Tropeçou, um destes dias, naquele que poderemos aceitar como um dos seus primeiros exercícios de "uma espécie de crítica de televisão", teria aí os seus 14 anos!Não se recorda do tema mas rejeita de todo o conceito que convocamos para a mesa dos "ódios de estimação" que sabe existirem de alguns dos sectores objecto do seu "OLHO VIVO" que mantém, quase desde o principio, no jornal Público.Dirá que o ódio é um conceito que não pode existir em democracia na qual, coisa bem diferente, deve existir o debate e o respeito pelas opiniões diferentes.
Escreve, igualmente, no Jornal de Negócios mas sobre Publicidade, análise de campanhas publicitárias e tudo o que anda em redor desse mundo fascinante mundo do marketing, para além das aulas sobre "Análise Televisiva" na Universidade Católica.
Eduardo Cintra Torres rejeita o peso da carne de porco que domina o Cozido à Portuguesa, às quartas-feiras, no RES PUBLICA, da Associação 25 de Abril, e prefere a leveza de uma posta de garoupa grelhada. Percebe-se que o peso de algumas das afirmações que vamos ouvir não está directamente relacionado com o peso outro das tantas calorias deste típico prato da gastronomia portuguesa e o Eduardo exibe, de facto, uma figura bem distante dos condimentados excessos. Nada que o impeça, portanto, na sua semanal cozinha de crítica televisiva de desmontar alguns dos excessos dos mil e um discursos que se sentam à nossa mesa, em regra, à hora dos telejornais.
E Eduardo não desilude, para abrir o apetite do que vamos ouvir:
-"Este governo socratista tem uma central de propaganda de uma eficácia como nunca tivemos na democracia portuguesa, muito oleada, impecável e tem um lider que consegue convencer-nos - sim,também conseguiu convencer-me ao princípio - daquilo que está a dizer porque é muito eficaz.Existem pessoas assim, que conseguem convencer-se a si próprias, mesmo se estão a mentir!"
No final do almoço, como é hábito, seguiu-se um animado debate com os comensais presentes que colocaram diversas questões desde as pressões a que os críticos de televisão estão ou não sujeitos, a privatização ou não da RTP, como decorrerrá a campanha eleitoral que se avizinha..
Para não retirar o impacto e o contexto ao que vamos ouvir, deixamos uma das últimas e bem condimentada afirmação do nosso convidado:
"-A partir de 2005 comecei a perceber que era uma governação não das tais grandes reformas e sim para o dia a dia, para chegar ao fim do dia com boas sondagens, para continuar no poder e calar os adversários!".
Os nossos políticos de hoje nem sempre têm a noção da importância do que foi dito no passado recente e o confronto com a actualidade. Aí, o papel dos arquivos, seja de som seja de imagem, é fundamental e decisivo para ter um eleitorado esclarecido pelo exercício de memória que no instante de um clic possibilitam.
Nada que os amedronte no ardor das tantas promessas eleitorais de uma noite de casa cheia?!
Veja o que disse Eduardo Cintra Torres sobre a importância do passado na construção de dias cheios de um presente bem melhor.
antónio colaço
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