Quinta-feira, 23 de Agosto de 2012
FEIJÃO MOLE EM ALMA DURA TANTO DÁ ATÉ QUE.....
Feijão Mole,feijão verde aos bocados, pedaços de cabaça, enchidos de Mação ( O Alberto, passe a publicidade), um tinto de Cardigos (obrigado, Jú)e eis a Eternidade à mesa!
A sair do almoço da "Sopa de Feijão Mole"!
Obrigado, primos Maria de Lurdes e Carlos Diogo, por insistirem nesta tradição das nossas férias de Verão!
Ainda se discute que a Eternidade,afinal,...
começa, no aqui e agora dos dias!
Critérios de agora,sim,mas de gente que traz a Eternidade marcada nos mais recônditos genes.
Bem aventurado o tinto do meu querido amigo cardiguense Jú (Francisco Martins, alô, Maria Cecília André,sempre mais atenta!) que nos abriu a porta para percebermos de que dias se fazem os Eternos Dias.
Perdemos tanto tempo a ler o Livro das Eternas Instruções com que o Criador nos dotou!
Sim, é possível admitiir uma Eternidade sem Dimple, sem tinto, sem as apaixonadas e avinhadas conversas, sem os costumeiros prazeres que nos obssecam os dias.
Somos nós, aqui, totalmente desprotegidos, sem referências dos nossos mais queridos que por Lá já se encontram ( uma Eternidade admite ela mesma esta formulação? Um "lá"?!) a persistir nesta terrível adivinhação.
Seja.
A Eternidade que eu quero, que eu sinto, é esta que me percorre todo através deste absinto.
Acho mesmo que já demos um grande passo em perceber o erro crasso de termos sido educados no temor de um Deus temor à espera da nossa chegada para nos aplicar a reguada.
Quero, então, investir o tempo que me resta a preparar o meu Encontro com o Deus Amor que me espera para fazer a FESTA!
O Deus que me vai receber de braços abertos: Vem, ainda bem que chegas com os olhos bem abertos.Podia lá ser que depois da bíblica canseira andei com a criativa trabalheira de vos pregar uma rasteira?!

A Eternidade pode morar no cremoso arroz doce da minha Maria.
Vinde, sentai-vos à minha direita, à minha esquerda, é-me indiferente porque, afinal, vós sois o meu Centro, vós sois a Minha Gente!
Abençoada Sopa de Feijão Mole que nos tornou a Alma um pouco menos...dura.
antónio colaço
Quarta-feira, 22 de Agosto de 2012
À PORTA DAS 80 000 VISITAS!!!!MUITO OBRIGADO!
VÉSPERAS


A Lua a crescer na minha rua em Mação, na casa do meu querido amigo Adriano Tropa a quem desejo toda a saúde deste mundo!
antónio colaço
TARALHOAR

ADOLESCÊNCIA CARDIGUENSE, atenção, isto aqui só entre nós:apanhei hoje os primeiros "taralhões"!!
Dedico-te esta pouco ecológica façanha,meu querido Tozé Cruz,irmão, em homenagem às gloriosas madrugadas em que nos fazíamos até à Ribeira da Pracana e sob a tua sábia adivinhação lá iamos espalhando a nossa fascinante armação "costelar" (por Cardigos chamam "costelas" a estes peqienos instrumentos de castigo da passarada mais afoita a alimentar-se nas hortas....) e que nos faria alardear na Praça as nossas tantas conquistas!
Confesso:havia uma incontida inveja no meio da declarada, admiração!
Hoje, dói-me de ver aquelas almas ali escarrapachadas à espera de um alho e folha de louro para um pitéu em frigideira...que hei-de fazer se me dão cabo das uvas?
Deverei por isso dar-lhes cabo da vida?
Assim o Vale fica menos alegre mesmo que eu mais triste e sem uvas?
Vou ficar por aqui,quer dizer, só mais um dia para repartir à mesa esta outrora iguaria!
NR
Espero que a ânimo não seja alvo de nenhuma manif deprotesto da Defesa dos ...Pássaros, aqui às portas do Vale!
Não há uvas que cheguem para acalmar os ânimos!!!!
MAÇÃO

MAÇÃO,
Tinha tanto para te dizer e, de repente, como que fico com todas as palavras engasgadas, atropeladas lá nesse lugar da mente onde todos os discursos encontram o seu momento de ser.
Sim, sei - é um conhecimento recente - que não somos a nossa mente por muito que ela continue a tomar conta da gente, desde sempre, num processo de condicionamento de dificil desmontagem mas, uma vez conseguido, tudo muda e ganhamos nova coragem.
Tu sabes que imaginei para ti, como para a tua vizinha Abrantes, como por estes dias aqui desabafei, novos dias para gentes sem esperança, guardando, no entanrto, dentro dos seus muros ,todas as respostas para as necessárias mudanças.
O tempo, aquilo a que convencionámos chamar de tempo psicológico, cavalgou , porém, mais rápido e parece ter-me conduzido, como o Demónio das escrituras a Cristo, a este alto donde te avisto num desafio de humilhante provocação:
-Olha-me este Mação, hein, querias desafiar-me a mudar as condicionadas mentalidades, seu atrevido. Não vês que é em mim que o acomodado povo tem o seu sentido?
Que querias tu, hein? Gente mais convivencial? Gente mais livre interrogando tudo e todos? Gente mais criativa gerando novos modos de olhar a vida? Gente menos temente apesar de muito mais crente? Como vês, aqui não mexes!!!Centro histórico quase todo à venda ou em silencioso desmoronamento. Construção desenquadrada, pequeno comércio às moscas...queres que te relembre mais coisas toscas?
Não vês que me alimento de gente com a cabeça cheia de complexos de culpa, de invejarias, de bufarias, de prebendarias, de alforrias?
Vais ter de continuar por aqui debaixo das minhas regras ou eu nunca mais de darei tréguas.
O que me faz continuar por aqui, Mação, eu que nunca quis meter-me em alhadas partidárias e que, sem o saber, ajudei a fazer tremer o poder que nos domina há mais de um século?! Meu Deus, por duas centenas de votos quase conseguimos inundar a Câmara com um socialista maremoto?
O que me faz continuar por aqui, Mação, que quase consegui convencer meio mundo a apostar na Serra do Bando como a grande sala de visitas desta terra onde mais que em qualquer lugar um ar puro e Eterno ali se respira e onde um céu tão azul parece ser a única fronteira?
O que me faz continuar aqui, Mação, onde em cada esquina das tantas freguesias por onde passo recebo palavras de saudação, abraço a abraço pela meia dúzia de palavras que todos os meses faço chegar às desanimadas casas, através de um jornal a que muitos se agarram como porto de abrigo para vidas sem sentido, sem desafios, apenas inconfessados perigos?
Sim, Mação, não tenho alternativa senão continuar por aqui.
Mação, é aqui que está o meu chão e tu sabes quantos suores, nestes últimos dias, para reerguer no Vale os imaginados e rurais valores.
É aqui que ficará o meu coração.
Não há outra volta a dar.
Obrigado, Mário Pissarra, pelas palavras que acabam de chegar:
"Parece que o trabalho de desmatação «mata» o corpo, mas repousa e enriquece o espírito.
O teu Vale das Árvores está para ti como a família está para alguns sociólogos americanos: um nicho afectivo para recarregar baterias. Perante as múltiplas incompreensões e agressões do hostil mundo exterior, o refúgio no trabalhoso e refrescante vale supera tudo."
(continua
antónio colaço
Terça-feira, 21 de Agosto de 2012
VÉSPERAS

Decididamente, o tempo para editar não pode atrapalhar o tempo para viver!
Tudo para dizer que hoje as coisas seguem noutro ritmo: saí há pouco do Vale. Noite feita, outra vez!
É por aqui que começa este meu dia de edição, mesmo que feito...à noite!!!
E que dia!!!
Já lá vamos!!!
Quer dizer, vem quem quiser!
Eu quero.
Curioso, quando me "escavaco" todo a dar cabo do matagal que tomou conta do Vale, páro, repouso mas... em regra, apetece-me virar para mais um tronco de encorpada e invasora giesta e de seguida, quando, de todo já não posso mais, água com ele!
No preciso momento em que escrevo sobre o vivido, digo, olha que rico post para captar audiências? Para afirmar polivalências?
Não, simplesmente para conferir as minhas próprias conveniências: quero o Vale limpo e acabou-se!!!
No tempo em que não havia net, blogs, Fbook, nada deixou de fazer-se!
É o que amanhã continuarei a fazer!!!
(Este castiço para aqui com explicações que ninguém lhe pediu.Por isso é que nunca há-de chegar aos top-ten do FB!!!)
Foto
Uma lua continuadamente em quarto crescente. Água corrente renovando o tanque para que amanhã o calor não se espante
FAZ-ME FESTAS NO...... PEREIRO

Aqui fica a imagem do famoso e "Guinessico" (vão candidatá-lo para o Guiness!) girassol visto cá do alto junto à capela da Padroeira.
Nunca tive dúvidas: Festas são no Pereiro e não há cá mais conversa!
Conversas muitas têm lugar neste preciso momento em que, saídos de um extenuante dia no Vale, no regresso fomos ver como vai a azáfama dos pe...
reirenses em animar as estreitinhas ruas desta típica aldeia do Pereiro, concelho de Mação, e que no próximo fim-de-semana leva por diante mais uma edição das Festas da Senhora da Saúde.
Ruas estreitas, sim,mas de vistas largas para o mundo que aqui vai cair em peso!

Um conselho para quem adora aromas: não percam a Procissão de Domingo.Para além das ruas decoradas com flores artificiais (pelo que acabámos de ver este ano há arranjos extraordinários!), os pereirenses desencantam, vindos de todas as suas hortas e jardins, os mais incríveis aromas com que atapetam as ruas e nos surpreendem ao passar.Desde folhas de hortensias, alecrim, murta, rosmaninho, e muitas outras cujo nome ignoramos!

O relógio da Igreja da Senhora da Saúde, há instantes.
De facto, Festas é no Pereiro e os seus habitantes só podem ser gente que põe o nome da terra em primeiro.
Terão desavenças, malquerenças como em qualquer lugar mas na hora de de partilhar esforços e criatividade, toca a ultrapassar, toca, numa palavra, a CRIAR!
Por isso esta gente é tão CRIACTIVA!
Sim, leram bem: C-R-I-A-C-T-I-V-A!
antónio colaço
O QUE ME VALE É O VALE
NA ROTA DOS TANQUES DE CARDIGOS

Por aqueles encalorados dias de Agosto a rapaziada do Quintal da Estrada, em Cardigos, partia em animada algazarra para refrescar os adolescentes corpos.
Hei-de, um destes dias, ir em peregrinação a esses lugares de refrigério onde, para além da água com que nos banhávamos, muitos de nós deram os primeiros passos na compreensão do que em nós era a adolescente fervilhação e seus tantos mistérios.
"
Hoje vamos para o tanque do sr Alexandre (em regra uma água quase calda branca da tanta roupa ali lavada!Mas que importava se o calor apertava!).
Não,vamos antes para o do Jaquim Mata (o maior mas onde alguém ensanguentou um pé em pública e notada dor!).
E se fossemos antes para o da Lameirancha" (ignoro o nome,mas,seguramente,o mais marcante!).
Todo esse tempo de refrescante aventura posso, afortunadamente, nos dias de hoje, evocar: aqui está,recuperada,uma velha nora e o pequeno tanque onde me reencontro PARA SEMPRE e onde não perco NADA.
Limpando algumas encorpadas canas da Índia, do meu populoso canavial (uau!) para alindar a cerca da entrada no Vale, amanhã!
QUEM NÃO TRABUCA NÃO FACEBOOKA
Ou,de como enquanto se trabuca não se facebooka!
Ou, trabalhar é preciso, facebookar não é preciso...mas eu preciso!!!
Isto está mesmo a precisar é de......
Paira um incenso de sardinha e pimentos assados no ar.
O Vale prepara-se para a celebração mais desejada.
Toca a almoçar!
Sirvam-se
Em plena mesa de edição descubro este grande plano, nada "fabricado" e que demonstra o continuado apego ao trabalho depois de uma repousante sesta a digerir as sardinhas mais frescas da temporada!!
Acho que vou enviar ao meu querido amigo Jerónimo Sousa (
Anabela Teixeira da Cunha, trata-me disto!!!) esta minha tardia prova de militância com a minha querida e sempre pronta....foicezinha!!!
antónio colaço
MATINAS

Quase a chegar ao Vale das Árvores, uma pausa na caminhada para um inesperado pequeno almoço que me oferece uma pequena figueira abandonada.
Abandonei-me ao ancestral sabor dos figos de capa rota,ainda maresiados,e vou com energia redobrada dar cabo dos sinais que restam do temporário abandono a que a minha própria horta foi votada.
Ai Portugal,Portugal, se todos pusessemos os contadores a
.....zero não haveria dívidas soberanas que nos fizessem sentir abandonados, pedindo de troika em troika o pão para a boca que teríamos para dar e vender matando,quem sabe,uma outra Fome daqueles que, agora, nos fazem sofrer.

Nesta manhã,esta figueira,que nunca será título de jornal ou abertura de telejornal, ensinou-me mais que todas as lusófonas juntas: ela só pede,"juntem-se a mim e a toda a imensa e abandonada natureza que me rodeia e verão como vos concederemos de bom grado a equivalência a uma desafogada,honrada e feliz sobrevivência".
Obrigado
Segunda-feira, 20 de Agosto de 2012
VÉSPERAS



E cai a noite.
Se mais dia houvesse mais a noite descansaria.
Um daqueles dias vividos até ao fim.
Como se a mais ninguém a noite falasse senão a mim.
Como se eu fosse a tua Lua cheia, noite, e pedisses a este quarto crescente dela que repousasse por uns instantes.
Vem, noite, e anoitece no que resta do meu dia.
Obrigado.
antónio colaço
a
CONTRA O CALOR, NADAR, NADAAAAAR!!!

Pedimos desculpa por esta interrupção mas o apelo destas águas é mais forte!
Dêem banho aos vossos encalorados olhos!!!
(Mauziiiiinho!!!Ó balha-me Deus..zz..zz)
MICAS E A SESTA NA CESTA

Enquanto ganho coragem para me fazer ao caminho das frescas águas do Vale, nesta encalorada tarde de Agosto -provavelmente um dos dias mais quentes por estas bandas de Mação - Micas, a minha gata loura, mas não burra, assenhoreou-se de um açafate da fruta e ei-la dormindo a bom dormir numa vigilância só perturbada por algum exagerado e qwértico tricotar de emoções.
antónio colaço
a
Domingo, 19 de Agosto de 2012
VÉSPERAS


EM EDIÇÃO