Das cerejas e das tantas conversas que saboreamos com elas.
Ou, de como o sabor de um passado distante a cada momento se torna ainda mais PRESENTE!
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Mais do que colher cerejas, querido amigo Tó Ribeiro, da Roda, de Cardigos, colheste-me completamente de surpresa numa tarde em que, há precisamente cinquenta anos, os meus quinze anos foram colhidos por um touro enraivecido.
Hoje,sem nenhuma raiva,agarrei-me aos troncos destas árvores cujas grinaldas floridas continuam a brilhar dentro de mim.
Obrigado, querido amigo, por esta tarde de tão silenciosos quanto palpitantes prodigios.
O foco era o cerejal da Roda,mas como passar ao lado dessa amada pátria de Cardigos?
Uma rápida descida ao Quintal da Estrada,subir pelo Arrabalde, atravessar a saudosa Praça e descer pela encosta de São Bernardo.
Tão longe, tão rápido o regresso, mas Cardigos está sempre pertinho do coração, em permanente e devotado acesso.
O último e afortunado ritual.
Arrancar dos montes um pedaço da sua vida para que permaneça bem vivo na minha vida automatizando os meus dias na casa do bisavô Luís.
Ou de como as perpétuas, ou São João (falta o rosmaninho) nunca deixarão de incendiar os meus dias tal como incendiavam as noites de folguedo da nossa desenfreada adolescência. ...
Saudosas fogueiras do Sto António,São João e São Pedro.
Cardigos sempre presente.
IntensaMENTE.
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