Sábado, 11 de Setembro de 2010
WEBANGELHO DE ANSELMO BORGES

Pe Anselmo Borges

In DN, Hoje.

 

CATÓLICO, INDU E BUDISTA

 

 

Só estive com ele uma vez. Em Barcelona, em 2004, no Parlamento das Religiões. Morreu no passado dia 26 de Agosto, com 91 anos, em Tavertet, uma aldeia para onde se retirara, perto de Barcelona.

O Padre Raimon Panikkar era uma das maiores autoridades mundiais nas questões do diálogo inter-religioso. As suas raízes genéticas, religiosas, académicas, geográficas, deram um contributo decisivo para ser ponte entre Ocidente e Oriente: o pai era hindu e a mãe, catalã católica; era doutorado em Filosofia, Química e Teologia; viveu uma parte da sua vida na Europa, outra viveu-a na Ásia, uma terceira passou-a na América. Ensinou em várias universidades, entre as quais Santa Bárbara, na Califórnia, e Harvard. Deixou mais de 50 livros, em várias línguas. No meio de uma vida agitada e aparentemente dispersa, manteve, no Uno, a serenidade do monge.

O funeral, numa celebração solene e íntima, foi segundo o rito exclusivamente católico, mas Panikkar deixou instruções precisas para que as suas cinzas fossem repartidas entre a família, o cemitério de Tavertet e o rio Ganges, na Índia.

Regressado precisamente da Índia, disse que voltava hindu e budista, sem que isso significasse deixar de ser cristão: pelo contrário, agora, era mais cristão. Por isso, para lá do diálogo inter-religioso, defendia o diálogo intra-religioso, isto é, aquele diálogo que cada um deve estabelecer dentro de si mesmo entre as grandes religiões, cuja herança pertence a todos.

Depois dos períodos de isolamento e ignorância recíproca, indiferença e desprezo, condenação e conquista, coexistência e tolerância, chegou como "necessidade vital" o tempo do diálogo entre as religiões. É preciso superar tanto o exclusivismo, que afirma que só uma religião é verdadeira, rejeitando as outras, como o inclusivismo, segundo o qual a verdade de uma está implícita nas outras. O diálogo autêntico só pode ter por base o são pluralismo: todas as religiões são presença do Absoluto, mas nenhuma o possui definitivamente.

Este diálogo é constitutivo do ser humano enquanto tal, pois o homem não é uma mónada fechada, mas uma pessoa, um feixe de relações. Por isso, também é político, pois a religião não é uma questão privada e implica o diálogo com a Terra, a que chamou ecosofia.

E aí está a razão por que é necessário superar "três dualismos, seis dicotomias e três reducionismos", querendo dizer com isto que se torna imperioso unir o que tem andado separado.

Os dualismos são: Deus e homem, homem e natureza, natureza e Deus. Não se trata agora de confundir, mas de religar.

As seis dicotomias: alma e corpo, masculino e feminino, indivíduo e sociedade, teoria e praxis, conhecimento e amor, tempo e eternidade. Também aqui, não se trata de reduzir tudo ao mesmo, mas de tomar consciência de que uma realidade não existe sem a outra e de mostrar a sua relação intrínseca: o ser humano é uno, o masculino não se entende sem o feminino, o indivíduo não existe sem a sociedade, o conhecimento sem amor não passa de cálculo, o tempo está vinculado à eternidade - "tempieternidade", dizia.

Os três reducionismos: "O antropológico, que reduz o homem a um animal racional; o cosmológico, que reduz o cosmos a um corpo inerte; o teológico, que reduz a Divindade a um Ser transcendente." Afinal, o homem não é redutível a animal racional, e, quando se reduz o cosmos a um corpo inerte, esquece-se a sua dimensão sagrada e viva, e o modo de transcendência de Deus só pode ser este: no mundo, Deus é transcendente ao mundo.

Assim, a religião do futuro tem de religar o que tem andado separado: Deus, cosmos e homem. Ela irá vincular de modo harmónico as três dimensões últimas da realidade: o aspecto material e corporal, as diferentes facetas do homem e o princípio mistérico e transcendente, numa conexão de inter-in-dependência, de tal modo que uma não é sem as outras. A religião volta a ser central na vida humana, religando esses três pólos. Chamou a esta sua visão "A intuição cosmoteândrica", numa obra traduzida em português.

 

NR

A ânimo acabou de fazer a sua inscrição para o Encontro de 9 e 10 de Outubro, em Valadares. Imperdível a ementa que o Pe Anselmo e os seus convidados nos prometem para um fim-de-semana que bebe nesta crónica muita da sua inspiração!

Dialogar é preciso!

Por que não se inscreve já, também?!

antónio colaço



publicado por animo às 08:47
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MATINAS

 

Que o Teu Sol nos acompanhe e ilumine este nosso sol, o dia inteiro!

Obrigado

antónio colaço



publicado por animo às 08:47
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Sexta-feira, 10 de Setembro de 2010
MATINAS

 

Ainda um dia acordaremos contigo, espreguiçando-nos como tu,sem janelas, estores ou reposteiros.

Acordando, inteiros, para um Sol Outro, Pleno, sem Princípio nem Fim.

Vem, sê esse Sol, hoje, em mim.

 

2

Mãezinha, os nossos parabéns.Sabes que estás sempre connosco!

antónio colaço



publicado por animo às 07:51
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Quinta-feira, 9 de Setembro de 2010
LISBOAS

Chego e como nos mercados ou Feira da Ladra, assento a troucha e marco o terrado.

 

Trago quinquilharias carregadas de histórias.

É só o tempo de puxar-lhes o lustro para encantar quem passa.

antónio colaço

________________________________________

 

MATINAS

________________________________________

 

 

Ainda não sei como vai ser o meu dia, este dia - escrevo, no entanto, depois de tudo já ter acontecido - mas agradeço-Te este Sol que desponta longe do Vale, mas igual ao do Vale.

Afinal, És igual a Ti próprio.

Mantém-me sempre igual a mim próprio, com a capacidade de agradecer-Te sempre.

_______________________________

 

LISBOAS

_______________________________

 

 

 

 

Nas traseiras da Columbano, a caminho de um pintor outro, de energias, Takeo de seu nome, um .. mar de rosas!

 

 

À espera, não de Godot, mas de Takeo, surpreendido com o meu querido amigo Sidónio Pardal, em directo do Buçaco.O tempo de recordar Mafra, Janeiro de 1974, o nosso beliche, um vómito vindo dos céus..., mas, sobretudo, as noites na Tapada de Mafra, de G3 em riste e o Sidónio a aprofundar-me os rudimentares conhecimentos da injustiça da guerra colonial, "temos de estar cá para fazer a luta cá dentro.."

 

 

 

Café Restelo, a dois passos da Torre de Belém.

Na mesa do lado, quatro "velhos", meia idade, num silêncio de arrepiar, falam sobre os preços das casas cá, e... em França: "Os gajos aqui não trabalham andam só a laurear a pevide, nunca mais as conseguem pagar!"

 

Novo e prolongado silêncio até nova tirada sobre preços de um catálogo agarrado a um daqueles jornais gratuitos.

 

Penso para comigo, é disto que falamos, nós os ..."reformados"?

 

Um pombo acerca-se de mim. Com que idade se reformarão os pombos? Os seus pombais serão mais baratos em França?

 

No pacotinho de açúcar do carioca de café, vejo e leio Ghandi, naquelas frases com que os Nabeiro decidiram socializar a "cultura": "Haverá algo mais verdadeiro do que vencer a força com a razão?!"

 

Pela vidraça da esplanada vejo que o café está sintonizado nas Tardes da Júlia.

 

Não tenho mais que acompanhar os canais noticiosos para "monotorizar" os meus líderes.

 

Miguel Macedo ou Louçã já estarão a perorar nas suas ..."As Tardes de Louçã", "As Tardes de Macedo?..."

 

Não me contenho, pareço estar aqui a mais, simulo escrever no moleskin mas desisto.

A literatura foi-se.

Opto pelos sms para alguns amigos!

Os sms cavalgam no tempo, destroem engendradas distanciações, anulam o estilo mas privilegiam o estalo. De imediato tens o feed back desejado:

 

Meu caro ...., Takeo quase me pediu p esperar por ti mas já não deu p esperar mais!Hoje, é a primeira tarde longe do frenesi de 21 anos de S.Bento.Estou sentado na mesa do café "Restelo", ao Restelo, ao meu lado estão quatro "Velhos".Reformados , como eu! Aguardo c indisfarçável ansiedade telefonema de um amigo coordenador de programação d uma tv privada.Preciso de me fazer ao mar,antes q me torne num indesejável Velho do Restelo.As melhoras, de preferência sem a "flatulência" do Stephen Hawking!abc

 

Não podia ser mais rápida a resposta de um dos meus amigos:

 

Saboreia o sol do calmissimo restelo e a paz dos ossos trazida pelo gestor de energias q tivemos a sorte de encontrar. Ri p os velhos sonolentos sem identificaçao negativa. Seras um velho c skills e mts oportunidades de exercer o "talent de bien faire" (divisa do infante navegador!). ri-te dos palermas e de ti qd fazes palermices.abraço

 

E de um outro, mais contido mas solidário:

 

Obrigado pela msg

Folgo em ver que quer continuar a servir, no melhor do espirito Franciscano...

Muito obrigado pela msg e por partilhar comigo esse deslumbramento pela nova situaçao de aposentado

Um abraço e bom dia

Bem haja e felicidades

 

Por estas horas, lá no palácio, já alguém me teria solicitado que valorizasse o papel y no tema x, junto da televisão z.

 

Estou mais concentrado em ver a ansiedade dos arrumadores e os rituais a que recorrem sempre que um carro abandona a pujante sombra dos verdejantes jacarandás.

 

Tenho de partir.

A Micas está com fome e tardo a encontrar os seus croquetes.

 

 

Chego a casa de mãos a abanar. Terei de voltar a sair para procurar num outro hiper. Micas teima em não aproveitar as sobras dos mal mastigados croquetes.Mas hoje, resolveu surpreender-me, vendo que tardariam em chegar. Abandonou a sua posição de amuo e ei-la ao ataque das pequenas migalhas sobrantes!

Micas, a crise quando nasce é para todos!!

 

 

Resisto a ver o telejornal.O canal que reporta a sessão parlamentar de hoje passou completamente ao lado do meu antigo grupo, quer nas SCUT, quer na intervenção de Plenário...

Por que é que me deveria preocupar se para os "meus colegas reformados" do Café Restelo, apesar de todos os prolongados silêncios, o que interessa é que as casas em França são mais baratas do que em Portugal....

antónio colaço

 



publicado por animo às 23:22
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ânimo EM EDIÇÃO DE SERÃO!!!

QWERTar à noite, ao relento, longe das mordomias do palácio...

Agora, é a doer, espaçada no tempo, a ânimo não pára, mesmo que editada muito depois do acontecer.

 

Até já.

Apenas o tempo de deitar mais algum azeite na candeia.

A noite vai ser longa, tanto quanto foi o dia.

Este primeiro dia loooooooooonge do frenesi de 21 anos no palácio.

 

antónio colaço



publicado por animo às 23:04
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Quarta-feira, 8 de Setembro de 2010
JACARANDÁS EM SETEMBRO

 

Jacarandás em Setembro são verdes.

pfm

 

 

NR

O amor pelos jacarandás não pode ficar-se pelos delírios violáceos de Abril.

Este é o Outono verde que nos assegura o perfume primaveril .

antónio colaço



publicado por animo às 16:36
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ÂNIMOS EXALTADOS

 

 

As famílias (dos mineiros chilenos) estão a ajudar como podem enviando palavras de ânimo.

SIC



publicado por animo às 13:36
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LISBOAS. AS MINHAS PRIMEIRAS LISBOAS.

 

Imediações da antiga Feira Popular. Em 1972, foi para aqui que encaminhei os primeiros passos para o primeiro emprego. A primeira e frustada tentativa. A publicidade, uma agência, a ingenuidade em pessoa....

 

 

 

Avenida 5 de Outubro, Nº 61, 6º, o meu primeiro e exíguo quarto. Sem nada, cabia lá todo, com a imaginada Lisboa, no Porto, toda na cabeça.

 

 

Quase 40 anos depois, qual das Lisboas resta, outra vez, para imaginar?

A oportuna solidariedade dos semáforos convoca-me para as necessárias pausas.

Não tarda, o verde encoraja-me para avançar.

Vêm aí novas causas!

antónio colaço



publicado por animo às 13:36
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MATINAS

 

Passo por ti, Santa Maria, e sinto que me questionas "como passas de saúde"?!E então, agradeço este passar por ti, e desejar que trates bem da saúde a quem por aí está. 

antónio colaço

 



publicado por animo às 13:36
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Terça-feira, 7 de Setembro de 2010
MATINAS

 

Tímidas, as primeiras águas de um desejado Outono aí estão.Ou, apenas, para refrescar o que resta deste cansativo Verão?

antónio colaço



publicado por animo às 09:21
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Segunda-feira, 6 de Setembro de 2010
VÉSPERAS

 

 

 

Um adivinhado Outono insinua-se nas prolongadas sombras que descem pelo Vale. É chegada a hora de dizer adeus e deixar que as primeiras águas tomem o seu lugar. Para trás ficam os dias sem grandes histórias por contar e até as videiras, pesarosas, solidárias, oferecem, sentidas, o pouco que este ano têm para dar.

Foi uma "aragem" que passou e que não se conteve apenas na natureza....

Obrigado, por este Vale, por este fabuloso final de tarde e pelos mitigados bagos de ouro destas uvas que nos convocam para o desprendimento total.

Sim, Tu és o Eterno Vale.

antónio colaço

 

 

 

 

 

 

 

 

LONGE DE CARCAVELOS MAS PERTO DE UM PERIGOSO BURACO. QUEM QUER VÊ-LO?

 

 

Carcavelos.Na pior fase da minha ciática ainda consegui tapar este buraco com a respectiva tampa que ali aguardava a hora de ser colocada.Dias mais tarde, alguém achou que dava bom dinheiro e zás, lá se foi.

Toda a gente repara no buraco e na pobre vítima que um destes dias abre um qualquer telejornal para que, finalmente, todos lamentemos o mal!

 

Senhores da Câmara de Cascais, fica junto do Parque do Restaurante a Pastorinha, passe a publicidade.

 

antónio colaço



publicado por animo às 12:28
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A FONTE DOS PASTORES TEM SEDE...DE LIMPEZA!

Abrantes, junto ao Quartel do Exército.

 

Palavras para quê?!

 

antónio colaço



publicado por animo às 12:16
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MATINAS

 

Acordar em Mação ou Lisboa, tanto faz. Obrigado, por esta tua Paz.

 

antónio colaçp



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Domingo, 5 de Setembro de 2010
WEBANGELHO DE FREI BENTO DOMINGUES

 

A sua vida passou por várias conversões.

A morte levou-o quando já tinha dado tudo a Deus e ao povo angolano.

 

 

 

 

EM MEMÓRIA DE FREI JOÃO DOMINGOS

 

Este nome é, hoje, praticamente ignorado em

Portugal, tratando-se, no entanto, de uma fi gura

incontornável da boa presença portuguesa em

Angola onde, desde 1982, viveu e realizou uma

obra notável. Angola, em plena guerra civil, foi

para ele uma opção defi nitiva.

Nasceu, em 1933, na aldeia da Torre (Sabugal) e morreu,

em Lisboa, a 9 de Agosto de 2010, onde se encontrava

para ser operado. Entrou para a Ordem dos Pregadores

em 1952. Estudou Filosofi a no Centro de Estudos

Sedes Sapientiae, em Fátima, Teologia em Otava e

Estrasburgo.

Foi director da Escola Apostólica em Aldeia Nova. Como

prior do Convento Dominicano, participou activamente

na criação do Centro de Estudos de Fátima (CEF), cuja

sede e salas de aula estavam situadas nesse mesmo convento.

Em 1975, a partir da Comunidade João XXIII (Lisboa),

desenvolveu um incansável trabalho de orientação

de numerosas congregações religiosas, nomeadamente,

no apoio ao movimento das “pequenas comunidades”

que irrompeu em Portugal, por diversas circunstâncias,

depois do 25 de Abril de 1974.

Em 1981, deslocou-se a Angola para estudar as condições

de uma futura e inédita presença dominicana masculina

naquele país dilacerado pela guerra. Com Frei José

Nunes e Frei Gil Filipe foi, em 1982, para Waku-Kungo

(Diocese de Novo Redondo, ou Sumbe). Este grupo foi

fervorosamente acolhido pelo seu bispo de então, D. Zacarias

Kamuenho, mais tarde arcebispo de Lubango, a quem

foi atribuído o Prémio Sakharov. Acompanhou sempre

com admiração e carinho os percursos e realizações dos

dominicanos. Este bispo teve a intuição de organizar a

vida da diocese em termos de pequenas comunidades,

inspirando-se no modelo da organização tradicional das

populações designado por Ondjango. A pequena comunidade

dominicana recém-chegada assumiu com entusiasmo

essa perspectiva de evangelização inculturada

sobre a qual um dos seus membros fez, passados anos,

uma brilhante tese de doutoramento, analisando a fecundidade

e os limites daquela opção (1).

Waku-Kungo era uma frente de guerra entre o MPLA

e a UNITA. Nessa instabilidade, as características dessa

paróquia-missão exigiam não só uma inserção cultural,

mas também uma luta permanente pelo respeito dos direitos

humanos, independentemente do ocupante militar.

A formação dos cristãos e, sobretudo, dos animadores

das comunidades, na promoção da justiça, na partilha

dos bens e na reconciliação entre angolanos, tornou-se

a grande prioridade.

Esse êxito evangelizador fez com que os dominicanos

fossem convocados para uma presença mais alargada em

Angola. Coube a Frei João Domingos, em 1987, fundar

a comunidade de S. Tomás de Aquino, na Paróquia de

N.ª S.ª do Carmo, em Luanda, que se transformou num

foco de novas iniciativas.

Para além da missão de pároco, foi-lhe confi ada a

direcção do Instituto de Ciências Religiosas de Angola

(ICRA). Reconhecendo em Frei João Domingos a “graça

da pregação” – sem ela, a eloquência não passa de propaganda

–, os bispos de Angola não lhe pediram, apenas,

que pregasse aos outros e fosse professor de Teologia no

Seminário Maior de Luanda, mas também, por várias

vezes, quiseram que fosse ele o seu pregador.

Criou, no ICRA, um segundo curso, o de Educadores

Sociais. Lançou, depois, o Instituto Superior João Paulo II,

com um curso universitário de Serviço Social. Colaborou

na criação do Centro Cultural Mosaiko, empreendimento

dos dominicanos de Angola – na diversidade dos seus povos

e culturas – que se tem distinguido por um trabalho

de formação e organização, em todo o país, de grupos

para a defesa dos direitos humanos.

Na sua intervenção multifacetada estavam sempre

unidas a dimensão espiritual e a refl exão sobre a complexidade

da realidade angolana, nas suas diferentes fases

dos últimos 30 anos. Por isso mesmo, a sua voz tornouse

cada vez mais escutada e respeitada, não apenas nos

meios eclesiais, mas também a nível da sociedade civil.

Com a celebração eucarística televisiva – a que Frei João

Domingos presidia nos primeiros domingos de cada mês

–, as suas intervenções acutilantes eram comentadas

em toda a Angola.

Nunca se deixou seduzir pela habitual “caça às vocações”

para assegurar um

futuro angolano ao carisma

dominicano. Perante

a fragilidade de todos os

desígnios humanos, só o

exemplo e um critério de

exigência poderiam mostrar

se valia a pena ou não

ir pelo caminho aberto por

ele e pelos seus companheiros.

Procurou que os candidatos

estudassem noutros

países africanos, sabendo que é a partir de África que devem

elaborar o projecto da Ordem dos Pregadores nesse

continente. Varreu, desde o começo, qualquer ideia de

colonialismo religioso e eclesiástico, não por táctica, mas

para respeitar a verdade da evangelização inculturada que

só os africanos poderão assegurar se não caírem na tentação

do poder económico, político e religioso. No entanto,

quando morre, as três comunidades dominicanas são já

constituídas, quase exclusivamente, por africanos.

Os seres humanos não nascem feitos. A vida de Frei

João Domingos passou por várias fases, por várias conversões.

A morte levou-o quando já tinha dado tudo a

Deus e ao povo angolano.

(1) J. Nunes, Pequenas Comunidades Cristãs – O Ondjango e a

inculturação da fé em África / Angola, UCP. Porto, 1991.



publicado por animo às 21:13
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ÂNIMOS EXALTADOS

Os mineiros chilenos apresentam, agora, um estado de ânimo redobrado.

TVI



publicado por animo às 20:53
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