Maria de Belém, nos AAA-Animados Almoços ânimo/RES PUBLICA, restaurante da Associação 25 de Abril.
Antes de começar impõe-se uma pequena mas significativa confissão: a meio do almoço com Maria de Belém, toda a minha estratégia caiu por terra no preciso momento em que Maria de Belém, confrontada com a minha boa fé de querer pegar no susto que a sua anunciada candidatura pregou ao fazer tremer alguns elementos dos vários aparelhos do aparelho socialista, entendeu adiantar-me, com o pedido de reserva absoluta, as verdadeiras razões do seu não.
Maria de Belém explicar-me-á, primeiro, que tudo não passou de uma resposta sua a uma pergunta de uma rádio, possivelmente informada por algum núcleo dos amigos que a desejavam ver assumir maiores responsabilidades, não escondendo que esse pequeno minuto, de uma glória que não procura, serviu para, pelo menos, colocar a questão do papel das mulheres na assunção de responsabilidades deste tipo normalmente atribuídas aos homens.
(Um pequeno parêntesis para dizer que, no diálogo à sobremesa com os comensais presentes, Maria de Belém seria interpelada por um conterrâneo incitando-a a avançar reconhecendo que ela, pelo seu valor, “não tinha o direito deinvocar quaisquer tipo de razões pessoais”!)
E foi aqui, neste preciso momento, ao ter tido essa informação privilegiada das verdadeiras razões pelas quais saíram goradas todas as expectativas, que o jornalista, em cumprimento do seu dever de sigilo, percebeu que estava diante de um corpo franzino, sim, mas capaz de voar muito mais alto assim pudesse.
Maria de Belém, para a história, dir-nos-á, simplesmente, quando ainda tentávamos convocá-la para, lá no fundo, revelar-nos se não sentia capacidade e entusiasmo para ir à luta, que “o desafio não me passou ao lado eu é que me pus de lado do desafio!”.
Ponto final, capítulo encerrado.
2
Eis, então, no debate “à sobremesa”, Maria de Belém, a tal mulher que no seu tempo, desde logo, foi para Direito “num tempo em que era feio as mulheres irem para Direito”, cortar a torto e a direito:”Temos que lutar por uma nova mentalidade assente no trabalho e no mérito e não no consumismo e no prazer.Quanto mais se consome menos felicidade se tem!”Dirá que “foi fácil garrotar o PS e o seu governo.A esquerda abriu as portas a uma solução que permitiu à direita garrotar o governo!”
As relações entre o governo e o grupo parlamentar do PS foram questionadas para se perceber como é que se chegou aqui. Para Maria de Belém,”as solicitações para reuniões com membros do governo foram muitas, como muitas foram as críticas embora muitas vezes fossem mal vistos alguns daqueles que as faziam!”
É aqui que avança os nomes de André Freire e Vieira de Andrade como dois dos estudiosos que, neste início de legislatura , deviam ser ouvidos no quadro da renovação mais ampla do sistema político, eleições, círculos nominais, relações mais abertas dos partidos com a sociedade, para adiantar que “a escolha dos deputados deve ser mais participada!”
3
Depois do muito que aqui ficou por dizer, a pergunta final a Maria de Belém sobre para quem vaio seu voto na animada disputa em curso.
O melhor é ouvir a conversa toda!
antónio colaço
Links Amigos