ÚLTIMA HORA
A EXPOSIÇÃO "LISBOAS" QUE TINHA SIDO PROLONGADA ATÉ DIA 6 DE MAIO, AFINAL, SÓ JÁ TEM MAIS TRÊS DIAS, A SABER:
HOJE, SEXTA FEIRA, AMANHÃ, SÁBADO, E SEGUNDA FEIRA.
COM MUITA PENA NOSSA MAS ORDENS SÃO ORDENS.
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O AUTOR NÃO PODERÁ ESTAR HOJE, SEXTA, MAS AMAHNÃ, SÁBADO, A PARTIR DAS 14H LÁ ESTARÁ PARA RECEBER OS AMIGOS QUE JÁ SO TÊM ESTE FIM DE SEMANA PARA A VISITAR.
OBRIGADO.
antónio colaço
Acho que vou ter saudades destes privilegiados dias, desta privilegiada acústica,desta música, como água, que em mim brota....
antónio colaço
Acabei de sair da SIC Notícias, há instantes, onde, para além de comentar as notícias do dia,terminei a oferecer a todos os que fazem aquela televisão, a edição da serigrafia SINFONIA PARA UM PRATO DE BATATA FRITA COM SALSICHA editada pelo CPS-Centro Português de Serigrafia a partir deste original de Março de 1972.
Sem rumo - falhou um agendado almoço cujo silêncio em torno da sua realização acabaria por me desestabilizar mesmo a entrar para os estúdios - decido ir almoçar à tasca "O Galo", no Nº 26 da Rua Dr Gama Barros, mesmo por detrás do velho e pioneiro Centro Comercial da Av de Roma, onde nasceu a vontade de registar, em grafite, aquele que era, em regra, o nosso prato de jantar há quarenta anos.
Desilusão.Uma senhora explica-me que "ah!isso já fechou há tantos anos.Agora é o restaurante Bikini que só abre de vez em quando".
Não há tempo a perder.A Mãe d'Água espera por mim.Entre a saudade e actualidade devo poder demorar-me mais um pouco.
Espera-me a Pastelaria Sílvia, em plena Avenida de Roma, um dos mais míticos lugares de encontro dos cardiguenses, que me adoptaram, em Lisboa.Na esquina para a Piscina do Areeiro.
É aqui que me sento na esplanada e peço o prato de batata frita, o cachorro e a imperial.As iguarias mais chegadas ao prato original da desaparecida tasca GALO.
E é aqui, meu querido e saudoso Zé Mário ( para os leitores és o homem de barbas que encima esta "Última Ceia" contigo na Portugália!) que tu entras.
Preparo-me para te escrever uma carta, sabendo que neste momento és, afinal, de toda a malta, o único que verdadeiramente aqui estás presente ao meu lado!
Todos os outros andam na sua folia.
Quero recordar Zé a tua paternal amizade para com todos nós, em especial para comigo, o benjamim da turma, a todos os níveis, acabadinho de sair do Convento e a quem todos queriam "ajudar" a abrir os olhos para este novo mundo que me acolheu vindo do distante Porto.
Estou quase a deixar rolar uma lágrima enquanto me preparo para descer contigo até ao velhinho Império, tu com o teu inseparável Diário de Lisboa, quem sabe eu vá ver pela milésima vez o Dustin Hoffman e a sua PRIMEIRA NOITE (sim podem ouvir aqui uma dessas eternas músicas que tanto nos marcaram a todos) quando, tendo começado a comer as batatas fritas acabadinhas de chegar, já o cachorro ia a meio, avança na minha direcção, meio andrajoso, desgrenhado, um rosto fustigado por noites mal dormidas, vindo de leste, mas a fazer pela vida, oferecendo-me para que compre o Borda d'Água.
Recuso e minto dizendo que já tenho.
Quero continuar a escrever para ti, Zé.Eu que costumo dizer agora, meia figura pública a dar entrevistas a aparecer na TV, que não vivo para escrever ou pintar. Pinto e escrevo porque vivo, Zé!
Zé, o homem não desarma. Não vê que estou a almoçar e a celebrar os 40 anos de um quadro que acaba de ser mostrado ao mundo.Não vê que tenho uma lágrima a querer rolar pelo rosto e que ele está a interromper o seu lacrimoso percurso.
Zé, faz alguma coisa, quando estavas entre nós não havia "disto", romenos, feios, porcos e...maus, imagina só de onde esta gente veio para nos atrapalhar o dia. Estava aqui a conseguir uma croniqueta gira para editar no Facebook - pois, Zé, não sabes o que é isto, não é do teu tempo em que a nossa grande vontade de comunicar era ao fim do dia de volta de umas bjecas na Portugália, um SG para incensar a noite, umas escapadelas a uns barezitos do Cais do Sodré.... - e vem-me este romeno que não para de me olhar com uns olhos negros da cor da noite escura em que deve viver todo o dia a querer vender-me o Borda dÁgua!!!
Faz alguma coisa Zé, eu preciso de escrever e tenho de ir para a Mãe d'Água continuar esta saga de artista!
O romeno não desgruda.Já que não lhe conmpro o Borda d'Água ao menos, gesticula, leva as mãos à boca e sinaliza qualquer coisa tipo "dinheiro para comer!"Eu tinha visto o filme todo quando ele se aproximou da mesa, Zé!Quem me mandou vir para a esplanada, tal como fazíamos!
Eu sabia que o romeno não me ia largar!
Zé, não fazes nada, eu rendo-me!
Mandei-o sentar.
Que começasse a comer as minhas queridas batatinhas acabadas de chegar, estaladiças, um regalo, agora, para os meus olhos.Devo ter comido meia dúzia.
Que queres comer para acompanhar, um cachorro como eu?
Que sim, disse, meio espantado com o que acabava de acontecer-lhe.
Bebes uma imperial, como eu?
Queres mostarda, como eu?
Zé, continuo a falar contigo um destes dias.
Viro-me para o romeno e zurzo no mais íntimo de mim "meu sacana, dás-me cabo das batatinhas todas e nem sequer me ofereces uma!!!"
Mora na Amadora.Tem cá a mulher e uma filha. Veio da Roménia. Lá trabalhava numa empresa de mudanças.Mostra-me uma carteira a cair aos pedaços mas onde guarda a fotografia dos pais, da mulher e o seu bilhete de identidade.
Pergunta-me qualquer coisa tipo "onde andas?"
Digo-lhe que...ando por aí!
É a altura de pedir a conta e dizer ao meu interlocutor que esteja à vontade, que coma as batatinhas e que seja muito feliz.
Levanto-me para ir buscar o telemóvel à NOKIA do Areeiro pois tinha ficado a fazer um "tratamento estético (assim reza a factura)ou seja, o écran estava mais sujo do que o rosto deste romeno e já mal deixava ler o que quer que fosse.
No caminho deixo rolar todas as lágrimas que estavam há muito contidas.
Eu que esperava um almoço patrocinado por dois amigos recentes,ali estava a chorar, passo a passo, na Av João XXI, não sei se a minha própria marginalização, sim, um tipo acabado de sair da televisão, a ser recebido em ombros nalgum restaurante chique, assim esquecido!!, se a marginalização daquele romeno a quem, sem querer, terei proporcionado uma reconfortante pausa na árdua tarefa de arranjar uns cobres à custa da venda do Borda dÁgua!
Por uns instantes, amigo romeno, acho que não te sentiste borda fora dos dias.
Obrigado, Pavel Traian.
antónio colaço
NR
António Colaço na SIC Notícias, ontem.
O vídeo, finalmente, graças aos meus queridos amigos Manuel Senra e Bruno Nabais, numa primeira fase, e, depois, uma tremenda saga pessoal para conseguir editá-lo aqui na blogosfera.
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Como já disse num outro momento,uma presença algo condicionada de início - todos temos os nossos dias - que, ...creio, ganhou asas num segundo momento.
Nomeadamente, a magna questão que hoje, 25 de Abril - sim, um 25 de Abril intemporal, como se 2012 tivesse sido ontem, em 1974 - com mais acuidade se coloca:
-É preciso descobrir uma fórmula que destrua as engendradas fórmulas que nos levaram à presente situação.Nacional e internacional!
Ou seja, não ficaria muito mais barato recolocar os "quotidianos contadores" a zero?!
Quando ouvimos falar de alguns magnatas para quem está a fazer-se luz nas suas endinheiradas mentes de quererem abdicar de metade das suas fortunas, por que não, aqui, neste pedacinho à beira mar plantado, lavarmos a cara com a salgada água das nossas tantas lágrimas e de rosto erguido aos céus recomeçarmos tudo de novo. Sim, com a máxima do evangelho aqueles mais sobrecarregados mais se terá de lhes perdoar - sem dinheiro para a renda porque foi preciso para o pão, sem pão porquie foi preciso para os medicamentos, sem assistência hospitalar porque sem dinheiro para a taxa moderadora, sem...sem....
Pode parecer folclórica ingenuidade, mas que chamar, então, a esta cada vez mais desigual sociedade que Abril queria ABRIR, PARTILHAR?
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NÃO PODE HAVER TROIKA QUE NOS TROQUE AS VOLTAS AO ABRIL INICIAL!
Era isso que ontem queria ter explicado melhor!
Obrigado.
antónio colaço
Escrevo estas palavras, sem tempo para pensá-las, com Abril já ABERTO para a LIBERDADE!!!!
NÃO HÁ TROIKAS QUE NOS TROQUEM AS VOLTAS A ABRIL!!!!
Devo esta minha continuada ALEGRIA ao privilégio de ter participado há 38 anos - ... EPAM,Lumiar, RTP..atacar!!!! - no nascimento de um país novo.
Mas do que precisamos, OUTRA VEZ,é de um NOVO PAÍS, liberto de todos os velhos vícos de que ainda não fomos capazes de nos libertar.
Sim, somos os mesmos,mas ainda não totalmente diferentes do que queríamos há 38 anos!
Não temos já a longínqua guerra colonial e sim esta peste outra, próxima,corrosiva, de uns tantos a quererem mal a tantos,tantos outros.
Podemos voltar a pegar nos cravos, ao menos eles continuam iguais a si próprios, todos os dias viçosos, a dizerem-nos que esse é o caminho porque jamais renegaram as suas raízes.
ACORDA, PORTUGAL DESENRAIZADO,MERGULHA OUTRA VEZ NAS ÁGUAS DO TEU MAR.
Tens peixe de sobra para a nossa fome matar e as tuas águas querem voltar a ser navegadas, não já para as tantas especiarias rapinadas mas para exportar, mundo fora,toda a nossa riqueza adormecida e usurpada até agora!
PORTUGAL,REABRIR ABRIL ESTÁ NA HORA!
antónio colaço
Enquanto não conseguimos o vídeo original, aqui fica esta amável colaboração do blog DÁDIVAS do meu querido amigo Amorim Lopes.
antónio colaço
Quando nos lembrámos da fotografia já alguns amigos tinham saído, mesmo assim, aqui fica este registo da tarde de hoje.
Voltaremos à Mãe d'Água mas, para já, assinalar a completa surpresa que constituiu a presença do meu amigo e nome cimeiro das nossas artes plásticas, Emerenciano e sua mulher, Angélica, à direita da fotografia.
Vindos do Porto, expressamente.
Sem palavras.
Obrigado a todos.
antónio colaço
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