundo algumas situações particularmente difíceis, especialmente nalguns continentes. Penso que compete aos bispos desses países apresentar estas situações e encontrar soluções".

O cardeal confessa, em comunhão com Verzé, que há múltiplos problemas que mostram uma Igreja "demasiado afastada da realidade". Outro exemplo disso é a sua atitude para com os católicos divorciados e recasados, que se encontram entre "as muitíssimas pessoas que na Igreja sofrem porque se sentem marginalizadas". Evidentemente, é preciso distinguir, pois "não devemos favorecer a leviandade nem a superficialidade, mas promover a fidelidade e a perseverança. No entanto, há alguns que se encontram hoje numa situação irreversível e sem culpa. Talvez tenham contraído novos deveres para com os filhos do segundo casamento, não havendo nenhum motivo para voltar atrás; pelo contrário, esse comportamento não seria adequado. Assumo que a Igreja deve encontrar soluções para estas pessoas".

A eleição dos bispos merece igualmente atenção. É uma questão muito complexa, mas o actual modo de elegê-los "deve ser melhorado". O problema existe e "deve poder fazer-se uma discussão pública sobre o tema".

Martini não é o outro Papa, no quadro de uma cisão na Igreja. Ele exprime a sã multiplicidade de opiniões na Igreja. Como ele próprio diz, "é necessário que a Igreja toda se ponha a reflectir e, guiada pelo Papa, encontre vias de saída".

 (In, Diário de Notícias)


publicado por animo às 21:48
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Sexta-feira, 12 de Junho de 2009
PERTO DO PRINCÍPIO
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Aljustrel, Messejana, há mais de meio século que me bailam nas caiadas ruelas da memória os nomes destas longínquas terras que o meu querido Pai, de quando em vez, entre uma indisfarçável saudade e uma contida amargura, convocava para as familiares conversas da casa térrea do Largo do Espírito Santo na altoalentejana e distante vila de Gavião que o acolhera.

Como costumo dizer, não vivo para pintar, pinto porque vivo. E porque estou vivo, mais de meio século, depois, peregrinei pela Messejana que o viu nascer, sem a sua companhia, sim, mas com o privilégio da mais que adivinhada eternidade.

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Mais uma vez senti-me, como noutras ocasiões, muito perto do Princípio. É certo que partiu sem termos tido tempo de lá voltarmos os dois, toda a sua família, como sonhávamos. Apenas soube de uma infância ausente e de anos de grande carência, que, sem grandes entusiasmos, de vez em quando nos relatava.

Mas sei, sobretudo, que para o final não adivinhado dos seus dias, alimentava esse grande desejo de um regresso de cabeça levantada .

Pai, andarilho de mil trilhos, por entre os mais recônditos lugarejos altoalentejanos, beirões e ribatejanos, sei que querias regressar nem que fosse por umas horas, com toda a tua tribo.

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Para comermos as popias que um dia trouxeste, no regresso daquela aventura em motoreta sem mudanças. ..Como o David Lynch adoraria ter-te conhecido mais à tua Historia Real (The Straight Story, 1999). 
Pai, aqui do alto desta pequena colina, bem encostado ao torreão medieval, à sua ruína, os pés bem assentes na terra que daqui levei para te consagrar, proclamo aos quatro cantos da terra que te viu peregrinar: hoje, Pai, como tu, somos todos de Messejana.

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És Eterno, Pai, porque foste sempre tão terno. Obrigado por esta aprendizagem de lugares e gentes que em ti bebi mesmo quando tal significou adormecer ao colo da Mãe Maria José, noite dentro, na camioneta dos “reboliços”, a caminho de mais uma terra, a caminho de conhecer novos amigos, deixando para trás outros que mal tivera tempo de conhecer. Sim, sei agora que era assim que procuravas o melhor para nós. Mesmo que, tempos mais tarde, regressássemos ao sítio de partida. Foi nesse ir e vir, nessa itinerante sobrevivência, que em parte nos habituamos a não sofrer tanto com o que não se tem sabendo que nos tínhamos a nós como adquirido e supremo bem. Tudo para perceber, hoje, com acrescida clarividência, que o ser é mais reconfortante do que o ter. Foi nesse ir e vir que aprendi o teu incrível amor pela terra que te levava, em cada sítio que pousávamos, a desbravar silvedos e matagais para nos servires à mesa os legumes essenciais. Foi nesse ir e vir que aprendi contigo a acrescentar mais vida à vida de padeiro que levavas. Sim, foste padeiro mas também o carpinteiro dos bancos e mesas que não tínhamos, o sapateiro que nos conservava as desgastadas meias-solas  por mais alguns anos, mas, também, e, sobretudo, o grande animador das mil e umas tantas conversas entre gente habitualmente calada e que só por ti esperava para lhes desatares os nós da voz que em si traziam silenciada. Pai, com que saudade ainda me sinto por não ter desfilado contigo, pelas ruas de Cardigos, essa outra terra-mãe a que invariavelmente regressavas, na carnavalesca orquestra que, no silêncio da beiroa “aloja”, peça a peça, construíste pela picassiana reconversão de canas, latas, palmeiras, em pífaros, cornetas e mil tambores, a que juntaste trajos com seus rigores!

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Pai, com as tintas escorrendo pelas mãos, fiz das minhas mais recentes madrugadas, uma tímida aproximação às tuas sempre tão cansadas mãos, domando a farinha, enrolando o pão, que a todos, pela manhãzinha, nos asseguravas. Não foi canseira, Pai, e, sim, uma nobre missão: há muito que queria dizer-te que lá em casa, todos temos a tua Messejana no nosso coração. Anda, Pai, vem daí. Dá-me a tua mão!.

Obrigado, Zé Jacinto. Eu Sinto-te.

antónio colaço

NOTAS
1.Este é o texto do Catálogo da Exposição "Perto do Princípio" patente na Galeria da Biblioteca Municipal de Aljustrel até 8 de Agosto e que rumará até à Capela dos Santos Reis, em Messejana (!!!!), a partir de 15 de Agosto.

2.Atribulações várias têm impedido a  edição de alguns post! Nomeadamente, está por editar uma descida às Minas do Lousal, que, espero, seja feita na próxima semana. A qualidade fotográfica da ânimo desceu nos últimos dias - não vivo para fotografar, fotografo porque vivo!Está certo o princípio desde que  aqueles aparelhozinhos móveis de que dispomos não exijam muito. O assunto parece estar superado.

3.Alguns leitores queixaram-se do tempo que  a ânimo demorava a abrir!!! Bom, de facto, os dias não têm sido os melhores para " abrir o ânimo" mas, o motivo que originou, cremos, foi a disponibilização total das imagens da exposição "Abril, ânimos mil"! Solução: retirámo-la, a exposição, claro, do ar! Quem quiser pode pedir por mail que enviaremos!

E pronto, uma grande noite de Santo António!!!Tomem lá manjerico para ...animar!

manjericos


publicado por animo às 18:27
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Terça-feira, 9 de Junho de 2009
ALJUSTREL ATÉ 8 AGOSTO!EM 15 DE AGOSTO SEGUE PARA MESSEJANA!
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A reportagem sobre a inauguração da Exposição "PERTO DO PRINCÍPIO" tem de aguardar por melhores dias. Apenas hoje recebemos as imagens directamente da Câmara Municipal de Aljustrel a quem agradecemos na pessoa da Dra. Francisca Branco.

Para já, a notícia mais importante é de que a Exposição ficará na Galeria da Biblioteca de Aljustrel, até ao dia 8 de Agosto ( e não 4 de Julho ) seguindo para a Capela dos Santos Reis, em .... Messejana, com inauguração marcada para o dia 15 de Agosto, a pedido do Presidente da Junta de Fregueisa, Joaquim Mendes Gonçalves e por acordo com o Presidente da Cãmara Manuel Camacho Colaço.

Uma notícia que me enche de muito orgulho.

Para contar essa e outras emoções, nomeadamente a riquíssima "descida" às Minas do Lousal - sua gastronomia, artesanato e cante coral - marcamos encontro para mais tarde. Bons feriados!

antónio colaço

 ( AGUARDA EDIÇÃO )


publicado por animo às 17:39
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