NOTA PRÉVIA
De seguida publico a crónica mensal com que, desde o século passado (uau!!) colaboro no mensário de Mação VOZ DA MINHA TERRA. A crónica deste mês é a publicação de uma pequena conversa com a Dª Lena da Barragem, ali para as bandas da Ortiga, e que apenas um ano depois vê a luz do dia. Boa leitura, melhor apetite! ac
LAMPREIAR
Por estes dias vai uma azáfama por algumas das cozinhas do nosso concelho dedicadas à confecção de um pitéu que já conheceu melhores dias por estas bandas: falamos das viscosas lampreias que encerram dentro de si insondáveis segredos os quais, uma vez descobertos, convocam poejos, coentros e outras ervas aromáticas para fazer a delícia das costumadas “excursões” até alguns desses tão conhecidos quanto afamados santuários. Acompanhada, em geral, com arroz, que se quer cozido no ponto mas encaldado quanto baste para que um saboroso pão caseiro nele possa mergulhar, eis-nos sentados num desses santuários onde a simpatia da Dª Lena, mais conhecida como a “Lena da Barragem”, se encarrega de completar a obra feita servindo um bom tinto da região: “Normalmente aqueles que se descuidam têm de carregá-las para o comboio!!” Referia-se, como é óbvio, a algumas “bebedeiras” que sempre acontecem por estas alturas, tantas são as saudades que ficam do ano transacto.
2
Já aqui referimos, por diversas vezes, especialidades deste ou daquele restaurante.Todavia, apenas este ano conseguimos dar à estampa a conversa que mantivemos, há já um ano, com a Dª Lena. Pelo meio, as desventuras de um computador que entregou a alma ao criador mas de onde foi possível conseguir retirar o vídeo que poderão ver e ouvir, na integra, nos nossos sites que encimam esta crónica. Só resta, mesmo, desejar um bom apetite e recomendar a todos que, apesar da crise, pelo menos uma vez no ano possam “carregar” em paz e sossego esta pequena delícia da nossa gastronomia. 3
Para todos os nossos amigos leitores votos de uma santa Páscoa na convicção de que o novo Papa Francisco consiga, de facto, fazer ressuscitar os valores da Fraternidade, à semelhança do “poverello” de Assis, fazendo reaparecer a Igreja mais preocupada com os valores da solidariedade, à semelhança, aliás, dos primeiros apóstolos que viviam felizes “orando e repartindo tudo entre si”. Seja-me permitido uma pequena nota final: passeava o meu neto Francisco pelas margens montijenses do mesmo Tejo de onde saltam, ainda, as poucas lampreias que nos encantam, quando, depois de sair o primeiro fumo branco da romana chaminé, disse em voz bem alta, “Vais ver, Francisco, que ainda vais ter um Papa com o teu nome!”Brincadeira ou não, uma hora depois, a notícia confirmava as minhas suspeitas!!!!
(In VOZ DA MINHA TERRA,Mação)
antónio colaço