Lisboa.Calçada da Ajuda, há instantes.
Que dias, quase sem noites, quase sem Ti. Quase sem mim....Obrigado
antónio colaço
O REF desceu da tarde de Domingo para a madrugada e manhã de segunda (daí a apouca actividade editorial) a mais um grande hospital. Deu para tudo, para ver os Simpson, passar a noite acordado naquilo que era suposto ser um estudo do ...sono, porque teve de "dormir" entre uma senhora que só queria apanhar a camioneta e um homenzinho que teve de ser "aspirado" várias vezes de noite.Mas REF está agradecido aos deuses por lhe terem descoberto...diversas apneias nocturnas.O REF saiu do hospital de malinha na mão. Como diria alguém, "Ah!o meu sogro também tem um aparelho desses e a minha filha chama ao avô....o Homem Elefante!!!!!"
E antes de ir para a cama armadilhado até aos dentes, perdão, até ao nariz, com uns plásticozinhos que denunciarão os nossos dissimulados "roncares" durante a noite, nada melhor do que dar uma vista de olhos pelos.... conselhos sempre úteis para um REF que se preza.
Mas aquela do "iniciar com carinhos, parentesis, "jogos amorosos" uma delícia!!!
Do que é que se
estão a rir, senhores?!Seus invejosos!!!
antónio colaço
In Público de 24 Out
As crises: grandes oportunidades
Sempre ouvi falar da crise da Igreja, do cristianismo, da religião e até da “morte de Deus”, sem ressurreição
A palavra crise é de origem grega. Transitou do
campo médico para o económico e fi nanceiro.
Não me compete entrar na vozearia acerca das
expressões da crise que nos envolve. Anoto
apenas o seguinte: com todo esse barulho,
ocultam-se os labirintos da crise mundial, o veneno
subtil do império da fi nança e os actores que o servem.
O culto do dinheiro é enganador. Quando de meio necessário
se transforma no fi m e no sentido de tudo,
acaba por fazer do mundo um mercado. Não se pode
servir o dinheiro e o ser humano.
Para além das responsabilidades da banca, das empresas,
do Estado e dos Governos na crise que nos atinge,
não se pode fazer de conta que os indivíduos e as
famílias não são responsáveis pelo modo como usam o
seu poder de compra, como se comportam perante as
despesas necessárias, as de ostentação e as que devem
ser reservadas para o dom e a partilha. Se a crise servir
para hierarquizar o que é mais e menos importante na
vida, pode ser uma excelente ocasião de transformar a
necessidade em virtude.
2.Desde que me lembro, sempre ouvi falar da
crise da Igreja, do cristianismo, da religião
e até da “morte de Deus”, sem ressurreição.
Quando se discutia se tínhamos ou não entrado
numa era pós-cristã, veio a crise das
Missões, que tinham sido a revitalização das Igrejas cristãs
no século XIX. Em África, à medida das independências,
os missionários eram convidados a regressar à
evangelização da Europa, que bem precisava deles. No
campo protestante, falou-se muito de uma “moratória
missionária”. Em certos ambientes católicos, em vez de
missão, chegou-se a usar o termo demissão. Entrávamos,
portanto, numa era pós-missionária.
Foi, sem dúvida, o fi m de um determinado tipo de missões,
mas surgiu o entusiasmo pela inculturação missionária,
mesmo quando não se sabia muito bem o que esse
neologismo eclesiástico poderia implicar. A verdade é que
passou a ter um sentido universal, antigo e moderno, e
não apenas um uso de exportação para o Terceiro Mundo:
só pode ser salvo o que for assumido. João Paulo II lançou o
apelo a uma “Nova Evangelização” em perspectiva global,
provocando as Igrejas locais a responder a essa interpelação.
Se outro mérito não tivesse, conseguiu, pelo menos,
que a questão missionária começasse a ser encarada como
imperativo de todas as comunidades cristãs.
As crises podem redundar em novas oportunidades (1).
Em 1906, um publicista católico, Artur Gomes dos Santos,
traçava, num livro sobre O Catolicismo em Portugal, um
quadro pouco risonho da situação: “Exceptuando algumas
regiões do Norte, onde o povo conserva o hábito da
missa diária e da prática frequente dos sacramentos, no
resto do país os templos estão quase sempre vazios. Na
capital, com excepção de algumas capelas pertencentes
a ordens religiosas, ao dia de semana ninguém vai à igreja;
ao domingo a concorrência é fraca e nunca se vêem
homens. Só mulheres. No Sul do país, principalmente
no Alentejo, é pior ainda. [...] Dos cinco milhões de católicos
que se atribuem a Portugal, nem um décimo são
católicos.” Segundo este autor, “o catolicismo ofi cial é
apenas... nominativo”.
Na semana passada, lembrei alguns caminhos da chamada
“cruzada” que a “reconquista cristã” do país exigiu,
durante a Primeira República e durante o Estado Novo.
Com todas as difi culdades, acertos, erros e desvios, nos
começos dos anos sessenta do século passado, o cardeal
Cerejeira olhava para trás com orgulho do caminho percorrido.
A Igreja, em Portugal, nem precisava das lições
do Vaticano II! Já tínhamos feito isso tudo e muito mais...
O êxito era o começo de uma nova crise.
3.Crise global, com expressões muito diversas segundo
os países e continentes, que João XXIII e
o Concílio Vaticano II procuraram enfrentar. A
interpretação deste acontecimento não é unânime
no seio da Igreja católica. Os nostálgicos
do passado lamentam o fi m do catolicismo identifi cado,
por Yves Congar, com a concepção piramidal da Igreja,
o “tridentinismo”. Para outros, sem o Vaticano II, estaríamos,
hoje, mergulhados nas contradições do islão
perante o mundo moderno e o pluralismo religioso.
Não esqueçamos que foi só neste concílio que
se conseguiu reconhecer, oficialmente, o direito à liberdade
religiosa.
Termina, hoje, o Sínodo católico para o Médio
Oriente. Ainda não é o momento para um balanço
deste importante acontecimento. Para além
dos problemas internos,de tradições e de aggiornamento
próprios a cada uma das Igrejas, no seio
da catolicidade, as Igrejas cristãs estão ameaçadas.
Os números são eloquentes: a saída dos cristãos do
Médio Oriente é maciça e diversificada. Mais da metade
de palestinianos, em maioria cristãos, vivem
fora do Médio Oriente. Só para o Chile, foram mais de 300 mil. A metade dos caldeus – cerca de 400 mil – fugiu do Iraque devido à guerra.
Num século, os cristãos, na Turquia, passaram de 25%
para 0,13%. Pelas suas instituições abertas a todos (escolas,
hospitais, universidades), os cristãos podem ser
factores de diálogo e de contacto entre comunidades, na
sua diversidade religiosa. O seu exílio é um verdadeiro
empobrecimento cultural.
Conseguirá este Sínodo transformar esta crise mortal
numa grande oportunidade para a liberdade religiosa
no Médio Oriente?
(1) Cf. Cristianismo em Crise?, Rev. Concilium 311 – 2005/3.
As imagens das tantas saudades pelo meu Vale das Árvores, em Mação,falam por si. Nomeá-las, do mais insignificante cogumelo, ao mais cremoso diospiro,passando pelos vermelhinhos carrapeteiros e medronheiros, ou pelas hortensias de mil despedidas feitas,é dizer-lhes do meu devotado amor à espera da próxima primavera.
Tomai e ... vede, estes são os diospiros que na grande cidade aliviarão meus tantos suspiros!
Adeus Mação, inté para a semana.Espera-nos a "afamada" Feira dos Santos e a afamada tradição dos últimos anos, de um presidente de câmara "empresário", a vender nozes em concorrência aberta com os pobres dos feirantes!
Enfim, Ele não tem culpa mas...lá diz o ditado "Dá Deus nozes ....a quem tem assim presidentes!!!"
antónio colaço
(NR-O Sapo "comeu" um texto que tinhamos editado sobre esta iniciativa!Vá comer textos para outro lado, sr. sapo!)
António Reis e Manuel Monteiro comemoraram os 100 anos da implantação da República afirmando-se, ambos, convictos republicanos.António Reis traçou o quadro histórico em que se deram os acontecimentos que levaram à implantação republicana, destacando, em seguida, os aspectos positivos e os negativos.Inevitavelmente a actualidade que vivemos a pontuar qualquer ponto de situação que se faça daí que se percebeu que Reis tentou defender não só os erros do passado longínquo como apontar o dedo, benévolo, para aquilo que nos nossos dias pode fazer perigar a liberdade.
Foi também este o caminho seguido por Manuel Monteiro que demorou mais a sua intervenção em criticar os excessos presentes, nomeadamente, a existência de uma casta que se assenhoreou do poder e, alternadamente, o vai mantendo com todo o seu rol de privilégios.
Manuel Monteiro, ao contrário de Reis, que continua a ver no actual sistema democrático o ideal, defende um sistema presidencialista como forma de obviar a essas influências nos vários negócios.Um presidente em que se possa confiar.Ética, reclamou Manuel, é o que falta, para além de justiça.
No final, a assistência, em apreciável número, registe-se, dada a hora, interveio e, claro, não deixou de querer olhar para os dias de hoje na tentativa de evitar cometer os erros do passado.
Os parabéns para Valter Marques ( cada vez me arrependo menos de ter escrito - profetizando? - no Voz da Minha Terra, "Valter!Vale em 2013?") o jovem e dinâmico presidente da Junta a quem o moderador, este vosso humilde escriba, deixou um apelo final com sabor ...monárquico: Valter, faz com que me devolvam os moinhos da minha infância penhascosense!!!
Obrigado pelo convite com que reiniciei as tantas moderaçoes de debates, entrevistas, etc!
antónio colaço
Pe Anselmo Borges
In DN
SARAMAGO E DEUS
Passado o rebuliço mediático, quereria escrever sobre o tema em epígrafe. Só sobre ele. Deixo, pois, as questões literárias, partidárias, políticas, incluindo a nódoa indelével daquele desgraçado despedimento de 22 jornalistas do DN por delito de opinião. Exijo-me este texto, até porque, numa entrevista a João Céu e Silva, Saramago se me referiu com admiração por ter lido e gostado do seu livro Caim: "Até fiquei surpreendido quando ouvi um teólogo - uma coisa é um teólogo e outra um padre -, Anselmo Borges, dizer que tinha gostado do livro".
Quem, no meu entender, melhor escreveu sobre o tema foi Eduardo Lourenço. Entre outras coisas, porque introduziu o pensar sobre o ateísmo até ao limite. "O que designamos por 'ateísmo', na sua literal acepção, significa, geralmente, mais do que o seu conteúdo dialecticamente negativo. Denota um relacionamento de grau nulo com o referente Deus. É tão impensável ou inacessível na sua ordem como a pura transcendência, que é conteúdo real ou imaginário de Deus. Ser ateu é só ser e estar 'sem Deus'. Perspectiva tão vertiginosa como a que a referência a Deus assinala, sob o modo de uma 'ausência' tão impensável como a de Deus e não menos 'abscôndita', só que mais dolorosa, que a da presença das presenças."
Segundo a tradição e na modernidade, "considerou-se ateu e deve assim ser considerado o sujeito para quem 'o nome' e, sob ele, a mesma ideia de Deus - não o conceito - não tem sentido algum." Mas não haveria mais motivo para designar como "ateu" quem "tivesse a pretensão de o objectivar, ou de conceber claramente, o que ele mesmo chama Deus"? Afinal, verdadeiramente ateus não seriam precisamente "os chamados teólogos, pelo menos os clássicos - anteriores a Karl Barth -, que sabiam tudo de Deus, ou que sabem tudo de Deus"?
Exceptuando os místicos, é raríssimo o crente que se apercebe de que perante Deus só o silêncio é que diz, pois, no limite, Deus é nada do que dele o linguajar humano possa dizer. Ouvi uma vez a Jacques Lacan: "os teólogos não crêem em Deus, porque falam dele". E também Karl Barth, o maior teólogo protestante do século XX, disse que conhecia muito bem um certo ateu: justamente Karl Barth.
Há dois modos de negação de Deus: a negação real e a negação determinada.
Por negação determinada, entende-se a negação de um determinado Deus, de uma certa imagem de Deus. Foi o que Saramago fez. Como podia ele ou alguém intelectualmente honesto aceitar um deus cruel e sanguinário?
No Caim, é essa imagem do deus violento e arbitrário que denuncia. Não é de facto a Bíblia judaica, no dizer do exegeta católico Norbert Lohfink, "um dos livros mais cheios de sangue da literatura mundial"? De qualquer modo, o nome de Deus foi demasiadas vezes invocado para legitimar a violência e o derramamento de sangue de inocentes.
É certo que no Novo Testamento, na única tentativa de "definir" Deus, se diz que "Deus é amor incondicional". Mas também há acenos para uma interpretação sacrificial da morte de Cristo, teorizada sobretudo por santo Anselmo e desde então muito pregada: Deus precisou da morte do seu próprio Filho, para reparar a ofensa infinita cometida pelos homens e assim reconciliar-se com a humanidade. Ora, precisamente perante esta concepção sacrificial da sua morte como preço do resgate do pecado, como não entender a inversão da oração de Cristo na Cruz? Onde, no Evangelho, se diz: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem", lê-se, em Saramago: "Homens, perdoai-lhe, porque ele não sabe o que fez".
A negação determinada não significa negação real. A pergunta é, portanto, se Saramago negou realmente Deus ou se, pelo contrário, na negação do deus arbitrário e sanguinário, não está dialecticamente presente o clamor pelo único Deus verdadeiro, o do Anti-mal. De qualquer modo, segundo Saramago, "Deus é o silêncio do universo, e o ser humano o grito que dá sentido a esse silêncio". "Esta definição de Saramago é a mais bela que alguma vez li ou ouvi", escreveu o teólogo Juan José Tamayo.
Do confronto entre as cerradas nuvens desta manhã e os luminosos raios, restou este pedacinho de amanhecer!Agora que o céu de chumbo está feito, só resta mesmo a certeza de poder contar com uma outra fonte de LUZ, invisível, sim, mas permanente, em que se confia, porque Confiante.
Obrigado.
antónio colaço
Onde se conta a historia de um REF verdadeiramente deliciado em, mais do que incomodar, ser incomodado pelas doçuras de Belém.Para trás ficou a tarefa de trazer para a conversa um dos donos desta autêntica mina de ouro que ao que se diz é vindouro lá das suas , do REF, berças!
Imperdível a exposição "REVELAÇÃO, de Paulo Damião, na Arte Periférica do CCB.
Os pombos elitistas do CCB não se contentam com quaisquer vulgares migalhas.Debicam um pouco de Foucault, aqui, um pouco de Mozart ali, ficam às portas da colecção de Berardo mais além e, no final, convivem, convivem...
Foi então que de uma feijoada de polvo e dois goles de um rosé sem proveniência confirmada, REF não mais largou o Chiado. Pelo que a legenda da imagem deveria confinar-se a um simples "No CCB com os olhos (e o palato) no...Chiado".
A ver vamos, camarada Vasco..
REF não pode ser mais preciso.Tudo ainda tão difuso como a teimosa nitidez desta imagem final. Há-de fazer-se luz!
antónio colaço
Surpreender-te, sol, no teu sono,ainda.
Vamos,acorda!
É bom saber que o Criador, há muito, espera por nós!
Obrigado!
antonio colaço
Rossio, esta manhã.
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Uma versão animada mas...interrompida porque a câmara/tlm não estava...offline!Mas vale a pena.
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antónio colaço
O REF na sua continuada aprendizagem, descendo ao quotidiano da grande cidade e, nela, experimentando a angustiada espera pelos transportes e seus horários desnortes.Mas, antes, celebremos, nós os da Ajuda, esta social raridade, qual seja a de termos, entre nós, um "sinaleiro de proximidade"!!!
-Ei, senhor!Eu não quero protagonismos lá na ânimo!Basta-me aqui!!!
-Um vozeario no 729 sobre o apertar do cinto e os desmandos salariais da maior parte dos nossos milionários gestores!Só faltava a esclarecida senhora pegar no microfone e adiantar um "senhores passageiros queiram apertar os vossos cintos!!"
O que espera este homem, todos os dias na mesma posição?
Não deve ser homem de sorte, que a sorte assim não sai, não.
Para o REF, sorte é ter o privilégio de reencontrar sempre a Casa da BENARD.Saia a emp.....
REF foi segredar a Pessoa que já comprou na FNAC a agenda para 2011... com a sua pessoa na capa.
Bem prática.Um...sossego.
Depois do Pessoa, o Camões a olhar para o balão, perdão, para as polémicas iluminações!É Natal ! É Natal, não fazem mal.
O REF é um repórter que se preza:no instante de um clic,zás,nas LISBOAS de Lisboa, três putos reguilas saltam para o elétrico?Com uma pequena diferença,são marinheiros ingleses, recordando velhos tempos?!
Na Calçada do Combro um belíssimo trabalho de recuperação. Muito próximo, quase a seguir, um outro, nãO menos animador de.... Carrilho da Graça. Só para Abrantes é que o homem concebe desgraça!
Que desanimador!
Fala-se de Abrantes e o REF, zás, a passar pela Calçada do Marquês de Abrantes.
E a viagem do REF termina na Rua D.Carlos, a imensa e verdejante copa dos jacarandás esconde S.Bento, lá ao fundo...
S.Bento...no fundo?!
É hora de tomar o último trem do dia!
Venham daí no setecentos e vinte e sete das nossas vidas:
antónio colaço
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