Francisco estreou-se esta tarde no "CARROUSSEL-1900", em Alcochete.Cavalinho, cavalinho!!!!Mas...esta imagem terá uma outra leitura a seu tempo....
Ó pá, chatice!!!Mas,Vôvô, não tinhamos informação de que houvesse greve na Carris, como é?!
Vôvô, vê se tapas aí o preço desta bicicleta. Nem pensar...é só para experimentar!!!
Vôvô, diz aos teus amigos que mal saímos daquele casarão o teu neto não pensou nem reivindicou mais nada, não. É a técnica dos contra-fogos, tás a ver?! A gente passa por ali e depois, farta-se.
São brinquedos a mais para as nossas cabecinhas!!!
BRINCAR É PRECISO. ADQUIRIR NÃO É PRECISO!!!
Pe Anselmo Borges
In DN
AS PERGUNTAS DO PAPA FRANCISCO 2
Embora sensível ao raciocínio de Vasco Pulido Valente, que, reflectindo, no "Público", sobre os caminhos que ficam para o Papa Francisco, concluía: "Apesar da sua imensa popularidade, e mesmo por causa dela, Francisco acabou numa velha armadilha, em que esbraceja em vão. O inquérito não o ajudará.", não creio que, desde que superemos a análise sociopolítica e nos coloquemos na perspectiva cristã, que é a sua, Francisco tenha caído numa armadilha.
Então, qual é o maior problema de Francisco? Ele é um cristão convicto. O que o move é o Evangelho enquanto notícia felicitante da parte de Deus para todos. Assim, o seu problema é que todos se convertam realmente ao Evangelho, começando pelos cardeais, continuando nos bispos e nos padres e acabando nos católicos, que devem converter-se a cristãos.
Neste sentido, não se trata de mudar o essencial da doutrina, mas de ir ao decisivo do Evangelho. Ora, o núcleo do Evangelho são as pessoas, dignas de respeito e atenção. É, pois, preciso continuar a anunciar o ideal do matrimónio cristão, mas, depois, atender às pessoas, às suas necessidades e feridas. Para isso, Francisco conta com a mediação da sensibilidade pastoral dos bispos e dos padres e dos cristãos em geral, que asseguram no concreto a aplicação do ideal.
Por outro lado, não se deve esquecer que Francisco tem uma dupla origem. Ele é ao mesmo tempo "franciscano", e, assim, humilde e próximo das pessoas, e jesuíta, portanto, com toda uma formação de procura da eficácia. Ele crê na "Igreja Povo de Deus", que é também a "santa Igreja hierárquica". Por isso, sabe consultar, no quadro de uma adelfocracia (governo de irmãos), mas também sabe que, em última instância, é a ele que compete decidir, com os outros bispos e em Igreja. Neste quadro, deixei aqui na semana passada o que me parece expectável como resultado deste inquérito, passando agora a algumas perspectivas de teor mais pessoal.
É claro que a família é uma instituição essencial, indispensável, enquanto espaço de comunhão, partilha de afectos, valorização e realização pessoal e educação das crianças. A família é a célula de base da sociedade. Mas também é claro que a pastoral familiar não pode continuar a centrar-se num catálogo de proibições e pecados, na proibição dos anticonceptivos e das relações sexuais pré-matrimoniais. O próprio Francisco já preveniu que não se pode viver obcecado com o rigorismo e o legalismo; de outro modo, "mesmo o edifício moral da Igreja corre o risco de cair como um castelo de cartas". É evidente que não vale tudo, mas a Igreja tem de reconhecer que tem tido enorme dificuldade em falar pela positiva das questões ligadas à família e ao sexo. O seu discurso nestas matérias tem de centrar-se na dignidade, liberdade, respeito e responsabilidade. Isto também significa que a valorização que se faz da família cristã não tem de ser acompanhada de ataques a outros tipos de realização e vivência de família.
Se o Papa reconhece que há também a tendência homossexual, pergunta-se se não se deve caminhar no sentido do reconhecimento do direito de actividade sexual no mesmo quadro de exigências dos heterossexuais. A adopção é diferente, pois o debate continua, mesmo entre especialistas. Embora Francisco, quando arcebispo de Buenos Aires, tenha aprovado que um casal gay adoptasse uma criança, o que significa, mais uma vez, a dialéctica entre os princípios e as pessoas na sua situação concreta.
Quanto à paternidade e maternidade responsáveis, é urgente perceber que a moral é autónoma, pertencendo, portanto, as decisões neste domínio às pessoas e aos casais, dentro da liberdade na responsabilidade.
No caso dos divorciados que voltam a casar, é claro que se exige celeridade nos processos de declaração de nulidade no casamento. Mas pergunta-se se não será necessário ir mais longe e, atendendo à fragilidade humana, invocar, como a Igreja cristã ortodoxa, o princípio da misericórdia, dando a possibilidade de outra oportunidade. Seja como for, não se pode pedir aos divorciados recasados que continuem no seu empenhamento na Igreja, mas impedindo-os da comunhão.
Foto.Aprígio Ramalho
JOSÉ MÁRIO BRANCO
OS NOSSOS POLÍTICOS FORAM ESCOLHAS DE CONSUMO
NÃO ESCOLHAS POLÍTICAS
Falta uma secção na DECO para defesa do eleitor que se sente enganado na sua escolha de voto.
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Estou a preparar um texto sobre o AAA de hoje que me apetece começar assim:
Mário Soares não pára de tirar da gaveta, todos os dias, o socialismo que lá meteu. José Mário Branco, para desgosto de alguns comensais, parece ter metido a viola no saco. Não a trouxe, pelo menos, como lhe sugerimos. Mas...devia?
Mais logo!!!
Algumas imagens, até lá!
antónio colaço
Miguel Ângelo, dos Delfins, ouvindo atentamente Zé Mário Branco.
Helder Costa, da Barraca, ao lado de Raul Calado e José Alberto Moniz.Vieram para abraçar o Zé Mário!
Foto Aprígio Ramalho.
A MÚSICA, OUTRA VEZ!
Acabámos de enviar uma mensagem ao José Mário Branco para que, se quisesse, trouxesse a sua viola para o AAA-Animado Almoço de mais logo. Todas as armas são necessárias para quebrar a insensibilidade, a insensatez, a falta de solidariedade.
Ontem, como hoje, a cantiga abre caminho para que ninguém se sinta sozinho.
Precisamos de libertar o ABRIL refém de um Abril que só a alguns convém.
antónio colaço
Uma tão agradável quanto proveitosa visita dos alunos do 1º ano do Curso de Artes Gráficas, durante a tarde de ontem.
Sob o comando da professora Dina Rocha alguns desafios ficaram colocados e a que voltaremos mais tarde
Para já, o autor destas linhas, coordenador do ATELIER DE ARTES do CRAM/afpdm agradece a partilha de opiniões e até sugestões. De facto, a Arte não existe, a Arte somos todos nós, desde logo quando a desfrutamos e questionamos.
Voltaremos ao assunto.
antónio colaço
Por estes dias, há 40 anos, depois de Alcáçovas e Lisboa, em S.Pedro do Estoril, 24 de Novembro, e Óbidos, 1 de Dezembro, um punhado de militares continuava a tricotar o mais belo bordado que viria a vestir o Portugal maltrapilho e amordaçado que nos envergonhava aos olhos do mundo livre.
O papel da música nesse rendilhado ganhava a cada dia que passava um papel cada vez mais decisivo.
A música como que veio preparar os trilhos que as gloriosas Forças Armadas de mãos dadas com o povo acabariam por percorrer tão seguras estavam da cumplicidade dessa aliança.
Entre os muitos nomes que todos sabemos de cor, para além daqueles que já nos deixaram, Zeca e Adriano sempre connosco, José Mário Branco foi quem nos veio dizer, com palavras que o tempo está a encarregar-se de voltar a convocar para a agenda do hoje dos dias, que SE TODO O MUNDO É COMPOSTO DE MUDANÇA, TROQUEMOS-LHE AS VOLTAS QUE AINDA O DIA É UMA CRIANÇA!!!
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Na próxima quarta-feira, no restaurante COM-TRADIÇÃO, da Associação 25 de Abril, as portas voltam a abrir-se para mais uma partilhada jornada de evocação de um ABRIL que continua REFÉM do Abril que só a alguns convém.
Inscreve-te ( 213241420 ).
antónio colaço
NOTA DA REDACÇÃO
PODEMOS INFORMAR, TAMBÉM, QUE VAMOS FAZER UMA PAUSA NOS AAA A PARTIR DE 11 DE DEZEMBRO, RETOMANDO EM JANEIRO.
ESTAMOS EM CONDIÇÕES DE INFORMAR - SALVO ALGUMA SURPRESA QUE PREPARAMOS, ENTRETANTO - QUE OS NOSSOS PRÓXIMOS CONVIDADOS SERÃO:
QUARTA 4 DE DEZEMBRO - JERÓNIMO SOUSA, Secretário Geral do PCP
QUARTA 11 DE DEZEMBRO - RUI RIO, ex-presidente da Câmara Municipal do Porto.
Obrigado.
Frei Bento Domingues
In Público
A FAMÍLIA: A FELICIDADE CONTROVERSA?
1. Não há só um modelo de família. Ao longo dos tempos e segundo a diversidade de povos e culturas, os historiadores e os antropólogos podem testemunhar tanto a pluralidade das suas formas como a sua presença constante.
Mesmo hoje, em Portugal, apesar da maior fragilização dos laços conjugais, o aumento dos divórcios, a diminuição dos casamentos e dos filhos, a família apresenta-se, do ponto de vista da realização e da estabilidade emocional, a grande referência. Mais de 70% dos portugueses continua a associar a felicidade à vida em casal. O fim de uma relação não põe em causa esse ideal, embora seja vivido em novos cenários (1). É sugestiva a descrição que alguns sociólogos espanhóis fizeram do ciclo vital dos nascidos no ano 2000. Antigamente, o ciclo vital constava de três ou quatro etapas, agora, de modo mais complexo e diluído, pode estender-se a nove.
A experiência vital começa, para muitas crianças, com o cenário, feliz e curto, de um lar normal, de um filho pequeno com os seus pais. A esta breve etapa, segue-se outra, um pouco mais longa: esta mesma criança vivendo só com a mãe, separada ou divorciada. Uma terceira experiência é, talvez, a de um adolescente vivendo num novo lar com a sua mãe recasada e com uma figura menos atractiva, a de um pai adoptivo ou padrasto. Chegado à maioridade, esse jovem unir-se-á à sua noiva, vivendo com ela em união de facto. Num quinto ciclo vital, a maioria destes jovens acaba por se casar com o seu par e, depois de poucos anos, entram na sexta etapa, a dos divorciados. Irão passar por um tempo de solidão, mas voltam a casar. Chegados a esta etapa de maturidade, ficarão viúvos e irão para um lar ou residência de terceira idade, onde, esporadicamente, o filho ou a filha ou o neto o irão visitar (2).
2. Perante esta situação – com esta ou outras configurações – a “Pastoral da Família” pode ser tentada por um regresso ao passado que já deu quase tudo o que tinha a dar e se tornou inabitável. O cristianismo, aliás, não é a nostalgia de um paraíso perdido, mas a saudade de um futuro de transfiguração. É verdade que muitos pais, ao não desejarem reproduzir um mundo em que nem sempre foram felizes, não encontraram as alternativas que imaginavam. Por outro lado, certa educação liberal, preocupada em não impingir valores convencionais, deixou os jovens abandonados a si mesmos ou como se diz, com desencanto, obrigados a não acreditar em nada.
A Pastoral da Família não se destina a restaurar uma herança em ruinas e algo idealizada, por isso é ainda mais necessária e urgente. Deve ser mais exigente. Além do esforço para estabelecer laços estimulantes entre gerações, tem de saber escutar, acompanhar, dialogar com todas estas novas formas de viver em casal, propondo a descoberta existencial da hierarquia de valores, sem tentar impor o que só pode ser escolhido.
A pergunta a que temos de responder, por obras e palavras, é esta: que podemos nós, Igreja – de solteiros e casados, de casados e recasados – aprender com estas novas experiências onde o bem e o mal, o santo e o perverso, os êxitos e os fracassos humanos andam sempre mais ou menos misturados? Que caminhos abrem estas realidades a outras formas de viver o Evangelho?
Os casais cristãos – os que não se julguem o casal-modelo – em vez de guardar a sua experiência num cofre forte familiar, como diz o Papa, podem estimular as novas gerações a desenvolver uma espiritualidade que não tem necessariamente de reproduzir as mais recomendadas no mercado religioso do passado e no mundo clerical. Alguém dizia que as homilias dos padres, nos casamentos, oscilavam entre as tentativas apoetadas e as apatetadas, tendendo todas para um moralismo sem ética praticável.
As apresentações da doutrina católica da família tendem a mostrar um itinerário que arranca do Antigo Testamento e vem até aos nossos dias como uma auto-estrada, com raros e pequenos desvios. A ocultação das sombras e do escuro não favorece a verdade.
O papa Francisco sabe que as questões da contracepção, da coabitação, do divórcio, das novas uniões, das uniões entre pessoas do mesmo sexo, a adopção de novas tecnologias de fertilidade, etc., apresentam dificuldades que não podem ser resolvidas de forma abstracta, com mais ou menos tolerância ou intolerância. A consulta que desencadeou é mais do que um inquérito. Sendo um método de dinamização de toda a Igreja, não se espere que fique tudo resolvido no Sínodo.
3. Jesus Cristo nasceu e cresceu numa família de cultura e religião judaicas. As narrativas do Novo Testamento não ocultam o longo contencioso que viveu com esta instituição. A fonte das suas reacções mal- humoradas acabam por ser o seu maior elogio. O desígnio de Jesus era lançar a corrente do mundo família: reunir todos os filhos de Deus dispersos. Não aguentava que a sua família o quisesse prender ao modelo que ele queria superar. Não suportava, por outro lado, que o direito mosaico fosse invocado para abandonar a mulher aos caprichos do marido (3).
A família será sempre uma feliz controvérsia.
2) Cf. Fernando Vela López (or.) Atentos a los giros del mundo, San Esteban, Salamanca 2006 p185
3) Cf. Jo 11, 52; Mc 3, 20 e 31-39; Mt 19 1-12
Pe Anselmmo Borges
In DN
AS PERGUNTAS DO PAPA FRANCISCO (I)
É normal, antes de cada Sínodo dos Bispos, auscultar os diferentes episcopados sobre a problemática a debater. Mas, desta vez, foi diferente, de tal modo que os media mundiais deram e dão imenso relevo ao tema. Que se passa?
Por um lado, o Papa Francisco não dirige o seu inquérito apenas aos cardeais, bispos, padres. Ele quer que todos sejam ouvidos, que o inquérito chegue às bases, pois, como constantemente acentua, a Igreja somos nós todos. Ele tem uma visão da Igreja enquanto um Nós, Povo de Deus. Por isso, não mantém uma concepção vertical de governo da Igreja, mas sinodal (a palavra é rica, quando se atende ao étimo grego: reunião, caminhar juntos, fazer juntos o caminho). No fim, será ele, em última instância, a decidir, mas sinodalmente, não separado dos outros bispos nem dos fiéis.
Por outro lado, sendo a próxima Assembleia do Sínodo sobre a família, Francisco quer saber o que pensam os católicos sobre esse tema fundamental e decisivo, sem ocultar as questões, mesmo que difíceis e fracturantes.
Assim, quer saber o que é que os católicos sabem da concepção da Igreja sobre a família e se essa doutrina é aceite. Que é que se pensa sobre o fundamento natural da família? Aceita-se o conceito de lei natural com relação à união entre o homem e a mulher? Como enfrentar os desafios que se colocam no caso de não praticantes ou não crentes pedirem o matrimónio? Que caminhos pastorais se tem seguido na preparação dos casamentos, no sentido da oração em família e transmissão da fé às novas gerações pelas famílias, e em relação a casais em crise?
Francisco não ignora situações matrimoniais difíceis. Por exemplo, a convivência experimental, uniões livres de facto. Como vivem os baptizados as suas irregularidades? São conscientes delas, manifestam indiferença, vivem com sofrimento a impossibilidade de receber os sacramentos? Quantas são as pessoas divorciadas e recasadas e que pedem os sacramentos da eucaristia e da reconciliação? A simplificação do processo de declaração de nulidade do vínculo matrimonial poderia ajudar nestes casos? Que pastoral existe para estas situações?
O Papa também quer saber se no respectivo país há uma lei civil que reconhece as uniões de pessoas do mesmo sexo equiparadas ao casamento. Que pastoral para as pessoas que escolheram viver segundo este tipo de uniões? Se adoptaram crianças, como comportar-se em ordem à transmissão da fé? Em geral: no quadro de situações matrimoniais irregulares, com que atitude se dirigem os pais à Igreja no sentido da educação religiosa dos filhos e que prática sacramental existe nestes casos?
Quanto à abertura dos esposos à vida: que conhecimento têm da doutrina oficial da Igreja sobre a paternidade responsável e que avaliação fazem dos diferentes métodos de regulação dos nascimentos? Que métodos naturais promove a Igreja? Que consequências tem a prática dos anticonceptivos na participação dos sacramentos, nomeadamente, na eucaristia? Como favorecer o aumento dos nascimentos? A família é um lugar privilegiado para o encontro com Cristo?
A pergunta, agora, é como procederão as Conferências Episcopais para que todos os interessados possam participar. Por exemplo, entre nós, teoricamente há pelo menos cinco milhões de católicos que poderão responder. Quem e como vai fazê-lo, para que haja na Igreja uma tomada de consciência real do que se passa?
Só dentro de dois anos saberemos as resoluções que Francisco tomará. Mas não é impossível antecipar linhas de orientação - no próximo sábado, apresentarei as minhas respostas pessoais. 1. Evidentemente, a Igreja continuará a afirmar o seu ideal de matrimónio: uma união definitiva e fiel de amor entre um homem e uma mulher, aberta à procriação. 2. Nenhuma criança será discriminada, seja qual for a sua origem. 3. Alguma abertura aos anticonceptivos, com a revisão da Humanae Vitae. 4. Admissão dos recasados, dentro de certas regras, à comunhão. 5. Maior compreensão e acolhimento dos homossexuais, mas sem admissão institucional ao casamento e à adopção.
(Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico)
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