
VENCI-ME,OUTRA VEZ!
Quero dizer, venci o que em mim me puxava para o derrotismo.
Saí de casa deixando o mórbido e televisivo visionamento de jogadas falhadas, análises estafadas tudo o que, jogo após jogo, mais não faz do que prolongar angústias para as quais demoramos e encontrar respostas.
Ou melhor, decisivas saídas!
Concluo, agora com mais nitidez, as ideias arejadas pelo vento frio da descampada noite, que persistimos em encontrar na clubite o local errado onde projectar as vitórias de que fugimos no mais íntimo de nós.
Os Marqueses do Pombal que, continuadamente, nos fugiram neste final de época continuarão a fugir, tudo porque não é lá que devemos, verdadeiramente, marcar encontro para celebrar as vitórias que, preguiçosamente, colocamos nas mãos, nos pés, nas cabeças de outros.
O que se diz para o futebol, diz-se para a política e até para a igreja.
Ninguém nos pode substituir na tarefa de nos superarmos.
É por isso que estou cansado mas duplamente satisfeito.
Consegui vencer o bem bom da caseira pantufa e fazer-me à friorenta estrada, metro a metro, quilómetro a quilómetro. Hesitante e emperrado nos primeiros quinze minutos, mas completamente relaxado no final dos quatro km e tal.
Obrigado, Benfica.
Aprendi com as "tuas" derrotas a não desistir, nos derradeiros minutos, das minhas próprias vitórias.
antónio colaço