


Presépio de Chão de Lopes, Mação.
A
ânimo fez, esta tarde, uma ronda por alguns dos presépios instalados ao ar livre nos concelhos de Mação e Vila de Rei. Está em Chão de Lopes o Presépio vencedor. Uma ternura.

A caminho de Cardigos.

O Presépio de José António Martins, em plena Praça de Cardigos. Aplaudindo, desde logo, a sua intervenção, parece-nos um presépio excessivamente criativo e que quase anula, tão minúscula se mostra, a Cabana do Menino. As construções parecem excessivamente realistas e algo agrestes na cor escolhida. Fica a sugestão de conseguir alterar o estado de coisas recorrendo a cores mais suaves e, sobretudo, atapetando-o com muito mais musgo. Se assim for aceito tudo quanto nele fervilha actividade desde a cena da padaria, que muito me tocou, passando pela venda de presuntos e enchidos e, até mesmo, o pormenor do homenzinho de cócoras...Parabéns pelo empenho.

Os pastores, os privilegiados para a Boa Nova do Nascimento do Menino.

Para o ano, Cardigos vai ter uma gruta muito maior e...mais acolhedora.

Um pulo até Vila de Rei.A noite apressou-se.

Simples e com uma Gruta de pesadas rochas feita.

Junto da Albergaria D.Dinis, um outro Presépio, a céu aberto. Chovia na altura em que o visitámos. Figuras gigantes, despojadas, ao frio e ao vento.Talvez a melhor imagem do que significou o Nascimento de há dois mil anos e que S.Francisco de Assis para sempre eternizou, ele, o irmão menor que, também, um dia se despojou da sua riqueza em busca de uma Riqueza Maior.

Mação, pois então.

Os "Três Reis Magos"....

E o Presépio Rupestre de Mação. Agreste, ou talvez não?
Esta proposta "
pensada pela autarquia", como pode ler-se no folheto distribuído pela própria, "
esta surpreendente iniciativa que parte de fora da comunidade científica" - um pouco mais de humildade não ficava mal... -deixa-nos meio
perplexos exactamente por isso mesmo: Mação, que tudo tem feito para salvaguardar as suas gravuras rupestres ( c0nfesso que ainda não sei
quantas gravuras são, qual o seu significado e importância histórica, entre outros aspectos , problema meu, talvez ) em detrimento da
preservação do seu
património histórico construído em contínua e acelerada destruição - ao contrário dos planos já aprovados e divulgados por autarquias vizinhas, vivendo, portanto, idênticos problemas, como sejam Vila de Rei e Constância - Mação, dizia, quer dizer,
quem lá na Câmara "
pensou" nesta iniciativa, está a convocar-nos, afinal, para uma utilização abusiva das gravuras para o que der jeito! Hoje para um presépio, amanhã, vá lá saber-se , talvez para uma qualquer campanha eleitoral em que se pega numa determinada gravura, acrescenta-se-lhe, uns"braços levantados em acção de graças" ou "a segurar nas mãos um sol" ou, ainda, põe-se-lhe "um animal aos ombros"!!!
Tanta criatividade que até os próprios rupestres estarão, a estas horas, fartos de dar voltas nas suas antas funerárias admirados com as suas façanhas artísticas.
Anta de morte para anunciar a vinda e a Vida do pobre Menino.
É o que faz tomar iniciativas " que partem de fora da comunidade científica". A propósito, senhores académicos, podemos, então, saber o que pensam e, já agora, explicar o mistério que corre por Mação inteiro de um porco rupestre que acompanhava as ditas gravuras e que sumiu para bem longe dos quadros bíblicos assim invocados. E não é que o porquinho, dito rupestre, vem bem anafadinho, ao contrário dos enfezados bicharocos espalhados por algumas paredes de Mação?
Nada contra o nosso património e tudo o que se faz para o defender. Areia para os olhos, não. Ou como dizia uma velhinha, há dias, "o que é que fazem aquelas coisas ali em pé?! Ou, uma outra, "mas quando é que põem lá na gruta as figurinhas do presépio"? Já agora, ao menos, podiam ter revestido o luxuoso parquet daquela assoalhada com mantas do
musgo das nossas serranias. As tais, aí sim, onde viveram os nossos tão criativos antepassados!
antónio colaço