Um amigo propõe-se comprar-me o velho relógio da sala "evitando,assim,que em 2012 tenha horários a cumprir!"
Confesso,por estes dias sobe-me à cabeça uma indizível nostalgia por ver que a cada ano que passa mais isolado vou ficando com amigos que partem ou,simplesmente,gente que fez parte do meu património relacional.
Restam,então,as memórias,uma espécie de casa em que entramos se...mpre que queremos ...e lá estão ao dispor dos nossos incontáveis e diversificados apelos os tantos personagens com quem crescemos e,alguns,até,que moldaram o que somos.
Ás vezes parece tão pouco comparado com o frenesi desses dias que pareciam nunca ter fim...
E é para lá que caminho,também, a passos largos.
Meu caro amigo,se lhe vendo o meu relógio,vendo-lhe a alma da casa do Bisavô Luís e sem alma, sem tempo,que interessam horários para cumprir se deixo de cumprir-me até ao fim com a dignidade de quem acredita,ainda, no Outro Tempo por muito que veja este a encurtar-se cada vez mais?
Feliz 2012 para si e para os relógios como este que vai encontrar certamente numa qualquer loja de venda de horas a retalho
Ausentes de Mação pelo Natal ( o nosso Menino nasceu-nos na grutazinha do Montijo....) vamos, agora,finalmente, amassar meia dúzia de beiroas filhós, homenageando as rendilhadas alentejanas de minha saudosa Mãe.
Nesta homenagem acrescento,agora,o fabuloso texto de Pedro Mexia acabado de ler na Actual do Expresso.
De caras, um dos mais espantosos textos que li sobre "casas",eu, que ...para além de gostar de escrever sobre as ditas, empenhei (empenhámos)as economias para que não se perdessem as suas tantas e experienciadas alegrias.
Refiro-me à recuperaçaõ da casa do Bisavô Luis,em Mação,já que não pude acudir à casinha de terra batida que me viu nascer,em Gavião, e hoje mais não é que um parque para carros acolher....
Imperdível ler Pedro:"Uma casa é uma forma de identidade,uma permanência,uma ilusão de perpetuidade."
Obrigado,Pedro.
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