MARIA FLOR PEDROSO QUESTIONA PROLIFERAÇÃO DOS DIRECTOS.JORNALISTA POLÍTICO TEM QUE ENQUADRAR E EXPLICAR MEDIDAS E IDEIAS
Uma explicação prévia: a passada quarta-feira, em que devíamos ter presente Jerónimo Sousa, continuando,ontem, e na próxima, com Francisco Louçã e Pedro Mota Soares completariam esta incursão pelo mundo da política iniciada com Miguel Relvas e Augusto Santos Silva. Todavia, os últimos acontecimentos alteraram por completo as agendas dos três últimos e a nossa própria, inviabilizando as suas desejadas presenças.
A vida não pára e quer a Maria Flor Pedroso, ontem, quer o Luis Paixão Martins, na próxima quarta-feira, aqui estão para nos ajudar a reflectir sobre o rumo da política portuguesa.
Pelo caminho, e aproveitando a ocasião, temo-nos multiplicado em contactos para tornar Abril um mês cheio de Abril, ou seja, multiplicarmos estes encontros com o alto patrocínio do restaurante RES PUBLICA da Associação 25 de Abril, a quem nunca é demais agradecer todo o apoio que nos tem dado. Esses contactos, com vista à realização de almoços/tertúlia noutros dias para além das quartas-feiras, têm-nos levado à conversa com alguns dos protagonistas que gostaríamos de ouvir de viva voz, sob o lema "ABRIL,ÂNIMOS MIL" a procurar descobrir
DE QUE ABRIL VAMOS FAZER ABRIL, OUTRA VEZ?!
Falamos, concretamente, dos dois primeiros com que gostaríamos de abrir Abril, Mário Soares e Marcelo Rebelo de Sousa.
As coisas já estiveram mais próximas de um desfecho favorável, a ver vamos.
Mas outros nomes estão nas nossas intenções.
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Voltando ao almoço de ontem com a nossa amiga Maria Flor Pedroso, bem se poderia dizer que, no final, Flor, uma das decanas do jornalismo parlamentar, aproveitou, e de que maneira, para lançar alguns alertas sobre a magna questão dos desafios que se colocam à classe dos jornalistas com a "proliferação dos directos".
Em sintese, deixando o vídeo que se segue para compreender melhor o que leva Flor a preocupar-se com esta questão,"a proliferação do directo pelo directo, está a empobrecer, claramente,a qualidade do espaço público produzido pelos jornalistas".
E ainda, "o trabalho do jornalista político é retirar toda a propaganda do discurso do político", daí que, para Maria Flor Pedroso,o "jornalismo político obriga a mediação, a edição.Edição não é manipulação.Um jornalista que manipula é um jornalista que não sabe o que está a fazer!"
A nossa convidada foi mais longe quando reconhece que "hoje, o que interessa é encher a antena seja ela qual for.De um modo geral há pouco tempo de preparação e isso empobrece a qualidade do jornalismo que é produzido".
Para Flor, "hoje somos obrigados a fazer tudo bem à primeira e o mais rapidamente possível.O trabalho do jornalista político implica enquadramento.Implica explicação.As medidas e as ideias (anunciadas pelos políticos) têm que ser explicadas!"
Pelo caminho, tempo ainda para matar saudades dos domingos à noite nas conversa com Marcelo ( aproveitámos para meter um pauzinho na engrenagem pedindo a Flor que interceda por nós junto de Marcelo!) embora, como refere, continuem com a amizade em dia,e, também, alguma reflexão sobre o papel das novas tecnologias, os blogs, o facebook, na criação de um quotidiano mais partilhado como aquele que estamos a protagonizar!
No final, foi estimulante o diálogo entre aqueles que ficaram para ajudar a digerir o cozido à portuguesa, confrontando Flor com algumas das realidades do jornalismo em Portugal!
Por tudo isto, obrigado Flor, pelo contributo que vieste dar!
Assim os jornalistas mas, também, e, sobretudo, os políticos, meditem sobre o que há a transformar num quotidiano que se quer cada vez mais verdadeiro, ou seja, em que o que se diz bata certo com o que se faz!
A palavra para ti!
antónio colaço