Proposta de Cartaz para os 30 anos de Abril. Original de antónio colaço.
Colecção da Associação 25 de Abril.O autor criou, igualmente, a serigrafia que assinalou os 19 anos de Abril.
A ânimo tem dado, desde há muito, o seu contributo, mas com mais intensidade desde Dezembro do ano passado, para fazer da "Casa de Abril", sede da Associação 25 de Abril, um local de encontro e debate por forma a que Portugal se abra para Abril, todos os dias!
Quando, aqui e acolá, insinuantes, surgem indisfarçáveis argumentos a quererem, como voluptuosas sereias distrair-nos dos pacíficos valores de Abril, deixo apenas uma frase que um destes dias utilizei a propósito do silenciamento de um blog :
Em democracia, a força dos argumentos prevalece sobre quaisquer argumentos de força!
É no que continuamos a acreditar,para além de todos os erros e das muitas e reconhecidas insuficiências mas....
Hoje, sem mais palavras, toda a palavra para a excelente intervenção de Vasco Lourenço,aqui!
antónio colaço
AGUARDA
O animador de serviço concluiu, em face de tudo o que aconteceu, hoje, ali para as bandas do RES PUBLICA, de que uma prévia pequena declaração de interesses, em nome do máximo de verdade porque aquilutamos, era recomendável.
É o que em três rápidas pinceladas se faz: o jornalismo de proximidade rege-se pelo Código Deontológico dos Jornalistas, porém, hoje, só hoje, tantos anos volvidos, o jornalista não consegue, por instantes, deixar de lado o soldado cadete que em Abril de 1974, na EPAM, ao Lumiar, teve o privilégio de participar activamente na data libertadora de um país amordaçado, tomando conta das instalações do maior aparelho de propaganda do Estado salazarento de então, a televisão. À minha frente – hoje, a primeira pessoa é a regra, também - tenho, finalmente, e depois de Vasco Lourenço, com quem iniciámos este ciclo, um dos líderes do então MFA tantas vezes mitificado, outras tantas crucificado, por vezes pondo-se a jeito, como costuma dizer-se, mas sempre, uma das decisivas vozes de comando da mudança de rumo que viria a ter lugar e para sempre nos devolveria a Liberdade.
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Como é hábito oferecemos aos nossos convidados uma pequena caixa pintada pelo nosso próprio punho, com o símbolo da ânimo e com um dedal de licor de poejo no seu interior. Hoje, face à polémica instalada pela últimas declarações de Otelo, decidimos oferecer-lhe duas caixas/algarismos, como documenta a imagem, para que Otelo jamais se esqueça…. do 25 de Abril!
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A conversa decorreu animada mas, desde logo, bem afastada do clima de ajuste de contas para que apontavam algumas das questões colocadas pelos leitores e centrada, sim, sobre os desafios que se colocam nos angustiantes dias que vivemos.
Curiosamente, no diálogo que se seguiu com os comensais, dois dos participantes, ambos militares, colocaram algumas questões que pareciam ressuscitar de novo aquilo que, avisadamente, tínhamos alertado não desejávamos, de todo, acontecesse.
Que risto dizer que devemos ignorar o passado? Nada disso, mas na ânimo, e na linha do que aqui reafirmou FreiBento Domingues, está na hora de puxar “por aquilo que cada um tem de melhor dentro de si!”
A conversa que vai ver e ouvir com Otelo é a prova provada do que afirmamos. Mais do que a procura da cacha gratuita, quisemos, seja-nos permitida a expressão, devolver à sociedade o melhor que continuamos a descobrir em Otelo, a sua generosidade, mesmo que tropeçando, aqui e ali, nalguma salutari ngenuidade.
Pudemos, assim, comprovar e reforçar com a nossa palavra, o quanto era importante a presença dos militares de Abril nas comemorações que vão ter lugar, este ano – com alguma originalidade, diga-se - no Palácio de Belém.
O lead desta conversa é a prova provada do que afirmamos. Mas é, também, a marca da diferença que queremos continuar a introduzir no mediático quotidiano dos nossos dias nem sempre preocupado com a substância das causas… por causa da substância das....estafadas audiências.
antónio colaço
aguarda texto
Otelo Saraiva de Carvalho é o convidado dos AAA-Animados Almoços Ânimo/RES PUBLICA, hoje, quarta-feira, 20 de Abril de 2011, a poucos dias de celebrarmos mais um 25 de Abril!
Quem disse que Otelo disse o que disse?!
É o que vamos fazer, mais logo.
Todos os pontos nos iiiiiiiis de ABRIL, ÂNIMOS MIL!!!!
Tens alguma questão que queiras colocar?
antónio colaço
Imagens de ontem mas que de hoje podem ser.
Entre o frenesi dos animados almoços de ontem e o de hoje, todo o tempo do mundo para maravilhar-me com Tua primaveril Criação.
Obrigado.
antónio colaço
Uma questão prévia, um dia depois do memorável almoço com Marcelo Rebelo de Sousa.
De facto, a notícia, ontem, no RES PUBLICA - restaurante da Associação 25 de Abril - não era o que é que o Prof.Marcelo viria dizer sobre o que quer que fosse, até porque já tinha dito tudo na TVI na véspera e nada de novo tinha acontecido nas últimas horas. A notícia, ontem, era mesmo a primeira vez que o Prof Marcelo tinha aceite o convite de um media de proximidade, vulgo, rede social, e ali estava disposto a falar, tal como os anteriores 15 convidados, desde Dezembro do ano passado, não só para os comensais que aceitaram subir à Rua da Misericórdia, como, sobretudo, para a conversa gravada que se seguiria e que vamos reproduzir, o santo e a senha desta causa em que estamos, por enquanto, empenhados,
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No final do almoço, as televisões presentes, por sua própria iniciativa, quiseram ouvir o Prof Marcelo para, alcançados os seus dois minutos de glória, se meterem ao caminho ignorando o verdadeiro alcance do que ali estava a passar-se! O animador de serviço, com educação, pediu-lhes serenidade e que tivessem em conta que, ali, a última palavra era nossa, e que o Prof Marcelo falaria, primeiro, para os comensais presentes e depois, só depois, porque a nossa solidariedade é feita de compreensão, aceitámos que Marcelo pudesse falar para eles antes mesmo da decisiva conversa final connosco, no que contámos com a compreensão do convidado. Ah!E também tivemos que pedir para colocarem as suas cameras por forma a não perturbar o diálogo que iria seguir-se.
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Não se trata de nenhum arrufo de jovens adolescentes chegados a este meio mas, face à inusitada presença de tantos media tradicionais, ontem, no RES PUBLICA, a necessidade de intervir e o destaque que agora se dá, é decisivo e muito tem a ver com a nossa aposta.
Não desejamos concorrer com ninguém mas a lógica da concorrência jamais perturbará o sentido das nossas iniciativas e a serenidade com que desejamos, também nós, concorrer para audiências mais esclarecidas, porque muito mais próximas entre si.
É por isso que preferimos assumir como nosso distintivo, como nossa imagem de marca, que marque a diferença para melhor, o conceito de verdadeiros media de proximidade.
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A vinda de Marcelo, bem como de todos os que aceitaram o nosso convite, até agora, foi uma bênção, mais que não fosse para reafirmar este princípio, razão de ser da nossa maneira de estar no quotidiano dos media. Fica demonstrado que é possível com os meios rudimentares de que dispomos, e de que, por enquanto, não abdicamos, podermos acrescentar mais vida à vida, por vezes rotineira, que os nossos telemóveis reportam.
Não queremos dar lições a ninguém mas ninguém nos vai impedir de, para além de falarmos do que acontece, continuarmos a querer, também, fazer acontecer.
É por isso que são bem-vindos às nossas iniciativas todos os colegas dos outros media tradicionais. Porém, de uma coisa ficam certos: a ânimo não anda, deslumbrada, a convidar gente importante e, sim, gente que nos vem falar do que verdadeiramente importa mudar.
Ontem, no RES PUBLICA, nossos parceiros desta aventura a quem uma vez mais agradecemos, alguma coisa, de facto, mudou.
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Meu caro Prof. Marcelo, foi um prazer e sabemos que deu para perceber. Ou, se quiser, pusemos, já, ontem, em prática, a necessária pedagogia democrática que reconheceu faltar aos media nesta aprendizagem diária da democracia de que tanto precisamos.
Este é o melhor aperitivo para a animadíssima conversa que aí vem!
A si e a todos os que aceitaram colaborar connosco, até agora, um reconhecido obrigado.
antónio colaço
Tejo,imagens do amanhecer de ontem, mas que de hoje podem ser.
Tal como os nossos navegadores de 500, bem longe das suas tantas tormentas, obrigado por não desistir de achar-Te, mesmo que, por vezes,
meio perdido, meio deslumbrado, só me lembre de Ti às tantas.
Obrigado.
antónio colaço
PE ANSELMO BORGES
hoje, no DN
Bento XVI 'versus' Joseph Ratzinger
Um dia, João XXIII passou por um dos Colégios para estudantes nas Universidades Pontifícias, em Roma. Um deles terá ousado atirar-lhe: "Santidade, como é sentir-se o primeiro?" E o bom Papa João: "Está enganado. Pus-me a contá-los, e eu, lá no Vaticano, sou o quarto ou quinto."
Esta estória deve ter muito mais verdade do que se julga. De facto, essa coisa do Poder é muito complexa. Quem manda realmente? Com alguma sociologia das burocracias, alguns conhecimentos de História e do funcionamento da Cúria Romana, percebe-se as dificuldades que há, quando se quisesse reformar a Igreja.
Depois, há evolução no pensamento próprio. E nem tudo se diz a todos e em todos os contextos.
J. Ratzinger escreveu em 1968: "Acima do Papa encontra-se a própria consciência, à qual é preciso obedecer em primeiro lugar; se fosse necessário, até contra o que disser a autoridade eclesiástica. O que faz falta na Igreja não são panegiristas da ordem estabelecida, mas homens cuja humildade e obediência não sejam menores do que a sua paixão pela verdade, e que amem a Igreja mais do que a comodidade da sua própria carreira." Continuou a pensar assim enquanto Prefeito para a Congregação da Doutrina da Fé? O que pensará hoje?
Para repensar a descentralização da Igreja e abrir um debate sobre o primado papal, tendo como interlocutores os protestantes, ortodoxos e anglicanos, J. Ratzinger escreveu em 1971 que se deveria caminhar na direcção dos cinco patriarcados antigos (Roma, Alexandria, Antioquia, Jerusalém e Constantinopla), que, sob a presidência de um deles (o de Roma), asseguravam autonomia: "Olhando para o futuro, deveria constituir uma tarefa distinguir de novo mais claramente o verdadeiro ofício do sucessor de Pedro e o ofício patriarcal, e, se fosse necessário, criar novos patriarcados e desmembrá-los da Igreja latina. Isso quer dizer que uma união com a cristandade oriental não deveria mudar nada, mesmo nada, na sua vida eclesiástica concreta. As mudanças palpáveis poderiam ser estas: que na provisão de sedes episcopais se desse uma 'ratificação' comparável à permuta de cartas de comunhão na Igreja antiga; que houvesse de novo reuniões comuns em sínodos e concílios e de novo atravessasse as fronteiras do Oriente e do Ocidente a permuta de cartas ou documentos semelhantes ('encíclicas'); finalmente, que o bispo de Roma fosse outra vez nomeado no cânone da Missa e nas orações. De modo semelhante, poderia sem dúvida pensar-se numa forma especial da cristandade protestante dentro da unidade da Igreja universal; e, finalmente, deveria reflectir-se num futuro talvez não longínquo sobre se as Igrejas da Ásia e da África, à maneira das do Oriente, não poderão ou deverão oferecer a sua forma própria como patriarcados ou 'grandes Igrejas' independentes."
Quando ainda era só professor, Ratzinger também defendeu, com outros grandes teólogos, como Karl Rahner e Karl Lehman, a necessidade de debater o tema do celibato obrigatório, pois não é um dogma e há o perigo de assistir-se a uma deserção massiva de sacerdotes.
Como escrevi aqui, no meu entender, o último livro de Ratzinger/Bento XVI sobre Jesus de Nazaré tem como fio condutor estas palavras: "a Encarnação de Jesus ordena-se para o sacrifício de Si mesmo pelos homens, e este para a ressurreição; caso contrário, o cristianismo não seria verdadeiro." Julgo que esta afirmação tem de ser lida à luz de uma outra dele, quando professor: opondo-se à teologia da "satisfação" que situava a Cruz "no interior de um mecanismo de direito lesado e restabelecido", Ratzinger rejeitou a noção de um Deus "cuja justiça inexorável teria exigido um sacrifício humano, o sacrifício do seu próprio Filho. Esta imagem, apesar de tão espalhada, não deixa de ser falsa".
E dá liberdade para debater e divergir da sua obra. Pergunta-se: porque abriu então a Congregação para a Doutrina da Fé um processo à obra igualmente admirável sobre Jesus, de J. A. Pagola, "Jesus. Aproximação histórica", que vendeu 80.000 exemplares e está traduzida para várias línguas? Mas saberá Bento XVI o que se passa?
Em maré de crescentes e acentuados cortes, um regresso ao Corte....inglês. O melhor é levar algumas destas palettes de cores para pintar com cores bem garridas os dias sombrios e desgarrados que se adivinham.
antónio colaço
Um nascer de ontem mas que de hoje podia ser.
A enorme vontade deste lugar, de aqui regressar para Te louvar.
Apenas e tão só.
Obrigado.
antónio colaço
Tropeçou, um destes dias, naquele que poderemos aceitar como um dos seus primeiros exercícios de "uma espécie de crítica de televisão", teria aí os seus 14 anos!Não se recorda do tema mas rejeita de todo o conceito que convocamos para a mesa dos "ódios de estimação" que sabe existirem de alguns dos sectores objecto do seu "OLHO VIVO" que mantém, quase desde o principio, no jornal Público.Dirá que o ódio é um conceito que não pode existir em democracia na qual, coisa bem diferente, deve existir o debate e o respeito pelas opiniões diferentes.
Escreve, igualmente, no Jornal de Negócios mas sobre Publicidade, análise de campanhas publicitárias e tudo o que anda em redor desse mundo fascinante mundo do marketing, para além das aulas sobre "Análise Televisiva" na Universidade Católica.
Eduardo Cintra Torres rejeita o peso da carne de porco que domina o Cozido à Portuguesa, às quartas-feiras, no RES PUBLICA, da Associação 25 de Abril, e prefere a leveza de uma posta de garoupa grelhada. Percebe-se que o peso de algumas das afirmações que vamos ouvir não está directamente relacionado com o peso outro das tantas calorias deste típico prato da gastronomia portuguesa e o Eduardo exibe, de facto, uma figura bem distante dos condimentados excessos. Nada que o impeça, portanto, na sua semanal cozinha de crítica televisiva de desmontar alguns dos excessos dos mil e um discursos que se sentam à nossa mesa, em regra, à hora dos telejornais.
E Eduardo não desilude, para abrir o apetite do que vamos ouvir:
-"Este governo socratista tem uma central de propaganda de uma eficácia como nunca tivemos na democracia portuguesa, muito oleada, impecável e tem um lider que consegue convencer-nos - sim,também conseguiu convencer-me ao princípio - daquilo que está a dizer porque é muito eficaz.Existem pessoas assim, que conseguem convencer-se a si próprias, mesmo se estão a mentir!"
No final do almoço, como é hábito, seguiu-se um animado debate com os comensais presentes que colocaram diversas questões desde as pressões a que os críticos de televisão estão ou não sujeitos, a privatização ou não da RTP, como decorrerrá a campanha eleitoral que se avizinha..
Para não retirar o impacto e o contexto ao que vamos ouvir, deixamos uma das últimas e bem condimentada afirmação do nosso convidado:
"-A partir de 2005 comecei a perceber que era uma governação não das tais grandes reformas e sim para o dia a dia, para chegar ao fim do dia com boas sondagens, para continuar no poder e calar os adversários!".
Os nossos políticos de hoje nem sempre têm a noção da importância do que foi dito no passado recente e o confronto com a actualidade. Aí, o papel dos arquivos, seja de som seja de imagem, é fundamental e decisivo para ter um eleitorado esclarecido pelo exercício de memória que no instante de um clic possibilitam.
Nada que os amedronte no ardor das tantas promessas eleitorais de uma noite de casa cheia?!
Veja o que disse Eduardo Cintra Torres sobre a importância do passado na construção de dias cheios de um presente bem melhor.
antónio colaço
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