DIZ-ME ESPELHO MEU....
Uma pequena pausa para um pequeno momento de narcisismo puro!!!Tudo por culpa do meu amigo Joaquim Diogo que, não contente em surpreender-me a captar os maçanicos instantes ( o velhinho Nokia E72, 5 Mpxls em acção...) ousou enviar outro "mimnho", para citar o José Rodrigues, deste vosso humilde servo.
Escrevi um dia que não vivo para fotografar, fotografo porque vivo.
PIM!
Obrigado, Joaquim!
Mesmo a deixar Mação sou surpreendido por ter sido alvo da camera do homem que mais está presente em "toda a parte" de Mação, por terra e....pelos ares (é só "dronar"!Como Deus, ele vê tudo!) o meu amigo Joaquim DiogoTV!
Obrigado, rapaz, ambos contribuímos por levar mais longe a vida que por aqui (ainda) se vive,nomeadamente, nas suas tradições.
Este instantâneo foi "colhido" junto à minha rua,creio, aquando da Procissão da Ressureição!
PERTO DO PRINCÍPIO
A casa do Bisavô Luís, porque lhe acudimos a tempo, ergue-se, serena, no Centro Histórico de Mação.
Porque a actual Câmara Municipal de Mação tem dado alguns passos decisivos, conquanto que tímidos face à urgência do muito por fazer/acudir no domínio da recuperação do Património edificado, aqui deixo um apelo ao Senhor Presidente Vasco Estrela para que não se poupe a esforços no sentido de sentar à mesa herdeiros ausentes/desinteressados e tomar as medidas que a lei consagra.
A propósito, deixo aqui os parabéns pela recuperação operada junto à Matriz de Mação do conjunto de duas habitações que servem, agora ,de sede a algumas associações concelhias.
Este é o caminho, senhor Presidente!
Por mim, à cabeça ( uma velha obsessão, confesso ) a URGENTE recuperação da Casa Rebelo mesmo no coração da Vila.
Quantas histórias guardadas para sempre no silêncio destas meias portas que parecem nunca mais abrir-se.
Os Jardins da Babilónia.Ao menos as ervas daninhas não são pobres e mal agradecidas....
Qualquer telhado serve para verem quem passa na rua.
Paradoxos: uma janela de que ninguém já se abeira, porque morta no tempo, para desfrutar a Primavera que desponta nos rebentos da velha árvore.
Ah! Como a Irmã Natureza trata bem os seus filhos, ao contrário dos desmemoriados homens que deixam para trás as casas que os viram nascer....
O que importa é a ressurreição da Europa. Como? Veremos
1. Não tenho nenhuma competência para me juntar à torrente de discursos sobre os modos de enfrentar os actuais movimentos terroristas, quer nos seus desígnios globais, quer europeus. Destaco a lucidez do Editorial do PÚBLICO [1]: Enquanto se financiar sem limites, o terrorismo continuará a matar. É preciso secar-lhe as raízes.
É sempre possível dizer que as raízes do terrorismo não são financeiras e que o dinheiro, sempre à disposição, é apenas um recurso instrumental. Seja como for, as discussões sobre as suas raízes metafísicas, sociais, éticas e religiosas não podem servir para esquecer a urgência em lhe cortar as bases e os percursos financeiros. Haverá vontade firme de executar esta operação, quando os bem conhecidos circuitos do comércio de armas e de seres humanos continuam, ano após ano, à solta, a crescer e a matar?
Existe, na Arábia Saudita, um campo de Tendas espantosamente bem equipadas para 3 milhões de pessoas, utilizadas apenas durante 5 dias por ano, na peregrinação a Meca. Não é nenhum santuário. É uma residência. Pergunta-se: não deveriam os muçulmanos de todo o mundo serem interpelados pelo escândalo humano e religioso de verem os seus irmãos na fé terem de fugir para países pagãos, em condições miseráveis, com a morte por companhia? Que interesses estará esta situação a esconder? Poderá Alá estar de acordo com este comportamento da Arábia Saudita e satélites?
Não digo que a indignação e as condenações dos atentados em Paris e em Bruxelas não sejam profundamente sinceras, aliás como as condolências que chegaram de todo o lado. Pergunta inevitável: terá finalmente a Europa acordado e entendido o sentido do que lhe está a acontecer?
2. Quando o Papa Francisco visitou Lampedusa, transformada num cemitério de vivos e mortos, resumiu tudo numa só palavra: vergonha! Poucos se importaram. Os interesses em jogo não podem dar ouvidos a uma sotaina argentina. Quando, diante das matanças dos cristãos, no Médio Oriente, declarou aos jornalistas que era preciso suster aquele avanço do crime, foi logo sussurrado o comentário: diz isso só para salvar a pele dos cristãos e, afinal, nem é tão pacifista como parece.
Agora, a Europa, a braços com os refugiados e agredida até à morte pelo terrorismo, desencanta especialistas em ciência da religiões por todo o lado, mas recusa reanimar o projecto europeu que ainda a poderia salvar. Podem fazer as coisas mais sensatas e sofisticadas em termos de segurança. Podem e devem atacar as fontes económicas que alimentam a demência terrorista a nível mundial! Mas sem fazer da Europa, e não só, uma zona de paz e desenvolvimento inclusivista, pouco adiantam tantas lágrimas.
3. Uso o termo reanimar e não ressuscitar, por escrúpulos teológicos. No Novo Testamento (NT) temos narrativas de “reanimação” de cadáveres, como, por exemplo, a de Lázaro. Temos outras de encontro com Cristo Ressuscitado, mas não há ninguém a dizer que tinha visto Jesus a sair do túmulo.
S. Paulo foi muito enfático sobre o evangelho que anunciou aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, aquilo que eu mesmo recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras. Foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras. Apareceu a Cefas [2] e depois aos Doze. Em seguida, apareceu a mais de quinhentos irmãos só de uma vez, a maioria dos quais ainda vive, enquanto alguns já adormeceram. Posteriormente, apareceu a Tiago e, depois, a todos os apóstolos. Em último lugar, também me apareceu a mim, o abortivo. Pois sou o menor dos apóstolos, nem sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui a Igreja de Deus [3].
Como dizíamos, nenhuma destas testemunhas afirma que viu Cristo a ressuscitar.
Aqueles que pensavam que o percurso de Jesus tinha sido sepultado para sempre, testemunharam que ele se tornou a vida das suas vidas, que ressuscitou neles uma esperança invencível, que tinham de continuar com Cristo um projecto que não pode morrer. A evidência empírica da morte não é a última palavra sobre a aventura humana.
Pe Anselmo Borges
In DN 26 de Março
ESPERANÇA ENLUTADA
À memória do meu irmão
Marinho Borges
1 Quando se pensa em Deus e na morte (a dupla face do absoluto), é no abismo da perplexidade que se cai. Pascal disse-o de modo inexcedível: "Incompreensível que Deus exista, e incompreensível que não exista; que a alma seja com o corpo, que não tenhamos alma; que o mundo seja criado, que o não seja, etc." Ninguém pode dizer que sabe que Deus existe ou que não existe. Deus não é "objecto" de saber, mas de fé. Há quem acredita e há quem não acredita e uns e outros crêem, com razões.
De qualquer modo, Deus continuará sempre presente enquanto questão in--finita. Como escreveu recentemente A. Comte-Sponville, um dos filósofos actuais mais influentes, que se define como "ateu fiel": "As religiões são tão antigas como a humanidade civilizada. Há todos os motivos para pensar que durarão tanto quanto ela. O universo é um mistério, que permanecerá para sempre inexplicável. A vida, uma prova, que continuará sempre frágil. A consciência, um sofrimento, para sempre inconsolável. Porque há algo e não nada? Não sabemos. Nunca saberemos. Porque é que existimos? O que é que nos espera depois da morte? Também não sabemos. Isso deixa espaço aberto para as religiões, portanto, também para o ateísmo, que é mais recente, uma vez que pressupõe a ideia de Deus e depois a sua crítica, e igualmente sem provas. A questão de Deus, filosoficamente, permanece aberta: só podemos responder em termos de crença ou não crença, uma e outra subjectivas, sem que algum saber possa alguma vez fechar o debate. Lição de tolerância, para cada um, e de humildade, para todos."
2 Quando se fala de Deus, que queremos dizer? Mais uma vez, com A. Comte-Sponville: "Entendo por "Deus" um ser eterno, espiritual e transcendente, que teria consciente e voluntariamente criado o universo. Supõe-se que é perfeito e plenamente feliz, omnisciente e omnipotente. É o Ser supremo, criador e incriado (é causa de si), infinitamente bom e justo, de quem tudo depende e que não depende de nada. É o Absoluto em acto e em pessoa". O Mistério último, Origem e Fundamento de tudo, Criador e Salvador.
Perante o horror do mundo e todos os mortos e todas as vítimas, percebemos o ateísmo. Como é possível tanto mal? Mas quem recusa Deus assalta-o outra pergunta: se Deus não existe, donde vem o bem e a nossa revolta, desde a raiz, contra o mal e a morte, clamando por justiça e salvação para as vítimas inocentes? Porque, sem Deus, afundamo-nos no nada e anula-se, em última análise, a própria diferença entre bem e mal. Por isso, para J. Habermas, o maior filósofo vivo, agnóstico, o que mais nos inquieta é "a irreversibilidade dos sofrimentos do passado - a injustiça contra as pessoas inocentes, vítimas de maus--tratos, aviltamento e assassinato - sem que o poder humano possa repará-los", acrescentando: "A esperança perdida da ressurreição" sente-se como "um grande vazio".
3 Em Domingo de Páscoa, lembro E. P. Sanders, da Universidade de Oxford, que, na sua obra A Figura Histórica de Jesus, quis dar uma visão convincente do conjunto da vida do Jesus real, portanto, apenas a partir da história, independentemente da fé. Conclui que é possível saber que o centro da mensagem de Jesus foi o Reino de Deus, que entrou em conflito com o Templo, que compareceu perante Pilatos e que foi executado. Mas também sabemos que, "depois da sua morte, os seus seguidores fizeram a experiência do que descreveram como a "ressurreição"": aquele que tinha morrido realmente apareceu como "pessoa viva, mas transformada". "Acreditaram nisso, viveram-no e morreram por isso". Assim, criaram um movimento, que cresceu e se estendeu pelo mundo e mudou a história. Grande parte da humanidade foi atingida por esse movimento e pela esperança que transporta de Vida eterna.
4 Peço desculpa por me permitir publicar aqui o "poema final", escrito por Marinho Borges, pouco antes de morrer a 4 deste mês, para ser publicado após a sua partida. Foi encontrado por um dos filhos no seu Diário:
"Partirei de manhã bem cedo/Subirei cá do fundo até S. Cristóvão/Para rever o milagre do nascer do Sol/Surgindo da Serra das Meadas/E assistir à explosão de Vida neste nosso vale de Paus/ Partirei de manhã bem cedo/E subirei, subirei/Até ganhar folga para esvoaçar com as aves/Não toquem a rebate/Não chamem a GNR/Não avisem as autoridades/Porque não desapareci/Não toquem a finados/Porque não morri/Apenas subi e parti/Ninguém me encontrará morto/Subi e parti rumo à Eternidade./Sempre vivo./O nosso amor continua./Sois a minha vida./Continuareis a sê-la na minha outra vida./Subi, subi, subi e parti ao raiar da madrugada/Ao encontro de Deus proclamado e experienciado por Jesus Cristo/E testemunhado pela nobreza e honra dos meus pais e tios/E pelos percursos de vida exemplares de milhões de pessoas/ao longo dos séculos./Não toquem nunca a finados./Porque não morri./Apenas parti..."
COMENTÁRIO
Mandei agora mesmo ao meu querido amigo Pe Anselmo Borges esta mensagem:
"Só agora pude ler e....ESPALHAR a Boa Nova.Que coisa SUBLIME que até nos deixa em pele de galinha.
E aquele final.....UM ABRAÇO SOLIDÁRIO, querido amigo!
(De que "solidariedade" falamos quando falamos da partida para uma e MESMA ETERNIDADE".
2
Outra crónica IMPERDÍVEL!!!!
Obrigado
Pois que saia a Procissão da Ressurreição!!
Aleluia!!!Aleluia!!!
PERTO DO PRINCÍPIO
O sino da casa do Bisavô Luís parece saber de cor as notas gotas de uma pauta só: ALELUIA.ALELUIA!
Páscoa molhada, Páscoa abençoada, parece ser um cliché mas....que coisa mais redentora do que a água para nos lavar do tanto surro, das tantas invejas, dos tantos ódios, da tanta má lingua acumulados durante um ano?!
Esta a verdadeira e única forma que encontro de "confissão"!!No mais íntimo de mim, lá onde as ervas daninhas começam, venha a água para em redentora enxurrada delas de mim as arrancar.
Aleluia!!!
CARLOS ALEXANDRE NO TERÇO DA FARINEHEIRA
EM ABRIL DE 2010
ONTEM COMO HOJE
A VERDADE FALA SEMPRE MAIS FORTE
Logo à noite, mal entre a madrugada, sairemos pelas ruas de Mação a anunciar a Boa Nova.
Hoje, passados todos estes anos, e já lá vão seis, e quando algumas vozes, ainda que timidiamente, aqui e acolá (querendo meter no mesmo saco, porventura, alguns excessos da justiça brasileira, sendo que não tenho dúvidas que a corrupção não tem pátria) ousam questtionar a verticalidade de alguém que sempre lutou pela JUSTIÇA, aqui se repõe a conversa então havida com um filho da terra apenas com uma e sempre mesma mensagem: que otos de ua Santa Páscoa para ti e TODOS OS TEUS!
Porque sim.
antónio colaço
memórias da memória
PERTO DO PRINCÍPIO
TERÇO DA FARINHEIRA
LOGO Á NOITE VAI SER ASSIM!!!!
Em 5 de Abril de 2010 foi como revelam estas imagens meio desfocadas, meio ultrapassadas, tecicamnet falando.
Mas só isso porque de resto atestam o pes das tradições em Mação nesta quadra.
Fica aqui, também, a homenagem, ao saudoso Zé Costa, um dos mais genuínos lutadores pela preservação destas e de outras tradições. (Na imagem, ele é o solista do meio do segundo grupo de cantadores).
Logo à noite, muito de madruga, faça chuva ou não, eles voltarão a anunciar a Boa Nova!
Obrigado.
PERTO DO PRINCÍPIO
SANTA PÁSCOA PARA TODOS OS LEITORES
Por estes dias as madrugadas de Mação são acordadas pelas vozes alevantadas das mais estreitas ruas ou das mais íngremes esquinas.
Graças a um punhado de maçanicos de diversas gerações têm lugar as rezas dos Terços - da Senhora da Encarnação (ontem, para celebrar os 9 meses que nos separam do Natal!), o Terço da Paixão (ontem, também) e de Sábado para Domingo o Terço da Farinheira para celebrar a Ressurreição do Senhor....
O som e a imagem recolhidos em noite gélida onde apenas a perspectiva de um redentor "bagacinho" final manteve as vozes firmas e hirtas destes maçanicos de gema!
Obrigado.
Páscoa Feliz para todos, desde Mação!!
AS MÚSICAS DA MÚSICA
E não é que me está a saber tão bem, nesta Quinta-Feira Santa ouvir esta Tocata?!
A música faz-nos sentir perto do "divino" como dizia há dias o meu querido amigo Pe Anselmo.
Seja Ele o que for abandono-me nos teu braços, Irmã Música, confiante de que me deixarás, pelo menos, mais próximo do que imagino que Ele seja, do que os desesperançados dias que temos vivido!...
Obrigado.
PERTO DO PRINCÍPIO
Tudo está preparado para alumiar os dias de trevas que se seguem...
Foto:Lanternas processionais utilizadas desde há gerações pelos maçanicos nas cerimónias da Semana Santa. São co,ocadas à janela.Mação, claro.
VÉSPERAS
Por Abrantes, quase a desistir de levar por diante a exposição "ABRANTOPIAS".
E, no entanto, descobri a chave para a obra principal: um pasteleiro, cujo nome preservo para já, a ceder-me as 100 tijelinhas com defeito ("esbroceladas" no forno) onde crescem, cremosas, as Tigeladas, simbolo maior (juntamente com a Palha) da gastronomia abrantina!!!
MATINAS
Frésias.Tenho o seu perfume entranhado para o resto da minha vida.
Acho mesmo que só pode tropeçar-se nele nas esquinas da mais pequena nuvem celestial.
PERTO DO PRINCÌPIO
As casas ressuscitam quando nelas habitamos.
(E se deu trabalho recuperar a casa do Bisavô Luis...)
A nossa continuada ausência delas acelera-lhes a morte....
Hoje as paredes crepitam as mil histórias aqui vividas, acreditando nas mil histórias por viver!
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