VÉSPERAS
Para mim, este Domingo anoiteceu mais cedo do lado de lá do rio.
Mais cedo do que se pensa se fará luz.
FOTO.Montijo, circular externa Pau Queimado.
MELHOR DO QUE ESPERAR É SER ESPERADO
O Natal significa que no cristianismo a salvação não se atinge pela fuga ou desprezo do mundo
Frei Bento Domingues, In Publico, hoje
Hoje é o primeiro Domingo do Advento. Mudou o cenário exterior das celebrações litúrgicas, quanto a paramentos, velas, textos e músicas. Estas modificações de ornamento só merecem atenção se exprimirem a urgência de um novo impulso na alma profunda da Igreja, isto é, dos cristãos, assim como nas reformas das instituições mais resistentes à mudança.
Tornou-se convencional dizer que o Advento convida à vigilância e à meditação, para entrar no misterioso sentido do tempo. Não apenas o que é medido pelo relógio e desfolhado nos calendários, no fluxo cósmico das estações, no ritmo biológico que vai dizendo o nosso desgaste inexorável. No entanto, como diz S. Paulo, não nos deixemos abater. Pelo contrário, embora o nosso aspecto exterior vá caminhando para a sua ruína, a nossa vida interior renova-se dia a dia (…) pois o que se vê é transitório, mas o que não se vê é eterno (2 Co 4, 16-18).
A pergunta mais importante desta quadra litúrgica não é sobre as nossas experiências de outono da vida, mais chuvoso ou mais ameno. Poderia talvez ser formulada assim: qual é a graça regeneradora, para não aceitarmos - usando as palavras do Papa Francisco – que milhões de seres humanos, nossos irmãos, vegetem e morram com o estatuto de sobrantes e descartáveis?
Este livro, de José Manuel Bernal, não tem nada a ver com a abundante literatura de lugares comuns do ritualismo e do espiritualismo moralista ou das folhinhas e receitas do agrado da ignorância homilética. Pretende contribuir para que os pastores consigam organizar celebrações de qualidade onde seja possível uma profunda experiência do mistério transformante. Espero regressar a esta obra, sobretudo ao capítulo fundamental sobre os rituais sagrados da “regeneração do tempo”.
Falar do Advento é pensar no Natal. A. Cunha de Oliveira [2], sacerdote católico, dispensado do ministério, casado e notável exegeta da Bíblia, publicou uma obra minuciosa, erudita, volumosa, fundamentada e extremamente clara, cuja leitura é indispensável para quantos se interessam pela verdade, pelas lendas e mitos em torno do Natal. Não conheço nada de comparável, em português.
O Natal significa que no cristianismo a salvação não se atinge pela fuga ou desprezo do mundo, embora seja essa uma das tentações que, periodicamente, o assaltam.
Foi inscrito, pela pena de S. Lucas, no devir da história universal, colocando a figura mítica de Adão como o primeiro antepassado de Jesus Cristo. No impressionante hino cósmico da Carta aos Colossenses, surge como princípio e sentido de todas as realidades, visíveis e invisíveis. No conhecido poema que abre o Evangelho de S. João, o Verbo eterno fez-se carne, fragilidade humana. Numa dramática poesia de S. Paulo (Fl 2, 6-11), Cristo é reconhecido como divino na suprema humilhação da cruz.
Como escreveu E. Schillebeeckx, O.P. [3], a história dos seres humanos é a narrativa de Deus. Fora do mundo não há salvação, neutralizando o nefasto e abusado aforismo: “fora da Igreja não há salvação”.
Recordo-me, como se fosse hoje, do espanto de muitos quando ele surgiu, no congresso internacional de teólogos dominicanos, em Valência (1966), a defender a obrigatória inclusão do mundo na lista dos clássicos “lugares teológicos”.
Quem melhor escreveu acerca desta virtude do Advento foi o poeta- teólogo, Charles Péguy [4]: O que me espanta, diz Deus, é a esperança./ E disso não me canso./ Essa pequena esperança que parece não ser nada./ (…) Que veio ao mundo no dia de Natal do ano passado./ (…) Ama o que será./ No tempo e na eternidade.
WEBANGELHO SEGUNDO ANSELMO BORGES
Atenção à incendiada semana de um dos mais ACUTILANTES, ACTUANTES E...FASCINANTES WEBANGELISTAS do sec XXI!!!
Obrigado, querido Pe Anselmo, por nos incendiar a alma com o amor do Deus mais próximo de Deus que conheço!!!
Se DEUS não É isto, que OUTRO SER poderá ser?!...
antónio colaço
OUTRAS ANIMAÇÕES
Uma semana em grande para o meu querido amigo WEBANGELISTA Anselmo Borges!!!
Em Lisboa, CENTRO NACIONAL DE CUTURA, Quinta, 4 de Dezembro, 18.30.
OUTRAS ANIMAÇÕES
SENHORA HONESTA PROCURA ROMANCISTA
Grande expectativa para 9 de Dezembro, às 18.30, ali para as bandas do Grémio Literário: será que o meu querido amigo Jose Magalhães terá o prazer de ser descoberto por alguma senhora honesta à procura de um homem de leis?!
2...
Joana Amaral Dias e Ana Sá Lopes (ou delegará em Vanessa?!) serão as apresentadoras da obra com que o Zmaglh se estreia nas esquinas do romance.
3
Um destes dias vamos ter aqui o autor para dois dedos de conversa.
Para já, o convite a TODAS AS SENHORAS E SENHORES HONESTOS, todos em força ao Chiado!!!!
CANTEmos TODOS!
HOJE, SOMOS TODOS ALENTEJANOS CUM CARAGO!!!
A minha homenagem ao Alentejo que me corre nas veias desde Messejana até Gavião!
Por este link, e em nome do grande amigo Joaquim Soares, então líder do Grupo de Cantares de Évora, fogo à peça!!!!!...
Vivaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!!
http://animo.blogs.sapo.pt/191587.html
As malhas que o império tece.
2
Cair nas malhas da lei.
3...
Tricotar as enregeladas manhãs.
4
Teias.
MATINAS
Enleados nas malhas das leis, perdão, das teias que o império tece.
Ou de como os espinhos dos cactos jamais poderão resistir à luminosa prova dos factos.
Foto.Montijo, Atalaia, esta manhã.
Vejo a cidade nova que se ergue por entre os destroços que consentimos.
Nunca mais nada será como dantes. Cuidaremos de ti, ó cidade, rua a rua, casa a casa, solidários, justos e iluminados habitantes.
Foto. Pedro da Silva .Café Nicola.Exposição "LISBOAS", Abril 2012.
Obrigado, Pedro.
OUTRAS ANIMAÇÕES
Um especial agradecimento à minha querida antiga colega de Gabinete em S.Bento, Maria José Gama, que, finalmente, se lança na aventura da edição, e que me deu a honra de utilizar a serigrafia "POR MARES NUNCA DANTES NAVEGADOS", editada pela Associação 25 de Abril, aquando da passagem dos 19 anos de Abril, para capa do seu livro.
Parabéns, Maria José!
VÉSPERAS
No Outono dos dias, que o irmão vento cumpra a sua missão.
Que varra para bem longe as folhas da nossa consentida podridão.
É tão simples seguir a irmã natureza na sua ânsia de primaveril RENOVAÇÃO.
Foto.Montijo. Circular externa.Esta tarde.
CARLOS ALEXANDRE
A VERDADE FALA SEMPRE MAIS ALTO
Carlos Alexandre na reza do Terço da Farinheira, pelas ruas de Mação, na noite de Sexta-feira Santa.
Porque a tradição ainda é o que é....
Porque a busca da VERDADE, mais do que a "fala" do "dinheiro", ainda é e será SEMPRE o que move este maçanico de gema.
Ânimo, Carlos.
Doa a quem doer, faz o que tens a fazer!
2
Meu caro Carlos, volto a este lugar de encontro que é a ânimo, para repudiar com veemência todas as elites carpideiras de TODOS os quadrantes ideológicos e que ousam manchar com as insinuações mais torpes o teu sentido de justiça.
Se isto te pode ajudar, querido amigo, faço minhas as tuas dores, na convicção de que todos os que amam uma sociedade MAIS JUSTA E MAIS SOLIDÁRIA só podem estar contigo nessa tua mais que normal postura perante a procura da verdade, em função dos factos que só tu e os próprios JÁ CONHECEM, porque amantes e combatentes, deixa-me que to diga, a partir dos seus próprios lugares de poder na sociedade, pela cidade justa e solidária que ambos aprendemos na nossa ruralidade.
Lá, onde, ardentemente, desejamos que o chão que pisamos nunca de nós sinta vergonha.
O circo mediático em que tentaram ocupasses lugar NADA TEM A VER COM O TEU TRABALHO E A TUA DEDICAÇÃO.
As deficiências de comunicação, que vergonhosamente tentaram imputar-te, quando o que só querias era no meio da imaginada e terrível pressão concluir o teu trabalho, deverão, antes, ser alvo da atenção de um Ministério, ou antes, de um Governo que não tem dinheiro para mandar cantar um cego (com todo o respeito por eles) quanto mais para montar um mais que reclamado serviço mínimo de imprensa que monitorizasse o que era de monitorizar.
Ânimo, Carlos, daquele que é feita a histórica revista que ajudaste a criar!
Doa a quem doer, faz o que tens a fazer!
Forte e solidário abraço.
antónio
PS
1.Hesitei na publicação desta foto. Não restam dúvidas sobre a minha solidariedade para contigo no Getsémani por que passas nestas horas.
Mas não posso deixar de repudiar a patetice de um deputado cujo nome quero ignorar e que veio proclamar "Aleluias" que sei, de todo, estão afastados do teu espírito.
2.Uma boa notícia que deve reconfortar-te pois bem sabes o espírito que presidiu aos dois dedos da pequena ENTREVISTA que te fiz: mas últimas horas, registaram-se MAIS DE CINCO MIL VISITAS a este vídeo!!!!
A caminho dos 8000 ( OITO MIL ) leitores que te viram e ouviram proclamar que "A VERDADE FALA SEMPRE MAIS ALTO".
QUE REI É ESTE?
Frei Bento Domingues
In Público, 23Nov
Tornou-se, depois, a coroa do ano litúrgico que recomeça com o Advento, ritmando o infindável acontecer da graça divina – simbolizado na Liturgia – que atinge todos os tempos e lugares, como fonte de libertação das nossas servidões mentais e afectivas, antigas ou novas, materiais, culturais ou religiosas. Sem um programa libertário, o ciclo litúrgico anual dará a ideia do eterno retorno do mesmo.
Quem, por outro lado, desejar conhecer a história do Santuário Nacional de Cristo Rei, elevado, em Almada, a 113 metros acima do Tejo, pode recorrer às informações do Google. Mas com ou sem esse facilitador, abandone os preconceitos e suba ao miradouro mais abrangente sobre a deslumbrante e inesgotável beleza de Lisboa. Regale os olhos e medite no que o tempo faz às cidades e à nossa vida, entre a ruina e o contínuo renascer. Com passaportes dourados ou não, não deixemos privatizar as cidades de milenares gerações de povos e culturas. Que as mil formas de criatividade as tornem cada vez mais acolhedoras.
A simbólica bíblica de “Cristo Rei” implica a luta contra miragens de grandeza efêmera das dominações imperiais e a redescoberta de uma cidadania de acolhimento e serviço de todos, a começar pelos mais pobres, os sobrantes e descartáveis, na linguagem do Papa Francisco.
A primeira, muito vizinha da fábula da cigarra e da formiga – a das virgens loucas e das prudentes – retrata um mundo no qual ninguém dá nada a ninguém e a ocasião perdida é irrecuperável. A solidariedade favorece a imprevidência.
A segunda, a parábola dos talentos, parece consagrar a roda da sorte e das desigualdades na distribuição das oportunidades sociais. Quem muito tem, e esperteza, terá cada vez mais; quem tem pouco e calcula com medo de perder, até o pouco que lhe saiu, na arbitrária roleta da sorte, lhe será tirado.
Moral da história: este mundo é das grandes empresas e dos bons gestores. Com os pequenos não adianta perder tempo; falta-lhes habilidade para sair da cepa torta.
Estas duas parábolas deixam os actores sociais à sua inteira liberdade e premeiam os mais aptos, como manda a lei da selecção natural. Não se entende como é que S. Mateus as deixou entrar no seu Evangelho. Não rimam nada com a mensagem de Cristo. Ao reagir assim, esquecemos a terceira parábola. Parece uma carta fora do baralho e, no entanto, é a que leva a tribunal as duas anteriores. Nessas combate-se a imprevidência e o desaproveitamento dos recursos e das capacidades de os fazer render. Parecem mais perto do capitalismo selvagem do que do Estado Social. De facto, falam de outra coisa, daquilo que o Papa Francisco não se cansa de lembrar: os sobrantes, os descartáveis. Estes não serão seres humanos? Não serão nossos irmãos?
É precisamente destes que trata a terceira e a mais solene das parábolas: o Senhor da História universal chama a contas o mundo inteiro. O que divide ou separa as pessoas e as julga é a atitude concreta que tiveram ou têm em relação àqueles que nada podem fazer por si mesmos.
A radicalidade religiosa da parábola e o último teste do sentido da vida, presente no desenrolar do mundo, espanta tanto os que procedem bem como os que procedem mal. Na hora da sentença, o juíz desta parábola identifica-se com aqueles que foram socorridos ou esquecidos: tive fome e deste-me de comer (ou não), estive doente e foste visitar-me (ou não) …
Ninguém se apercebeu que, no dia-a-dia, no serviço que prestou ou não, estava a tocar no que há de mais Absoluto, estava a servir ou a trair o próprio Deus. A causa de Deus e a causa do ser humano é a mesma. O segundo mandamento não se distingue do primeiro, um nunca anda sem o outro, haja ou não consciência disso.
Que rei é este que esvazia a solenidade divina e exalta a condição humana?
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