Pe Anselmo Borges
in DN
SOBRE SEXO E GÉNERO -1
No contexto dos debates sobre a família no Sínodo e de alguns pronunciamentos oficiais de responsáveis da Igreja, pouco adequados, sobre o feminismo e teorias de género, deixo algumas reflexões sobre o tema, retomando ideias expandidas no prefácio que escrevi para Vagina, de Naomi Wolf, uma feminista considerada da terceira vaga
Afinal, o que pertence à biologia e o que pertence à cultura? O que é "natural" e "não natural"? Biologicamente, os seres humanos estão divididos em machos e fêmeas, tendo aqueles um cromossoma X e um cromossoma Y e estas dois X. Mas os homens e as mulheres acabam por ser definidos mais por categorias sociais do que propriamente biológicas, sendo elas que determinam os papéis, os direitos e os deveres masculinos e os femininos, de tal modo que o significado de "masculinidade" e "feminilidade" é diferente segundo as sociedades. Em termos académicos, funda-se aqui a distinção entre "sexo" enquanto determinação biológica e "género" enquanto categoria histórico-cultural. As qualidades baseadas no sexo biológico são objectivas e constantes; as de género admitem variações e diferenças profundas ao longo da história e de cultura para cultura.
Um exemplo inofensivo, apresentado pelo historiador Yuval Harari, que estou a seguir, na sua obra De Animais a Deuses, ao escrever sobre o tema e as injustiças da História, que estabelece arbitrariamente hierarquias imaginadas, nomeadamente "uma de suprema importância: a hierarquia de género". Repare-se no famoso retrato oficial do rei Luís XIV e na longa peruca, nas meias, nos sapatos de salto alto, na postura de dançarino. No seu tempo, o rei-sol era considerado o modelo da masculinidade e virilidade, mas hoje, na Europa, por exemplo, todos esses elementos (com excepção da espada) seriam considerados características de feminilidade.
Ser do sexo masculino ou feminino é simples: XY ou XX. Mas tornar-se homem ou mulher é mais complicado. De qualquer modo, a pergunta é: porque é que as sociedades têm sido em geral patriarcais, valorizando mais os homens do que as mulheres? Que têm os homens de especial?
Não vamos aqui aprofundar a com- plexidade desta questão. Mas há um facto inegável: durante o século passado, os papéis dos géneros passaram por uma tremenda revolução. Um exemplo, dado por Harari: quando em 1913 o público norte-americano ridicularizou as mulheres que exigiam o direito do voto, "quem teria sonhado que, em 2013, cinco juízes do Supremo Tribunal dos EUA, três deles mulheres, decidiriam a favor da legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo (indeferindo as objecções de quatro juízes do sexo masculino)?".
Algumas tradições judaicas falam do mito de Lilith. Conta-se que Deus, antes de Eva, primeiro criou Lilith. Feita do mesmo barro, recusou-se a submeter-se a Adão e acabou por fugir do Paraíso. Apesar da intervenção de Deus para que voltasse, Lilith recusou renunciar à sua liberdade e viver subordinada ao homem. Essa inaudita ousadia tornou-a responsável pelos males do mundo. Mas, afinal, não acabaram Eva e as suas filhas por arrostar igualmente com a responsabilidade pelos males e com o castigo?
Fica claro que, em ordem à sua identidade de pessoa enquanto mulher, é preciso contar com o sexo biológico, mas são igualmente decisivas a cultura, a história, a educação, as normas sociais, a religião.
Aí está um conjunto de questões que exige uma nova reflexão por parte da Igreja e da sociedade em geral
Frei Bento Domingues
In Público
MUDAR RADICALMENTE A RELIGIÃO
Os caminhos de Deus não se podem confundir com os de uma só religião.
Seria arcaico exigir dos novos cardeais vestes parecidas com as do carpinteiro de Nazaré. Mas aquele espectáculo era a reprodução de sempre do mau gosto purpurado. As delegações portuguesas, ao convidar o Papa para vir a Fátima, revelaram pouca imaginação e, até parece, uma oposição ao seu programa.
Seja como for, importa redescobrir o papel das religiões no mundo, na Europa e em Portugal. O que as terá anestesiado para que, durante estes anos todos de miserável humilhação dos povos do Sul da Europa e de transformação do Mediterrâneo num cemitério medonho, não tenham suscitado um imenso movimento de resistência não violenta?
Sobre o papel das religiões existem as posições mais desencontradas. Comecemos por uma das mais negativas:
“Os três monoteísmos, animados pela mesma pulsão de morte genealógica, partilham uma série de desprezos idênticos: ódio da razão e da inteligência; ódio da liberdade; ódio de todos os livros em nome de um só; ódio da vida; ódio da sexualidade, das mulheres e do prazer; ódio do feminino; ódio dos corpos, dos desejos, das pulsões. Em lugar de tudo isso, judaísmo, cristianismo e islão defendem: a fé e a crença, a obediência e submissão, o gosto da morte e a paixão do além, o anjo assexuado e a castidade, a virgindade e a fidelidade monogâmica, a esposa e a mãe, a alma e o espírito. Em suma: a vida crucificada e o nada celebrado.” [1]
Não há prestidigitação hermenêutica engenhosa que possa transpor o hiato que separa os ensinamentos oficiais sobre as religiões não cristãs dos dois concílios ecuménicos ou gerais, o de Florença (1438-1445) e o Vaticano II (1962-1965). A mudança é de 180º.
No Concílio de Florença, depois de se mostrar a superação do judaísmo com o advento de Cristo, resume-se a sua posição no axioma bem conhecido e muitas vezes repetido - extra ecclesiam nulla salus – fora da Igreja não há salvação. A explicitação não pode ser mais radical nem mais assustadora: “A Igreja crê firmemente, confessa e anuncia que nenhum dos que estão fora da Igreja católica, não só os pagãos, mas também os judeus, os hereges e cismáticos, poderão chegar à vida eterna, mas irão para o fogo eterno preparado para o diabo e para os seus anjos [Mt 25,41], se antes da morte não tiverem sido a ela reunidos.” [2]
A partir do Vaticano II, o ecumenismo, a liberdade religiosa e o diálogo inter-religioso passam a fazer parte da doutrina oficial da Igreja, dentro de uma concepção plural da própria teologia católica, embora com diversas interpretações e muitos ziguezagues.
A verdade no diálogo exige o reconhecimento do pluralismo religioso como um valor, um novo paradigma para o pensamento e para a prática pastoral. Se tomarmos a sério a diversidade religiosa não pensaremos em anexar nem em dominar os outros. A prática da hospitalidade religiosa é o caminho para evitar o proselitismo e a violência ou a mera tolerância. Os caminhos de Deus não se podem confundir com os de uma só religião. Seria impor-Lhe as nossas concepções de vida e de salvação. As religiões só têm a ganhar deixando-se interpelar mutuamente em ordem a uma aliança para a abertura ao mistério divino que nenhuma pode abarcar e para se colocarem ao serviço de todos os seres humanos, sobretudo dos excluídos.
O Papa Francisco assumiu o programa do Vaticano II e em vez de atenuar a urgência e a profundidade que ele implica, venceu 50 anos de hesitações e descaminhos para o radicalizar a partir do cimo da pirâmide, socavando-lhe os falsos alicerces, para que o governo da Igreja veja o mundo a partir dos excluídos, dos habitantes de todas as periferias. Com um critério: não se sintam tentados a estar com Jesus, sem quererem estar com os marginalizados, isolando-se numa casta que nada tem de autenticamente eclesial.
Terei de voltar a esta espantosa homilia do Domingo passado, dia 15.
[1] M. Onfrey, Traité d’ athéologie, Paris, Grasset, 2005
[2] Peter C. Phan, Diálogo inter-religioso: 50 anos após o Vaticano II, Cadernos Teologia Pública, ano XI, nº 86, vol. 11, 2014.
[3] https://www.youtube.com/watch?v=NJfnquV7MHM
Pe Anselmo Borges
In DN
SOLIDÃO E ÉTICA DO CUIDADO
Italo Calvino escreveu, em As Cidades Invisíveis: "A cidade de Leónia refaz-se a si própria cada dia que passa: todas as manhãs a população acorda no meio de lençóis frescos, lava-se com sabonetes acabados de tirar da embalagem, veste roupas novinhas em folha, extrai do mais aperfeiçoado frigorífico frascos e latas ainda intactos, ouvindo as últimas canções no último modelo do aparelho de rádio. Nos passeios, embrulhados em rígidos sacos de plástico, os restos da Leónia de ontem esperam o carro do lixo. Não só tubos de pasta dentífrica bem apertados, lâmpadas fundidas, jornais, contentores, restos de embalagens, mas também esquentadores, enciclopédias, pianos, serviços de porcelana: mais do que pelas coisas que dia-a-dia são fabricadas, vendidas, compradas, a opulência de Leónia mede-se pelas coisas que dia-a-dia se deitam fora para dar lugar às novas. De tal modo que há quem se interrogue se a verdadeira paixão de Leónia é realmente como dizem o gozar as coisas novas e diferentes, ou antes o rejeitar, o afastar de si, o limpar-se de uma constante impureza. A verdade é que os varredores são recebidos como anjos, e a sua tarefa de remover os restos da existência de ontem está rodeada de um respeito silencioso, como um ritual que inspira devoção, ou talvez porque uma vez deitadas fora já ninguém quer tornar a pensar nessas coisas."
Quem cita o texto é o filósofo João Maria André, numa conferência tão profunda como terna sobre o tema em epígrafe, e o que aí fica é uma breve síntese. Leónia é uma metáfora para a sociedade que quer o permanentemente novo, atirando o velho para fora. Mas hoje já não são apenas as coisas que se descartam, "descartam-se também as pessoas". Uma boa metáfora para "a sociedade líquida de consumo", num tempo de "turbo consumismo", que resulta numa felicidade paradoxal: "A felicidade está em ser-se permanentemente infeliz, porque o consumo aumenta cada vez mais a insatisfação e a felicidade da insatisfação é uma felicidade paradoxal." E aí está a solidão da "sociedade líquida" (Zygmunt Bauman): "Está só o que consome, porque se consome e tudo consome no consumismo; está só o que se vê excluído do consumo, porque não tem acesso a ele."
Há dois modos na solidão: não é a mesma coisa estar só e sentir-se só. O criador, o religioso, o artista, o político, em última análise, qualquer ser humano que não queira andar sempre distraído e à superfície das coisas, precisa de momentos de solidão, para reflectir e poder estar consigo no mais íntimo e com a transcendência e a fonte donde procede o ser e o criar: é a solidão habitada. A outra solidão é a solidão do abandono, dos restos, da exclusão. E cada vez mais é nesta que se está. Sobretudo os velhos. Nesta sociedade líquida do consumo e da vertigem da velocidade, não há solidez de relações e de afectos - as relações fazem-se e desfazem-se, os afectos "gastam-se e deitam-se fora"- nem memória nem futuro: descartam-se os velhos e não há crianças.
O ser humano enquanto pessoa é constitutivamente ser em relação, de tal modo que ser e ser em relação coincidem. A identidade é sempre atravessada pela alteridade, na interacção com os outros. Assim, ser pessoa enquanto liberdade é ser responsável, capaz de responder: "Ser é responder, responder ao dom que nos coloca no ser."
Então, com a solidão, no processo do envelhecimento, é a vulnerabilidade do ser humano que se manifesta: "um processo de identidade em ruptura"; "a pessoa só, sem pontes para os outros e para o mundo, é um ser assassinado na sua identidade"; "as pessoas sós são pessoas anónimas", na angústia da saudade do passado, na dissolução da memória e na perda do futuro, na incapacidade de ser projecto e, por isso, de esperança.
A pessoa humana não é espírito desencarnado, consciência abstracta. Dizia Laín Entralgo: eu sou um corpo que sente, que pensa, que espera, que ama, que diz eu. Somos presentes pelo corpo. Assim, a solidão é também ruptura com o corpo: a ausência da palavra, a ausência do gesto, da carícia, da ternura. E envelhecer é despedir-se do corpo, a sua perda lenta, no horizonte da morte: "A experiência da morte daqueles que amamos é a experiência de um corpo que, sendo o corpo deles, já não são eles no seu corpo."
Cá está então a ética do cuidado, no sentido profundo e abrangente, holístico, do cuidar, que rompe a solidão "através das portas corporais" e responde à vulnerabilidade do ser humano.
Porque é que nos sentimos sós? "Saber-se e sentir-se só é saber-se e sentir-se desabrigado, sem tecto, sem morada." Por isso, "ajudar a vencer a solidão é oferecer a alguém uma morada, uma hospedagem, o cuidado de um abrigo": o abrigo do nosso olhar, o abrigo do nosso ouvido, da nossa palavra, da nosso mão, dos nossos gestos, da nossa compreensão e confiança, da nossa estima, "chame-se amizade ou chame-se amor".
Frei Bento Domingos
In Publico
15.02
AS MULHERES CHEGARAM DEMASIADO TARDE?
Será que para as mulheres católicas estão à espera da 25.ª hora?
Estava a pensar nisto, quando, deparei com dois livros, que vinham ao encontro de alguns temas que me preocupam. O primeiro [i] é de um bispo, carregado de doutoramentos e coordenador nacional do serviço do episcopado francês, no tocante à pastoral, às novas crenças e às derivas sectárias. Ao observar o que aparece nos meios de comunicação contra o cristianismo e contra a Igreja católica e, por outro lado, a velocidades com que o ateísmo e um certo paganismo alargam a sua influência, não ficou parado: procurou responder a essas críticas, corrigir os erros tantas vezes repetidos, a partir “do coração” do cristianismo.
Para atingir esse objectivo, o autor enfrentou os debates que foram sempre fundamentais: a obediência e a via da autoridade opostas à razão e à sabedoria; o próprio facto da Revelação, as dificuldades que envolvem a Incarnação e o antropocentrismo, sobretudo, o problema crucial do sofrimento e da morte.
Pode parecer pretensioso abranger as questões do ateísmo e do paganismo, na sua fonte, no seu contexto e evolução, até às objecções contemporâneas – ainda que tradicionais – feitas ao cristianismo: as guerras de Religião, a Inquisição, as cruzadas, as torpezas de certos papas, a pedofilia. No entanto, para o diálogo que os agentes de pastoral devem cultivar, com a maioria de crentes e não crentes - não são todos filósofos e teólogos -, é um instrumento muito útil.
Um vasto inquérito estatístico sobre os efectivos religiosos, as crenças e as práticas, em França, na Europa Ocidental e na América do Norte, tende a confirmar uma hipótese muito evocada nos últimos tempos: o declínio do cristianismo (católico, ortodoxo e protestante) e, também, do judaísmo.
Não é muito fácil reconhecer e encarar este fenómeno e, mais difícil ainda, aceitar que o futuro não repete o passado, imaginar novos tipos de presença e de comportamento. Esta paisagem contrasta com outros dois universos religiosos mais vistosos, ainda que incomparáveis termo a termo, isto é, o islão de inspiração salafista e o protestantismo pentecostal, em parte situados nas periferias do mundo pós-religioso.
Estes factos não são o fim da religião. Em África, na América do Sul, no sul dos Estados Unidos, na Ásia e na Europa Oriental, seja de que ponto de vista for, a religião é uma componente do quotidiano.
Acerca da Europa, o autor não aceita a tese dos que, perante a complexidade do fenómeno religioso, em vez de falarem do seu declínio, analisam a sua recomposição. O que é inegável, por exemplo no catolicismo, é o facto expresso no que dizia, com uma certa graça, o Arcebispo de Lyon: quando ordeno dois padres por ano, enterro vinte. Padres das dioceses e das congregações religiosas são cada vez menos. As religiosas, sejam de clausura ou da vida activa, seguem o mesmo rumo.
Esta situação leva a posições conservadoras bastante ridículas. São poucos os celibatários candidatos a ser ordenados padres. Os poucos não chegam para as encomendas. Muitos dos padres que se casaram, sobretudo depois do Vaticano II, gostariam de continuar o ministério para que estavam preparados. Foi-lhes recusada essa possibilidade. Aqui, começaram as subtilezas: padres casados, não, mas não haveria, em princípio, objecção à ordenação de homens casados, os apóstolos não eram solteiros. Acontece que nunca ordenam os que o desejam. Ficavam as mulheres, entre as quais haveria certamente vocações para diferentes ministérios. Mas essas, nunca! Todo o esforço de papas, bispos e cardeais – e dos teólogos de serviço - esgota-se num rol de incompatibilidades. Uma das mais ridículas consiste em dizer que o padre, ou o bispo, preside à Eucaristia à imagem de Cristo. Ora, este é homem. Nem pensam que, nesta lógica absurda, estão a roubar Cristo às mulheres cristãs.
Pe Anselmo Borges
PÚRPURA E PERIFERIAS
In DN 14Out
Como tinha anunciado, o Papa celebra hoje e amanhã no Vaticano a cerimónia de criação de vinte novos cardeais, dos quais, porque têm menos de 80 anos, quinze são eleitores do novo Papa, num eventual conclave. Anteontem e ontem, Francisco examinou com o Colégio Cardinalício, uma espécie de Senado da Igreja, que agora representa 73 países de todo o mundo, a reforma da Cúria Romana, desafio fundamental. De facto, sem uma reforma radical, consistente e duradoura, "constitucional", da Cúria, não se cumprirá uma tarefa essencial para Francisco.
Como já tinha acontecido na primeira nomeação de novos purpurados, há um ano, Francisco fez questão de abandonar critérios tradicionais de escolha. Assim, ficaram sem cardeal grandes cidades como Veneza e Bruxelas e só um membro da Cúria ascendeu ao cardinalato. Mas o arcebispo de Santiago, Arlindo Gomes Furtado, tornou-se o primeiro cardeal de Cabo Verde na história, o arcebispo de Rangun, o primeiro cardeal birmanês, como o bispo de Tonga é o primeiro proveniente do arquipélago de Tonga e também, com 53 anos, o mais jovem do Colégio. A América Latina fica representada por mais três cardeais, e a Ásia também com mais três.
A partir de hoje, a assembleia dos cardeais conta com 228 membros, dos quais 125 são eleitores: 57 provêm da Europa, 17 dos Estados Unidos e Canadá, 19 da América Latina, 15 da África, 14 da Ásia e três da Oceânia. Deste modo, Francisco cumpre dois objectivos do seu pontificado: por um lado, o desígnio de uma Igreja pobre para os pobres, uma Igreja das e para as periferias; por outro, a descentralização, correspondendo aos novos equilíbrios do mundo e da Igreja, cada vez menos eurocêntrica e cada vez mais policêntrica. Nas nomeações, também não é indiferente a proximidade de pontos de vistas do próprio Francisco. Neste sentido, mandou fazer um estudo para aumentar o número de cardeais eleitores para 140, portanto, paralá dos 120 permitidos pela Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis,de João Paulo II: "O número máximo de cardeais eleitores não deve superar os cento e vinte."
2Francisco não se cansa de prevenir os cardeais contra as tentações do orgulho e da ostentação: "O cardinalato não significa promoção, honra ou condecoração. É simplesmente um serviço que exige ampliar a visão e engrandecer o coração. E, embora pareça um paradoxo, este poder ver mais longe e amar mais universalmente com maior intensidade só se pode obter seguindo o caminho do Senhor: o caminho da humildade, fazendo-se servo." O que lhes pede é que possam ajudá-lo com "fraterna eficácia" no seu serviço da Igreja universal.
Na sua imensa delicadeza, pede-lhes, "por favor", que aceitem esta nomeação com "um coração simples e humilde", longe de "qualquer expressão mundana, de qualquer celebração alheia ao espírito evangélico de austeridade, sobriedade e pobreza".
Esta foi a mensagem no primeiro consistório, que repetiu aos novos cardeais: sendo o seu cargo "um serviço", que o aceitem "com humildade" e evitem "o espírito mundano". "Manter-se com humildade durante o serviço não é fácil, quando se considera o cardinalato como um prémio, como o culminar de uma carreira, de uma dignidade de poder e de uma distinção superior." Recordou-lhes que "ser cardeal significa dar testemunho da Ressurreição do Senhor e dá-lo totalmente, até ao sangue se for necessário". É, pois, bom que se alegrem com esta nova vocação e celebrem, porque é próprio do cristão "desfrutar e saber festejar". Mas é preciso que, nestas festas, "se não insinue o espírito mundano, que atordoa mais do que a aguardente em jejum, desorienta e separa da cruz de Cristo".
3Como aqui tinha escrito, não constituiu surpresa a nomeação do patriarca de Lisboa, Manuel Clemente, que será agora referido como cardeal-patriarca de Lisboa.
Pelo facto de o ser, torna--se conselheiro especial do Papa Francisco e assume a responsabilidade de eleitor e elegível papal. Na Igreja em Portugal, não fica, formal e juridicamente, com mais poderes. Ao contrário de algumas ideias feitas, o cardeal-patriarca não é o chefe da Igreja em Portugal. Ele tem na sua diocese os poderes que qualquer bispo tem na dele.
Na prática, as coisas são mais complexas. De facto, o cardeal-patriarca vive na capital, e, portanto, está mais próximo do poder central. Assim, espera-se que seja mais interventivo, para uma política mais favorável à justiça social e ao bem comum, e crítico na denúncia da corrupção e das cumplicidades do poder político e do poder económico-financeiro. Para isso, com os outros bispos, zelará por uma Igreja, ela própria mais livre e independente desses poderes. Ainda neste quadro, sendo magno chanceler da Universidade Católica, muitos católicos desejam que intervenha no sentido de, concretamente na investigação e ensino nos domínios da economia, finanças e gestão, a doutrina social da Igreja estar mais presente.
Não me canso de falar do que gosto: os croissants da Mimosa,no Montijo são os melhores do (meu) mundo.
Quando estou no melhor Café do (meu) mundo, o Majestic do Porto, como gostava de os lá saborear!
(Da página do meu amigo Santos Ponciano e escrito por Jacinto Furtado, retirei este belíssimo WEBANGELHO outro)
Fui ao banco e fiz o pagamento antecipado do empréstimo que tinha contraído. Fiquei satisfeito, contei a toda a gente, contei aos amigos, contei aos conhecidos,... contei aos inimigos e até contei a um tipo grego que conheci tempos atrás.
Tinha feito um excelente trabalho, pagar antecipadamente o empréstimo vinha justificar tudo o que tinha feito nos últimos tempos.
Para alcançar este objectivo tinha despedido a empregada doméstica, cortei o pequeno almoço e o lanche aos putos, ao jantar comiam sopa com um naco de pão duro, molhado na sopa fica como novo, sim porque esta malta estava habituada a comer bifes, razão tem a Isabel Jonet, há realmente maus hábitos, sopinha e pão duro é muito bom. Cortei nos medicamentos, gripes lá em casa passaram a ser tratadas com chá de limão com meia colher de mel e um cobertor. As mesadas da criançada levaram um brutal corte e muito mais coisas, tudo em nome dum nobre objectivo.
Mas finalmente podia dizer que eu é que percebia, eu é que sabia como se geria a coisa pública, perdão, a coisa familiar. Reuni a família para dar a boa nova, quando estavam todos sentados e calados dei a notícia…
“Paguei antecipadamente o empréstimo!”
- por Jacinto Furtado.
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(E esta, hein?!Quem é amigo?!Borlas de quem mais não pode....)
JE SUIS VAROUFAKIS
Agora, sem dinheiro e sem cartões de crédito que tinham feito as delícias de outros tempos, devorava,por exemplo, as notícias dos jornais e revistas que a generosidade da grande superfície de Belmiro disponibilizava, em banca totalmente aberta à leitura de quem desejasse (hoje,por exemplo, no Forum Almada, o forreta Jerónimo Martins pregara-lhe uma partida, que rapidamente superou, ao obrigá-lo a abrir,rasgando, um a um, sorrateiro, estratégicamente dissimu...lado entre as estantes das malas de viagem, os avarentos sacos de plástico que protegiam todos os matutinos alvo do sua condicionada atenção).
E nem as perfumarias escaparam a esta declarada e assumida austeridade.
Os perfumes caros, de marca, que outrora constituíam presença habitual na sua higiena matinal, estavam-lhe, agora, vedados. Entrado na bem cheirosa Loja dos Perfumes,abordava-os com requintados rituais de disfarce. Sabia ao que ia, mas convinha retardar o passo. Como quem está indeciso e deseja confirmar-se. Qual o quê, os seus olhos localizaram, imediata e ardentemente, o santuário dos pequenos frasquinhos azuis. Só queria levar para casa, na roupa, aquele aroma eterno que um dia "alguém" lhe trouxera de longe, pelo que simulou vigorosa pressão sobre o vaporizador, como quem quer experimentar antes de levar, e nesse gesto assim repetido até à exaustão, o desejado, mas agora proibido Davidoff Cool Water lá voou, colando-se ao seu estafado polo azul.
Estava consumado o plano de sobrevivência.
Agora, por onde passasse, todos se voltariam à sua volta, não para admirar o cachecol Burberry's, antes, o bem cheiroso Davidoff.
Je suis Varoufakis.
Custódio Varoufakis, se faz favor.
(Inspirado no partilhado texto desta manhã de Santos Ponciano).
(NR-O Sapo continua a fazer das suas! A ordem das fotos é exactamente ao contrário do editado! Paciência! As desculpas!)
A RÁDIO não tem Dia Mundial.
O Mundo (devia) entra pela RÁDIO adentro TODOS OS DIAS.
A RÀDIO não existe, a RÁDIO SOMOS NÓS....NA VIDA!
VIVA A VIDA NA RÁDIO!
2...
Os meus amigos da Universidade do Minho tomaram hoje esta iniciativa que tomo a liberdade de compartilhar com todos vós.
Aqui neste link,
http://www.lasics.uminho.pt/…/in…/cecs_ebooks/issue/view/165
encontram o trabalho que editaram para celebrar 25 anos de legalização.
Os meus parabéns para eles, por se terem lembrado do meu modesto contributo e, pelo menos pelo testemunho que lhes dei, de TODOS OS QUE CONTRIBUIRAM para esta nova realidade, pese embora as insuficiências que se notam.
Fica para outra conversa um dia destes!
antónio colaço
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Boa tarde,
Para assinalar o Dia Mundial da Rádio, celebrado a 13 de fevereiro, é com muito gosto que informamos que o e-book 'Das Piratas à Internet: 25 Anos de Rádios Locais', para o qual contribuíram com uma entrevista, será publicado amanhã, pelo Centro de Estudos de Comunicação e Sociedade, através da seguinte ligação:
http://www.lasics.uminho.pt/…/in…/cecs_ebooks/issue/view/165
O livro é editado por Ana Isabel Reis, Fábio Ribeiro e Pedro Portela, e enquadra-se no projeto de investigação 'Estação NET: moldar a rádio para ambiente web', financiado pela FCT.
Aproveitamos a oportunidade para dar conta de que este livro será assinalado na emissão especial de amanhã, da Antena 1, em direto a partir de uma escola em Braga, entre as 7 e 11 horas.
Nos próximos dias, daremos também indicações relativas ao lançamento que iremos fazer da publicação.
Como agradecimento pela vossa contribuição, iremos enviar por correio postal, um exemplar impresso deste livro, pelo que peço que me indiquem, por favor, o endereço para a qual deveremos enviar a correspondência.
Mais uma vez agradecemos o vosso decisivo contributo.
Com os melhores cumprimentos,
Ana Isabel Reis
Fábio Ribeiro
Pedro Portela
Hoje, depois de ler esta sondagem da Aximagem, deu-me para ir almoçar com o professor António Nóvoa.
Quer dizer...recordar o AAA-ANIMADO ALMOÇO com António Nóvoa no restaurante da Associação 25 de Abril.
A reportagem está toda nestes links mas a força, o vigor, a autenticidade da mensagem de António Nóvoa ganha cada vez mais actualidade à medida que a actualidade com que nos deparamos cada vez mais impõe alguém de MÃOS LIMPAS para Belém e, a partir de BELÉM, ajudar a limpar o País!!!
E não é preciso dizer mais nada.
"Ah! mas não é um candidato conhecido!!!
Ah!Mas não tem o apoio dos partidos e, em especial do PS, bla,bla"
De facto, as provas dadas por António Nóvoa, são mais que suficientes para ajudar os portugueses a CONHECEREM os novos VALORES por que é preciso lutar e a EXIGIR um PS finalmente reconciliado com os portugueses e com a POLÍTICA, com uma nova forma de estar na política, menos calculista, menos à espreita-do-que-isto-dá,numa palavra, num PS verdadeiramente SOLIDÁRIO!!!!
Com a candidatura de António Nóvoa, ANUNCIADA DESDE JÁ, de forma independente e autónoma, resolviam-se alguns problemas por resolver (sim, pleonasmo e tudo) nomeadamente, na frustante (menos para os que nela nunca acreditaram ..) liderança socialista.
Portanto, senhores da Aximagem, toca a actualizar o lote de potenciais cadidatos para a próxima sondagem.
ANTÓNIO NÓVOA, UM PRESIDENTE SEMPRE PRESENTE!
O NOSSO PRESIDENTE!
UM COMO NÓS.
UM PRESIDENTE SEMPRE CONNOSCO!
http://animo.blogs.sapo.pt/nas-maos-de-antonio-novoa-para-metermos-1162353
Foto .Original de Luis Barra, Expresso.
OS VELHOS, PERDÃO, O PARDAL DO RESTELO
"Muitos milhões de euros estão a ser tirados dos bolsos dos portugueses"
Aníbal Cavaco Silva, há momentos, no .....Congresso do Milho!!!
...Este pardal está mesmo a precisar de....gaiola!
Este senhor foi o mesmo que marcou várias gerações de portugueses com o célebre conceito de "subir a pulso na vida"!!!
Não há lugar para solidariedades.
Vai tudo à frente!!!
Como diz o meu neto, "que nojo, Vôvô!"
Foto
Intervenção gráfica sobre excelente foto do Luís Barra, Expresso.
Desculpa, Luís.
Obrigado, Luis!
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