Guilherme Oliveira Martins
novo administrador da gulbenkian garante:
É FUNDAMENTAL INCENTIVAR OS NOVOS VALORES
Uma breve explicação: as novas tecnologias, de vez em quando, pregam-nos partidas. Sobretudo,quando, como é o caso, o animador de serviço nem sempre está à altura de lhes prestar a devida atenção.
Tudo isto para agradecer ao meu querido amigo Guilherme a paciência que teve em voltarmos a uma segunda conversa cujo resultado aqui se deixa.
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Deputado, por diversas vezes Ministro, quer da Educação, quer das Finanças, Presidente do Tribunal de Contas, Presidente do Centro Nacional de Cultura, e, agora, administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Guilherme Oliveira Martins, acima de tudo, e sempre, um cidadão dedicado à comunidade e à promoção dos valores da cidadania na sua vertente cultural.
Com ele iniciámos estas Animadas Conversas, em regra, na gíria, não mais que dois dedos de conversa, breve, uma espécie de tomar o pulso ao correr dos dias.
Dos grandes objectivos a que se propõe neste novo desafio, ao desafio outro das novas tecnologias e a invasão dos espaços culturais que possibilitam com temíveis telemóveis ( as marcas da nossa recente experiência em Espanha, quer no Museu Rainha Sofia, quer no Prado), mas também uma breve abordagem sobre o papel das elites e a questão dos "nomes", para terminar nas expectativas com que é visto o novo governo (Guilherme evitará falar sobre a demissão do presidente do CCB... aproveitando para mandar um abraço ao novo ministro João Soares, que tem estado debaixo de fogo de diversos quadrantes) e ainda, naquela que nos parece ser a melhor notícia, a garantia do incentivo ao aparecimento dos novos valores da cultura portuguesa, seja na música, na pintura, numa palavra, continuar e aprofundar o apoio na melhor tradição desta importante Fundação.
antónio colaço
PS
Um obrigado especial ao meu querido amigo Adi Anton pelo apoio ao melhoramento do som desta conversa.
NOTA
Por alguns momentos retirámos a Animada Conversa com o Dr. Guilherme Oliveira Martins. Estamos a melhorar o som e a proceder a acertos na redacção do texto.
Obrigado.
OS DOIS PAIS, A LIBERDADE, SPOTLIGHT
Pe Anselmo Borges
In DN 5.03.2016
Foi uma chuva de críticas contra o disparate do BE com o cartaz "Jesus também tinha dois pais", que pretendia celebrar uma causa justa: a não discriminação na adopção. Cito: "campanha infeliz", "ofensivo", "desrespeitoso", com "teor sexista", "de mau gosto", "estúpido", "imbecil", "provocação bacoca", no meio da bebedeira do poder... Alguém sugeriu que, se se quer mostrar força, faça--se algo parecido com imagens do islão. Por mim, disse e repito: A frase, "mais do que infeliz, é ridícula. Onde está a graça? A mim não me ofende e a Deus também não, porque o ridículo só atinge quem o produz". De facto, Jesus teve dois pais, como qualquer um ou uma de nós: um pai e uma mãe. O cartaz é um tiro no pé.
B. Neste contexto e ao acabar de saber que o Irão aumentou a recompensa para quem cumprir a fatwa contra Rushdie, matando-o: 3,6 milhões de euros (tive com ele um encontro memorável em Santa Maria da Feira, em 2006), retomo aqui, sobre a liberdade de expressão e o respeito pela religião, alguns pontos que considero fundamentais para a reflexão e que venho repetindo: 1. Distingo muito bem entre a crítica inteligente, mesmo se mordaz e cáustica, com humor, e a crítica imbecil, de mau gosto, soez. 2. A mim, pessoalmente, mesmo esta não me incomoda e não deveria incomodar o crente. De facto, a crítica nunca atinge o Sagrado ou Deus em si mesmo, mas apenas as ideias e imagens que os crentes fazem do Sagrado ou de Deus, tantas vezes vergonhosas, porque ridículas. Constitui aquisição irrenunciável a afirmação do filósofo I. Kant: "O Iluminismo é a saída do homem da sua menoridade, daquela menoridade de que ele próprio é culpado", e isso "sobretudo nas coisas de religião". Por isso, a própria religião, apesar da sua "majestade", não pode considerar-se imune à crítica. Mostra fraqueza uma religião que não admite a crítica, mesmo cáustica. Ai de nós se não houvesse críticos da religião, que chamam a atenção para aspectos das religiões tantas vezes supersticiosos e inumanos. 3. E quem se sente ofendido? Não pode de modo nenhum recorrer à violência, muito menos a matar em nome de Deus, pois a violência em nome de Deus só desonra Deus e a religião. Mas deve ser-lhe garantido o direito de protesto e manifestação e de recurso às instâncias jurídicas adequadas, aos tribunais. 4. Penso no respeito pelas crenças das pessoas e que a própria crítica deve estar ao serviço da convivência sã. Por isso, quem critica deve evitar a ofensa gratuita, o insulto, e ter em atenção a prudência, também a prudência política. Para lá de certos limites, a humilhação das pessoas, dos grupos e dos povos termina ou pode terminar em violência. 5. É desonroso alguém ofender os sentimentos religiosos das pessoas e depois, ingénua ou cinicamente, vir dizer que não queria ofender. 6. Recentemente, em Espanha, rebentou um escândalo com o que chamam o "Pai Nosso sexual", que constitui realmente uma vergonha abominável, contra a qual se insurgiram as principais confissões religiosas. O jesuíta J. I. González Faus, que considero um dos teólogos mais cristãos da actualidade, escreveu um texto ácido e contundente, no qual diz à autora "se não seria melhor reconhecer que não é louca, que sabia bem que queria ofender". Claro, perdoa-lhe. Tanto mais quanto "eu não partilho dessas acusações de "blasfémia". A blasfémia puramente verbal parece-me um ridículo que faz rir Deus (se é que existe, dirá a senhora): se alguém cospe para o céu, a sua saliva, por mais amarga que seja, fica longíssimo do céu. Os cristãos deveriam estar muito mais preocupados com a blasfémia de facto, como diziam os Padres da Igreja: preocupais-vos com revestir as igrejas com belos cortinados, mas, depois, encontrais Cristo nu ao sair do templo e não vos preocupais com vesti--lo". Subscrevo totalmente.
C. Já tinha visto o filme O Caso Spotlight, sobre a investigação jornalística do escândalo da pedofilia pelo clero da arquidiocese de Boston e a tentativa de encobrimento por parte do cardeal, e achei-o excelente de todos os pontos de vista. Foi premiado como o melhor filme do ano. Fiquei satisfeito por ver o Osservatore Romano, jornal oficioso do Vaticano, classificá-lo como um filme "emocionante", e "não é anticatólico", porque "dá voz ao horror e à dor profunda dos fiéis". E pediu-se a Francisco que acabe com as causas deste flagelo. E é o que Francisco, que classificou a pedofilia como "uma monstruosidade", está a fazer, apesar das resistências.
D. A Igreja Católica tem muitos e graves problemas para resolver, mas a questão da reconciliação sã com a sexualidade é fundamental. O título deste texto, aparentemente desconexo, tem um vínculo: o sexo. Se se dissesse claramente, sem receios, que Jesus é filho de José e de Maria, não haveria lugar para o cartaz. Também é sabido que a pedofilia não deriva necessariamente do celibato obrigatório. Mas a lei do celibato pode ser causa de sexualidades distorcidas. Porque é que a Igreja há-de impor como lei o que Jesus entregou à liberdade?
ÚLTIMA HORA
OPOSIÇÃO E MANFESTANTES ENTRAM DESPIDOS NO HEMICICLO
Actualizamos a "notícia" que tem estado a marcar o dia. A oposição e os manifestantes que entretanto se lhe juntaram, conseguiram romper as barreiras policiais e entraram agora mesmo no hemiciclo.
Para quem só agora entrou em contacto connosco, lembramos a notícia que ao principo da tarde demos em primeira mão e que vem na sequência da iniciativa tomada hoje pelo deputado Zé Manel na Assembleia Reginal da Madeira:
OPOSIÇÃO MANIFESTA-SE NAS ESCADARIAS DE SÃO BENTO COMPLETAMENTE DESPIDA
CONTRA O ORÇAMENTO DO ESTADO 2016.
A ânimo sabe que esta manif conta com a colaboração do conhecido Spencer Tunic que, inspirado pelo deputado da Madeira, Zé Manel, que hoje se despiu na Assembleia Regional,não olhou a meios para alcançar os seus fins.
Com esta acção, a oposicão pretender fazer pressão sobre o novo Presidente eleito Marcelo Rebelo de Sousa para que convoque eleições antecipadas (o que não pode fazer nos próximos 6 meses, como se sabe) ou, indigite Passos Coelho para formar novo governo.
Dentro de momentos....LIGAÇÃO A SÃO BENTO ONDE DECORRE A INÉDITA MANIF
ÚLTIMA HORA
OPOSIÇÃO MANIFESTA-SE NAS ESCADARIAS DE SÃO BENTO COMPLETAMENTE DESPIDA
CONTRA O ORÇAMENTO DO ESTADO 2016.
A ânimo sabe que esta manif conta com a colaboração do conhecido Spencer Tunic que, inspirado pelo deputado da Madeira, Zé Manel, que hoje se despiu na Assembleia Regional,não olhou a meios para alcançar os seus fins.
Com esta acção, a oposicão pretender fazer pressão sobre o novo Presidente eleito Marcelo Rebelo de Sousa para que convoque eleições antecipadas (o que não pode fazer nos próximos 6 meses, como se sabe) ou, indigite Passos Coelho para formar novo governo.
Dentro de momentos....LIGAÇÃO A SÃO BENTO ONDE DECORRE A INÉDITA MANIF
AS MÚSICAS DA MÚSICA
Improviso nº 3, gravado na Matriz do Montijo.
IN MEMORIAM ENG BIOUCAS
É assim, andas à procura de pepitas para te dourar estes dias de chumbo e, zás, tropeças num rico e raro diamante.
Abrantes comemora, por estes dias ( 14 de Junho ) os seus cem anos de elevação a cidade.
Soube-me tão bem tropeçar no meu querido e saudoso amigo eng Bioucas, um dos pioneiros, no poder local, do apoio à luta das rádios livres.
Ainda em maré de comemorações do aniversário de uma das rádios decisivas nessa luta, falo-vos da TSF-radiojornal, e que teve em Abrantes, ao tempo, um porto de abrigo, um paiol das tantas munições, escutem-no.
-Ó Engº Bioucas, escute-se, que isso aí na celestial Eternidade também deve estar cá uma pasmaceira.....
Estas é que são as datas que apetece comemorar a pretexto de coisa nenhuma, simplesmente o PRAZER de travar uma....ANIMADA CONVERSA!
Um abraço, meu senhor.
antónio colaço
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