Vinha do Amorim Lopes, Ventosa, Mação.Um destes dias.
Isto não se faz, Amorim!
Era lá na tua formosa vinha que eu gostava de ter amanhecido contigo a acariciares as tuas ainda orvalhadas uvas.
E que sensuais que elas se apresentam a quem por ali passa convidando-nos para que as saboreemos nas tuas tantas e solidárias taças.
Sinto-me cada vez mais desenraizado e sem Pátria, meu caro Amorim. Não é tanto porque em Abrantes, Mação, e, em breve, também Lisboa, ninguém mais se lembre de mim. É não ter ainda percebido que só nos tornamos memória se, de todo, deixarmos de continuar a fazer história. Aquela do "quem não aparece, esquece", "tás a ver"?!
Vale das Árvores.Uma das minhas mais generosas videiras moscatel.
Dizias-me, há dias, que já não "ligas ao Mação!".
Como outros amigos que "já não ligas a Abrantes" e por aí adiante.
Deixa lá, um destes dias afogo as mágoas de sexagenário principiante no revigorante sumo das tuas uvas e ver-me-ás, de novo, a arregaçar as mangas, a deixar de lado as aparentes luvas com que pareço evitar meter o "agulhão" no quotidiano (obrigado, Vitor Alexandre ) . Obrigado.