A FALA DAS SEMENTES
No mais íntimo das terras de mim, vai um estremecimento, um contentamento por tanto sofrimento, por causa de um futuro deslumbramento.
Falo-vos de sementes que em mim se agitam, que em mim rompem águas, forças incontidas, tantas mágoas sofridas, eis que lá para Março, vão romper aquela terra mais fina, à espera de um abraço, e eu, desajeitadamente, a olhar para elas, a perguntar a quem passa, digam-me o que faço, com este vulcão dentro de mim, a explodir, ...sementes com ideias dentro de ideias a querer trepar, hastes, pétalas, corolas, das coisas mais lindas às ideias mais tolas, e eu, parolo de tanta loucura, incapaz de um gesto, incapaz de uma censura.
Ide, ideias, espalhai-vos pelas áridas planícies do meu país, crescei e multiplicai-vos, que é como quem diz, desinvernai Portugal, que mil sóis e outras tantas luas façam suas as sementes de uma terra decididamente muito mais fraternal.
EM MARÇO, MARÇAGÃO
ANIMADAS CONVERSAS ATÉ MAIS NÃO!!!!
antónio colaço
PS
Curioso: só agora li a crónica do meu querido amgo Frei Bento. E não é que no último parágrafo fala em "semente de cristãos", referindo-se aos "inúmeros mártires que testemunharam a sua fidelidade a Cristo e se tornaram semente de cristãos".
Estamos numa outra dimensão, é certo, ou.... talvez não.
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